Isto não é um Filme
País: Irã
Ano:
2012
Gênero: Documentário
Duração: 75
min
Direção: Jafar
Panahi e Mojtaba Mirtahmasb
Elenco: Jafar
Panahi
Sinopse: preso e privado de suas liberdades individuais
está Jafar Panahi, um dos grandes nomes do cinema iraniano e Palma de Ouro em
Cannes em 2003 com ‘Ouro Carmin’. Neste retrato íntimo e improvisado, ele
mostra o sofrimento dos realizadores sob o regime de Ahmadinejad, a partir da
tentativa de narrar um de seus inúmeros roteiros censurados pelo governo.
Crítica: ‘Isto não é um Filme’, sábio título para este
trabalho, pode ter duas interpretações: realmente não é um filme, e sim uma
tentativa de mostrar a estúpida repressão no Irã e o estado de espírito em que
vive Panahi, impedido de fazer o que mais gosta; ou pode significar ainda que o
que ali é mostrado não é um filme sobre a censura, e sim uma cruel e dura
realidade do cineasta. Se ele não pode se expressar, não existe. É essa a
intenção do Irã.
Não há roteiro. Há uma vontade
de continuar respirando, mesmo que o ar esteja se tornando cada vez mais
rarefeito; de continuar se comunicando, apesar das dificuldades, do medo de
estar sempre vigiado. Na época das “filmagens”, Panahi cumpria prisão
domiciliar e aguardava a apelação do recurso à sentença de seis anos de prisão
e de vinte anos sem poder filmar. O pior aconteceu: em novembro de 2011, a
Liberdade perdeu e condenação foi confirmada.
Em Isto Não é um Filme,
acompanha-se um dia no tormento de Panahi. Ele acorda e liga para um amigo.
“Tenho uma ideia” que, saberemos em breve, é a de filmar o cineasta em casa
lendo um de seus inúmeros roteiros proibidos de serem produzidos. O que
acompanhamos fala de uma menina aprovada na universidade, mas trancafiada em
casa porque seu pai não a permite estudar.
Na sala de estar,
constrói-se um cenário imaginário com fita crepe no chão. “Aqui é o quarto
dela, ali é cama”, diz o cineasta à câmera. O não filme é a mentira que um ser
humano criou para sobreviver ao horror. Quando fraqueja, o véu cai e Panahi não
consegue mais se enganar. “Se fosse suficiente contar um filme, então por que
filmaríamos?”. Dura e sofrível constatação.
Avaliação:***
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