terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Viúvas (Viudas)


País: Argentina
Ano: 2011
Gênero: Drama
Duração: 101 min
Direção: Marcos Carnevale
Elenco: Graciela Borges, Valeria Bertuccelli e Rita Cortese.

Sinopse: com o marido à beira da morte, mulher descobre que estava sendo traída.

Crítica: à beira da morte, o músico Augusto chama sua mulher para perto do leito e lhe faz um último pedido: “Cuide dela.” Ela, no caso, é a amante que mantém há cinco anos. Esse é o mote de Viúvas, filme do diretor argentino Marcos Carnevale.
Elena (Graciela Borges) é uma renomada documentarista, na faixa dos 50 anos, bem-sucedida e desejada pelos admiradores de seu trabalho. Qualquer semelhança com as “Helenas” do Maneco não passa de mera coincidência. Já Adela (Valéria Bertucceli), a amante, é uma jovem descontrolada e emotiva.
Enquanto a viúva oficial renega o pedido do marido traidor de cuidar da amante, a viúva estepe tenta estabelecer uma relação com ela, manter o último vínculo com Augusto aceso. Após um momento de desespero com desfecho quase trágico, Elena leva a jovem para passar uns tempos em sua casa. No mesmo período, a diretora está finalizando um documentário no qual várias mulheres falam sobre como o amor pode ser doloroso.
Quando o filme é entrecortado por esses depoimentos fica extremamente novelesco, beirando o dramalhão mexicano. Para completar, as cenas de introspecção de Elena dando voltas pela cidade em seu carro - com enquadramento típico das tramas televisivas e trilha sonora medonha tentando levar à comoção - geram um cansaço absurdo.
A relação entre as ex-mulheres, com Adela sendo cada vez mais invasiva, remete à ligação entre mãe e filha. Graciela Borges (Dois Irmãos) mantém a mesma expressão no longa inteiro com sua personagem rígida e centrada, que contém o barulho do choro enfiando uma toalha na boca. Por outro lado, a histeria de Valéria Bertucceli (XXY) chega a incomodar. Um desperdício diante da capacidade de interpretação dessas atrizes.
Os personagens parecem forçados, e a própria superficialidade e previsibilidade do roteiro não dão margem para ir além. No entanto, o estreante Martín Bossi é que surpreende na pele da empregada travesti Justina, sem a afetação comum depositada na interpretação de tais papéis.
A convivência das duas mulheres em luto poderia ter sido melhor explorada, mas a película fica em cima do muro: a história não instiga a audiência e nem consegue ser interessante o suficiente para uma abordagem mais direta. As cenas dos vídeos caseiros de Augusto com cada mulher, tentando invocar nostalgia, também são dispensáveis.
Uma exceção no cinema argentino, que geralmente produz trabalhos extraordinários.

Avaliação: **

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