segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Django Livre (Django Unchained)


País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Ação
Duração: 165 min
Direção: Quentin Tarantino
Elenco: Jamie Foxx, Christoph Waltz, Leonardo DiCaprio, Samuel L. Jackson, Kerry Washington e Ato Essandoh.

Sinopse: com a ajuda de um caçador de recompensas alemão, escravo liberto tenta resgatar a esposa, capturada por um cruel latifundiário.

Crítica: neste novo trabalho, Tarantino surpreende novamente, sem repetições de temas e mostrando um frescor incessante, mas sempre com a marca do cineasta que mescla violência e ficção como ninguém. Aqui, a escravatura tem um herói inesquecível que é Django (Jamie Foxx).
As cenas são marcantes. A inicial é sem diálogos, sem ação, sem movimentos bruscos de câmera. A intenção é permitir a compreensão da gravidade do que vemos na tela: a triste realidade dos EUA no final do século XIX, uma fila de escravos negros acorrentados um ao outro é levada lentamente por dois cowboys a cavalo, em uma paisagem digna de faroestes.
Aí entram a perfeição da fotografia e da trilha sonora, que são componentes indispensáveis na trama.
O elenco é formidável. Christoph Waltz (em nova parceria com Tarantino), como o Dr. King Schulz, tem atuação impecável e consegue hipnotizar o espectador. A sutileza de sua fala, seus trejeitos, suas expressões de consternação diante do que presencia e como tem que fingir para alcançar o que pretende, tudo conspira para fazer com que suas atuações sejam marcantes, inesquecíveis mesmo.
O personagem de Leonardo DiCaprio (Calvin Candie), dono de uma enorme fazenda e senhor de escravos que aposta dinheiro e se diverte vendo suas “propriedades” lutarem (lua de mandingos), é a personificação do mal, passando ao espectador todos os sentimentos ruins que alguém como ele evoca.  
É ele que o Dr. Schulz (um alemão bom e horrorizado com o tratamento dado aos escravos, oposto ao que viveu em Bastardos Inglórios) e Django, seu novo aliado na captura de recompensas (esse é o trabalho do alemão), terão que enfrentar para libertar Brunhilde (Kerry Washington), esposa de Django que trabalha na casa de Candie.
Mas o melhor papel de coadjuvante é, sem dúvida, o de Samuel L. Jackson, o escravo Stephen, ‘puxa-saco’ do seu chefe Candie, o ‘capacho de branco’, um tipo odiado pelos próprios negros. Ele manda e desmanda na fazenda, manipula seu senhor, e tortura, mantendo sob linha dura, os escravos que ali moram e trabalham. A crueldade não cabe nele e sua figura é desprezível. Ele está irreconhecível no personagem, não só pela maquiagem perfeita que o envelheceu, como pela performance mais intensa e odiosa de sua carreira. Corcunda, com uma bengala, uma voz diferente e um olhar sinistro.
E falta, agora, falar de Jamie Foxx. Apesar de ter levado para casa o Oscar de Melhor Ator por sua atuação em Ray, o fato é que ele nunca foi um grande intérprete. Aqui, ele está sempre contracenando ou com Waltz apenas ou com Waltz e DiCaprio e, logo antes do clímax, com Waltz, DiCaprio e Jackson. Nessas circunstâncias, pode-se dizer, ao menos, que ele não faz feio e o desenho caricato de seu figurino – de óculos escuros e roupa estilosa de cowboy invencível – empresta uma aura ao personagem que não exige dele um trabalho muito maior do que posar para a câmera com cara de inteligente.
Enfim, Django Livre não é tão marcante quanto ‘Bastardos Inglórios’, mas a genialidade de Tarantino sempre merece ser vista.

Avaliação: ****

0 comentários:

Bilheterias Brasil - TOP 10

Seguidores

  © Blogger templates Newspaper III by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP