Viúvas (Viudas)
País:
Argentina
Ano:
2011
Gênero:
Drama
Duração:
101 min
Direção:
Marcos Carnevale
Elenco: Graciela Borges, Valeria Bertuccelli e Rita Cortese.
Sinopse:
com o marido à beira da morte, mulher descobre que estava sendo traída.
Crítica:
à beira da morte, o músico Augusto chama sua mulher para perto do leito e lhe
faz um último pedido: “Cuide dela.” Ela, no caso, é a amante que mantém há
cinco anos. Esse é o mote de Viúvas, filme do diretor argentino Marcos
Carnevale.
Elena (Graciela Borges) é uma renomada
documentarista, na faixa dos 50 anos, bem-sucedida e desejada pelos admiradores
de seu trabalho. Qualquer semelhança com as “Helenas” do Maneco não passa de
mera coincidência. Já Adela (Valéria Bertucceli), a amante, é uma jovem descontrolada
e emotiva.
Enquanto a viúva oficial renega o pedido do marido
traidor de cuidar da amante, a viúva estepe tenta estabelecer uma relação com
ela, manter o último vínculo com Augusto aceso. Após um momento de desespero
com desfecho quase trágico, Elena leva a jovem para passar uns tempos em sua
casa. No mesmo período, a diretora está finalizando um documentário no qual
várias mulheres falam sobre como o amor pode ser doloroso.
Quando o filme é entrecortado por esses depoimentos
fica extremamente novelesco, beirando o dramalhão mexicano. Para completar, as
cenas de introspecção de Elena dando voltas pela cidade em seu carro - com
enquadramento típico das tramas televisivas e trilha sonora medonha tentando
levar à comoção - geram um cansaço absurdo.
A relação entre as ex-mulheres, com Adela sendo
cada vez mais invasiva, remete à ligação entre mãe e filha. Graciela Borges
(Dois Irmãos) mantém a mesma expressão no longa inteiro com sua personagem
rígida e centrada, que contém o barulho do choro enfiando uma toalha na boca.
Por outro lado, a histeria de Valéria Bertucceli (XXY) chega a incomodar. Um
desperdício diante da capacidade de interpretação dessas atrizes.
Os personagens parecem forçados, e a própria
superficialidade e previsibilidade do roteiro não dão margem para ir além. No
entanto, o estreante Martín Bossi é que surpreende na pele da empregada
travesti Justina, sem a afetação comum depositada na interpretação de tais
papéis.
A convivência das duas mulheres em luto poderia ter
sido melhor explorada, mas a película fica em cima do muro: a história não
instiga a audiência e nem consegue ser interessante o suficiente para uma
abordagem mais direta. As cenas dos vídeos caseiros de Augusto com cada mulher,
tentando invocar nostalgia, também são dispensáveis.
Uma exceção no cinema argentino, que geralmente produz
trabalhos extraordinários.
Avaliação:
**
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