Nota de Rodapé
País: Israel
Ano:
2011
Gênero: Drama
Duração: 105
min
Direção: Joseph
Cedar
Elenco: Lior
Ashkenazi, Shlomo Bar-Aba, Aliza Rosen e Alma Zack.
Sinopse: falado em Hebraico, o longa conta a história
de Eliezer (Shlomo Bar-Aba) e seu filho Uriel Shkolnik (Lior Ashkenazi),
professores que dedicaram a vida ao estudo do Talmude, livro sagrado do
judaísmo. Eliezer jamais foi reconhecido por seu trabalho de 30 anos de
pesquisa. Seu único feito na vida foi ter uma nota de rodapé no livro de um
professor. Por outro lado, Uriel é um acadêmico em ascensão com diversas obras
publicadas e que gosta de ser bajulado.
Crítica: problemas familiares, sentimentos complexos e
rivalidade entre pais e filhos são os temas desse interessante longa, com um
roteiro elogiável e um elenco competente de interpretações realmente
convincentes.
Partindo de uma história
simples, a trama se desenvolve bem, sem ficar enfadonha, o que acontece também
graças a recursos de sobreposição de imagens, enquadramentos criativos e ao bom
uso do humor em algumas cenas. Tudo isso dá um bom ritmo ao longa. E, apesar de
ser um filme psicológico e profundo, não cai em clichês dramáticos. Uma falha
que pode ser apontada é o pouco destaque dado aos coadjuvantes (sobretudo, a
esposa e o filho de Ariel) que, praticamente, não somam nada à trama.
Logo no início, por meio da
expressão de Eliezer, percebe-se o drama que está por vir. Enquanto Uriel faz
um discurso para agradecer mais um prêmio recebido, a câmera paralisada em
Eliezer registra seu transtorno. O personagem está envolto em um misto de
inveja e vergonha por ter sido arrebatado por tal sentimento. Exprime uma
decepção desoladora por nunca ter ganhado nada.
O pai é tomado por um
complexo de inferioridade que também mostra uma característica da cultura
atual: o velho não é mais visto como um homem cheio de sabedoria, mas como uma
pessoa ultrapassada, que é deixada lado e parece inconveniente em contraponto
ao pragmatismo dos mais jovens.
Quando Eliezer é informado
que ganhou o Prêmio de Israel, almejado durante décadas, Uriel se vê diante de
um dilema, pois é o verdadeiro vencedor. A confusão se dá por causa do
sobrenome dos dois. Daí em diante, o filho entra em um conflito próprio após
ler entrevista do pai denegrindo seu trabalho “superficial”.
Curiosidade: venceu na categoria de melhor roteiro no
Festival de Cannes, em 2011.
Avaliação:
***
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