Dossiê Jango
País:
Brasil
Ano:
2013
Gênero:
Documentário
Duração:
101 min
Direção:
Paulo Henrique Fontenelle
Elenco: -
Sinopse: João Goulart havia sido eleito
democraticamente presidente do Brasil, mas foi expulso do cargo após o golpe de
Estado de 1º de abril de 1964. Depois disso, Jango viveu exilado na Argentina,
onde morreu em 1976. As circunstâncias de sua morte no país vizinho não foram
bem explicadas até hoje. Seu corpo foi enterrado imediatamente após a sua
morte, aumentando as suspeitas de assassinato premeditado. Este documentário
traz o assunto de volta à tona e tenta esclarecer publicamente alguns fatos
obscuros da história do Brasil.
Crítica: decididamente, documentário é um gênero de filme
que o Brasil domina. Já deu várias provas disso no cinema. ‘Dossiê Jango’ é um
trabalho quase perfeito, com exceção de alguns minutos que poderiam ter sido
cortados na edição final, por repetição de informação em certos depoimentos.
Muito bem produzido, conta um
lado pouco conhecido da história brasileira até hoje: o breve governo de João
Goulart como presidente e sua suspeita morte (o atentado de óbito aponta infarto,
mas há suspeita de envenenamento) no Uruguai. Numa época conturbada como a
ditadura, advinda com o golpe de Estado em 1964, muitas mortes ficaram mal
explicadas e, ‘coincidentemente’, de pessoas ligadas ao presidente deposto.
Os cortes que mesclam os
depoimentos fazem um elo inteligente entre os fatos que são enriquecidos com
imagens, fotos e gravações da época. Uma verdadeira rede de intriga para
derrubar Jango e, também, para impedir que voltasse ao Brasil e ao poder,
depois de exilado. Essa operação incluiu até a participação dos Estados Unidos,
cujo presidente era o John F. Kennedy que, após ser assassinado, foi sucedido
por Lyndon B. Johnson.
Um documentário realmente esclarecedor
que conta com testemunhos de historiadores, políticos, jornalistas, pessoas que
trabalharam diretamente com Jango, um membro que teria participado da conspiração
contra ele e que hoje está preso no Uruguai e do filho que faz relatos
comoventes sobre a importância de passar a história a limpo. O corpo do pai dele
sequer foi exumado ao chegar ao Brasil.
O nosso país vizinho, Argentina,
condenou alguns militares à prisão perpétua, punindo quem participou da
ditadura militar. A pergunta é: E o Brasil? O que fez até hoje para fazer justiça
às pessoas mortas e desaparecidas?
Avaliação: ***
0 comentários:
Postar um comentário