sábado, 16 de abril de 2011

Fora da Lei

Título original: Hors La Loi

País: França/Argélia/Bélgica

Ano: 2010

Gênero: Ação

Duração: 138 min

Direção: Rachid Bouchareb

Elenco: Jamel Debbouze, Roschdy Zem, Sami Bouajila, Bernard Blancan, Sabrina Seyvecou, Bernard Blancan, Thibault de Montalembert e Jean-Pierre Lorit.

 

Sinopse: expulsos de suas terras na Argélia, três irmãos e sua mãe veem-se obrigados a se separar. Messaoud (Roschdy Zem) se alista na Indochina. Em Paris, Abdelkader (Sami Bouajilae) põe à frente do movimento pela independência da Argélia e Said (Jamel Debbouze) faz fortuna nos cassinos e nos clubes de boxe de Pigalle. Seu destino, selado em torno do amor de uma mãe, se mesclará com o de uma nação que luta pela sua liberdade.


Crítica
: um retrato histórico da luta pela independência argelina na França no século XX, passado por meio da saga de uma família de imigrantes argelinos na região parisiense dos anos 50, e uma crítica política à repressão sofrida pelo povo argelino.

O diretor Rachid Bouchareb, que anteriormente dirigiu London River (London River – Destinos Cruzados, 2009) e produziu Hadewijch (O pecado de Hadelwijch, 2009) –costuma retratar conflitos entre muçulmanos e cristãos. Nesse trabalho, porém, ele vai mais além: coloca em primeiro plano as relações coletivas, mostrando de maneira realista a difícil inclusão dos imigrantes argelinos na sociedade francesa dos anos 50.

No chamado “dia de todos os santos vermelho” – importante data que caracteriza o início da Guerra da Argélia (então colônia francesa), que se estenderia até 1962, ano em que o país conseguiu a sua independência – morre o pai dos protagonistas. Após vingar a morte do pai, Saïd imigra para a França, onde um dos seus irmãos, Abdelkader, é preso político, com a mãe. Eles se estabelecem no subúrbio parisiense de Nanterre, um amontoado de barracos que oferecia condições de vida extremamente precárias à enorme quantidade de imigrantes que ali morava na época. Em breve, Messaoud, o terceiro filho, volta da guerra na Indochina - onde lutava com o exército francês - para se juntar à família.

Ao sair da prisão, Abdelkader tem o propósito de dedicar a vida à causa do FLN (Front de Libération Nationale – Frente de Liberação Nacional), partido político criado para lutar pela independência do seu país e que havia deixado de ser reconhecido pelo governo francês, entrando, portanto, na clandestinidade. Messaoud apóia o irmão em sua causa e passa também a trabalhar para o partido. Enquanto a luta política de seus irmãos fica mais violenta a cada dia e a polícia francesa intensifica a repressão ao partido, que, já conhecido por ter a violência como principal modo de ação, passa a utilizar técnicas de guerrilha, Saïd não tem interesse pela causa política e ganha a vida como um próspero cafetão em Paris.

A superprodução argelina impressiona pelo elenco, em que os irmãos são interpretados por alguns dos atores franco-magrebinos de maior projeção na atualidade, e pela busca do realismo na ambientação, cenografia e figurinos – mas não com o objetivo de tornar estes aspectos verossímeis com a realidade da época. O propósito é fazer com que tenhamos a impressão de assistir a um filme produzido nos anos 50, o que torna esteticamente interessante, com seus cenários que não tentam disfarçar o fato de serem montados em galpões e a visível preocupação em utilizar objetos e figurinos como os presentes nas películas da época. O roteiro, porém, é mais interessante pelo seu conteúdo histórico do que pela trama efetivamente contada, o que faz com que as duas horas e quinze do filme terminem por se tornar um pouco cansativas, no entanto sem desmerecer a boa qualidade da obra como um todo.


Avaliação
: ***

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