segunda-feira, 15 de julho de 2013

Nota de Rodapé

País: Israel
Ano: 2011
Gênero: Drama
Duração: 105 min
Direção: Joseph Cedar
Elenco: Lior Ashkenazi, Shlomo Bar-Aba, Aliza Rosen e Alma Zack.

Sinopse: falado em Hebraico, o longa conta a história de Eliezer (Shlomo Bar-Aba) e seu filho Uriel Shkolnik (Lior Ashkenazi), professores que dedicaram a vida ao estudo do Talmude, livro sagrado do judaísmo. Eliezer jamais foi reconhecido por seu trabalho de 30 anos de pesquisa. Seu único feito na vida foi ter uma nota de rodapé no livro de um professor. Por outro lado, Uriel é um acadêmico em ascensão com diversas obras publicadas e que gosta de ser bajulado.

Crítica: problemas familiares, sentimentos complexos e rivalidade entre pais e filhos são os temas desse interessante longa, com um roteiro elogiável e um elenco competente de interpretações realmente convincentes.
Partindo de uma história simples, a trama se desenvolve bem, sem ficar enfadonha, o que acontece também graças a recursos de sobreposição de imagens, enquadramentos criativos e ao bom uso do humor em algumas cenas. Tudo isso dá um bom ritmo ao longa. E, apesar de ser um filme psicológico e profundo, não cai em clichês dramáticos. Uma falha que pode ser apontada é o pouco destaque dado aos coadjuvantes (sobretudo, a esposa e o filho de Ariel) que, praticamente, não somam nada à trama.
Logo no início, por meio da expressão de Eliezer, percebe-se o drama que está por vir. Enquanto Uriel faz um discurso para agradecer mais um prêmio recebido, a câmera paralisada em Eliezer registra seu transtorno. O personagem está envolto em um misto de inveja e vergonha por ter sido arrebatado por tal sentimento. Exprime uma decepção desoladora por nunca ter ganhado nada.
O pai é tomado por um complexo de inferioridade que também mostra uma característica da cultura atual: o velho não é mais visto como um homem cheio de sabedoria, mas como uma pessoa ultrapassada, que é deixada lado e parece inconveniente em contraponto ao pragmatismo dos mais jovens.
Quando Eliezer é informado que ganhou o Prêmio de Israel, almejado durante décadas, Uriel se vê diante de um dilema, pois é o verdadeiro vencedor. A confusão se dá por causa do sobrenome dos dois. Daí em diante, o filho entra em um conflito próprio após ler entrevista do pai denegrindo seu trabalho “superficial”.

Curiosidade: venceu na categoria de melhor roteiro no Festival de Cannes, em 2011.


Avaliação: ***

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