sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

César Deve Morrer (Cesare Deve Morire)


País: Itália
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 76 min
Direção: Paolo Taviani e Vittorio Taviani
Elenco: Cosimo Rega, Salvatore Striano e Giovanni Arcuri.

Sinopse: a peça Júlio César, de William Shakespeare, é encenada por um grupo de detentos da prisão de segurança máxima Rebibbia (Roma).

Crítica: a obra de William Shakespeare já ganhou inúmeras adaptações para os cinemas. Na verdade, nenhum outro autor gerou tantos filmes como ele. Aí quando pensamos que tudo o que já tinha que ser explorada dela findou-se, surgem novas ideias e diretores criativos que provam o contrário.
Dirigido pelos irmãos Paolo Taviani e Vittorio Taviani, César Deve Morrer acompanha a encenação da peça "Júlio César" por prisioneiros de um presídio de segurança máxima na Itália. Os cineastas acompanharam por seis meses a preparação para a montagem, mostrando ensaios, trocas de diálogos e até mesmo testes para o elenco. O registro é documental, mas a dupla também valoriza a narrativa e cria por si só uma versão da peça, servindo também como obra de ficção.
Em determinada cena, um dos atores diz: "No momento em que conheci a arte, esta cela se tornou uma prisão." A sequência é bela e as palavras penetram no coração e na mente do espectador. Mostra o poder de transformação da arte e como a entrega a um personagem pode gerar uma atuação marcante independentemente do talento técnico de determinado ator.
Cada um dos intérpretes do longa é um prisioneiro de verdade e o filme não faz questão de esconder seus crimes. César Deve Morrer também não defende a inocência de qualquer um dos sujeitos ou perde tempo tentando dizer que foram curados pela arte. A atividade cultural muda aqueles homens, mas isso não significa que não voltariam a cometer os mesmos crimes se soltos. A produção ratifica a abrangência da obra de Shakespeare e faz um belo estudo sobre as atitudes dos homens. O paralelo entre esse drama clássico e o mundo de hoje mostra como a universalidade de Shakespeare ajuda os detentos a entenderem as próprias questões.
O longa conta ainda com trabalhos monumentais de edição (mesmo editor de ‘Último Tango em Paris’ e ‘O Carteiro e o Poeta’), direção de arte, design de produção e fotografia. É impressionante como transformaram o ambiente claustrofóbico de um presídio em verdadeiros salões romanos. Você sabe que é uma montagem e que estão todos presos, mas por alguns instantes pode ver os homens serem transportados para uma nova realidade.
Uma produção emocionante! Vale a pena conferir.

Avaliação: ***

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