Okja
País: Coreia
do Sul
Ano:
2016
Gênero: Ficção
Científica
Duração: 118
min
Direção: Joon-Ho
Bong
Elenco: Seo-Hyun
Ahn, Tilda Swinton, Jake Gyllenhaal, Paul Dano e Steven Yeun.
Sinopse: Nova York, 2007. Lucy Mirando (Tilda Swinton),
a CEO de uma poderosa empresa, apresenta ao mundo que uma nova espécie animal
foi descoberta no Chile. Apelidada de "super porco", ela é cuidada em
laboratório e tem 26 animais enviados para países distintos, de forma que cada
fazenda que o receba possa apresentá-lo à sua própria cultura local. A ideia é
que os animais permaneçam espalhados ao redor do planeta por 10 anos, sendo que
após este período participarão de um concurso que escolherá o melhor super
porco. Uma década depois, a jovem Mija (Seo-Hyun Ahn) convive desde a infância
com Okja, o super porco fêmea criado pelo avô. Prestes a perdê-la devido à
proximidade do concurso, Mija decide lutar para ficar ao lado dela, custe o que
custar.
Crítica: o filme tem uma história bombástica, mas
contada, por meio de ficção e pitadas de humor satírico, pode causar uma
impressão, à primeira vista, de um contexto leve, sem maiores repercussões.
Ledo engano.
Na Coreia do Sul, estão
Mija (Seo-Hyun Ahn, com uma performance genuína) e sua porca Okja – escolhida a
mais bela para o concurso do ”Super Porco” organizado pela empresa de Lucy
Mirando (Tilda Swinton – excelente no papel). Outros 25 porcos em 25 países também concorriam para o concurso.
É comovente ver a relação
de amor e amizade entre Mija e seu bichinho de estimação (Okja tem um olhar
cativante e um jeito dócil e manso). E, por isso mesmo, extremamente doloroso será ver a
separação das duas quando Okja terá que ser levada para Nova York para ser
apresentada.
A partir daí começa a
sofrida maratona de Mija para resgatar sua porca e, mais importante, livrá-la
do que a empresa pretende fazer com ela.
Entram em ação ativistas da
Frente de Libertação de Animais (FLA), com Joy (Paul Dano) no comando do grupo,
já há anos libertando animais de zoológicos, cativeiros e laboratórios.
Os acontecimentos que se
sucedem no difícil resgate de Okja são duros e cruéis. Para manter certa leveza
à história, grande parte dos personagens é bastante caricata, presunçosa e
vaidosa. Contudo, o núcleo da trama está mesmo focado em Mija e sua bela
porcona. Difícil não se contorcer com o que vimos e ouvimos – animais criados
em laboratórios, mutações forçadas, alimentos geneticamente modificados, animais
assassinados em massa. Tudo em nome de uma carne saborosa e suculenta e de muito
lucro.
A crítica à nossa gananciosa
indústria alimentícia é feroz. O diretor coreano escolheu uma forma
inteligente e lúdica de alertar a sociedade para o que estamos fazendo com os
animais e de censurar nosso pensamento pequeno para com eles, ao acharmos que não
sofrem sendo confinados aos milhares e encaminhados para a morte, porque simplesmente
queremos acreditar que sua existência tenha o único propósito de nos alimentar.
Excêntrico e original, pode
se dizer que, pela força da narrativa, talvez uma parcela do público até se torne
vegetariana após ver Okja. Imperdível! Pena que não será exibido nas grandes
telas de cinema, tendo em vista ser uma produção da Netflix.
Avaliação:
*****
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