Danado de Bom

País: Brasil

Ano: 2016

Gênero: Documentário

Duração: 74 min

Direção: Denny Brennand

Elenco: João Silva, Genaro, Dominguinhos e Elba Ramalho.

Sinopse: a vida, a obra e a trajetória de João Leocádio da Silva, mais conhecido como João Silva, um dos maiores letristas da história da música brasileira. Através de depoimentos de artistas e amigos, de alguns materiais de arquivo e da reconstituição do trajeto realizado por João Silva durante sua vida, este é um retrato aprofundado de um homem que compôs a letra de inúmeros sucessos e que chegou a ser declarado Patrimônio Vivo de Pernambuco. 

Crítica: João Silva foi um grande parceiro de Luiz Gonzaga, mas pouca gente ouviu falar dele. Seu dom nato para compor (apesar de não ter estudado) surpreendia e escreveu cerca de 3 mil músicas. A facilidade de rimar, de fazer jogo de palavras e de criar sons que “pegavam” era impressionante.

Assim que ouviu música em uma vitrola quando tinha 13 anos, decidiu que o que queria fazer da vida era escrever letras. Outro sonho era conhecer Luiz Gonzaga.

Partiu, então, de Arcoverde (PE) para o Rio de Janeiro e lá logo se “enturmou” com os músicos do momento e passou a compor forró, baião, xote, quadrilha, xaxado, arrasta pé e até samba.

E a partir do dia em que conheceu o rei do baião numa gravadora a parceria deu certo: 5 anos trabalhando juntos. Na produção de mais de cem músicas, estão alguns sucessos como: "Danado de bom", "Nem se despediu de mim", "Forró de Ouricuri", "Pagode Russo", "Arcoverde Meu" e "De fiá Pavi". Em 1984, Luiz Gonzaga recebeu o primeiro disco de ouro, com o LP "Danado de Bom".

E outros grades nomes da música brasileira gravaram suas letras: Alcione, Abdias, Ary Lobo, Azulão, Benito de Paula, Beth Carvalho, Bezerra da Silva, Delmiro Barros, Demônios da Garoa, Dominguinhos, Elba Ramalho, Fagner, Falamansa, Flávio José, Flávio Leandro, Forró Limão com Mel, Forró Mastruz com Leite, Frejat, Genaro, Genival Lacerda, Jackson Antunes, Jackson do Pandeiro, Lenine, Marinês, Messias de Holanda, Moreira da Silva, Ney Matogrosso, Novinho da Paraíba, Núbia Lafaiete, Oswaldinho, Quinteto Violado, Rastapé, Santana, “O Cantador”, Silvério Pessoa, Sivuca, Trio Nordestino, Trio Parada Dura, Trio Virgulino, Wanderley Cardoso e Zeca Baleiro.

Segundo ele, sua inspiração estava no sertão nordestino. O documentário acompanha seu retorno às origens. Infelizmente, João Silva faleceu antes de ver o filme concluído, em 2013.

Ainda que o documentário tenha sido incompleto com relação à vida de João Silva – infância, ida para o Rio de Janeiro, entrosamento com os boêmios de então – as músicas são uma dádiva para as amantes do forró. Extremamente musical, conta com o depoimento do próprio João Silva e de pessoas que tiveram a honra de conhecê-lo e que cantaram suas canções.

A produção poderia também ter caprichado mais nas imagens de arquivo e no uso de recursos que ilustrassem a trajetória desse poeta admirável, com 60 anos de carreira.

De qualquer forma, uma homenagem bem-vinda a alguém que tanto contribuiu para a música brasileira – cantada e dançada até hoje. 

Avaliação: **