The Cove - A Baía da Vergonha
País: EUA
Ano:
2009
Gênero: Documentário
Duração: 92
min
Direção: Louie
Psihoyos
Elenco: Ric O’Barry,
Joe Chisholm, Mandy-Rae Cruikshank, Charles Hambleton e Simon Hutchins.
Sinopse: "The
Cove - A Baía da Vergonha" mostra um grupo de ativistas ambientalistas
que, munidos de equipamentos de filmagem com alta tecnologia e liderados pelo
treinador de golfinhos Ric O’Barry, vão até uma enseada próxima de Taijii, no
Japão, para registrar a chocante caça aos golfinhos e o cruel abuso desses
animais.
Crítica: o documentário já começa com uma câmera especial
para a noite e recorre a uma série de outros recursos durante o filme para retratar
o massacre de golfinhos em Taijii, no Japão.
É a única forma de
denunciar uma prática que, segundo pescadores locais, faz parte da ‘cultura
japonesa’. Difícil entender a justificativa da matança de 23.000 golfinhos por
ano em nome de uma tradição. Com o passar do filme é nítida que a única tradição
é a de ganhar dinheiro.
A equipe de biólogos,
cientistas e ativistas (há até um casal de mergulhadores voluntário) não mede
esforços para registrar cenas inéditas e flagrar a matança. As atrocidades chocam.
Além de capturarem golfinhos nariz-de-garrafa (como o famoso Flipper) ainda
bebês em suas redes gigantes, os que não são escolhidos para os parques aquáticos
são assassinados ali mesmo na praia, com lanças espetadas insistentemente, a
ponto de toda a água formar um mar de sangue. É duro assistir a isso e não se
comover, tamanha a brutalidade. Não seria mais humano, pelo menos, deixar
partir os que não são escolhidos?
Mas o pior ainda está por
vir. O documentário revela que a carne de golfinho está sendo consumida enganosamente,
vendida como carne de baleia e, também, sendo inserida na merenda escolar de crianças
na cidade. A gravidade está na presença de mercúrio no golfinho, o mais alto de
todas as espécies marinhas. O Japão parece ter memória curta, tendo em vista
que 1953, na cidade de Minamata, 79 pessoas morreram em consequência da
intoxicação por mercúrio. A cidade é uma região de pesca também e a maioria dos
doentes vivia dessa atividade, consumindo peixes regularmente.
A população japonesa em
geral parece desconhecer toda essa história de atrocidades, o que facilita a
continuação dessa atividade. Foi preciso alguém de fora alertar o mundo do
crime contra essas lindas criaturas que, como uma jovem quando é entrevistada
diz: “As pessoas não querem comer o golfinho. É mais um animal para ver.”
O interessante é
que Ric O’Barry, que foi quem treinou o 'Flipper' para o famoso filme de 1996 e
até fundou um parque aquático com shows exibicionistas de golfinhos, hoje luta bravamente
contra esse erro. “Passei 10 anos nessa atividade, agora estou há 35 anos tentando
acabar com ela”. À época, havia apenas 3 parques no mundo; hoje são inúmeros e movimentam
milhões e milhões. Os golfinhos que vivem nos tanques dos parques ficam
completamente estressados devido ao barulho, já que possuem uma audição extremamente
sensível. Para diminuir esses efeitos, são dopados com remédios.
O filme é completo.
Partindo de um pequeno ponto do mar japonês, amplia o campo de visão em várias
direções, revelando todas as consequências dessa barbárie e derrubando todos os
argumentos que ainda tentam justificar a captura e a morte dos golfinhos. A
dedicação desse ex-treinador de golfinhos e de toda sua equipe é total e convicta no que
pretende: acabar com a pesca em Taijii. Durante todas as vezes que tentaram se
aproximar da praia para fazer alguma filmagem ou fotografar foram ameaçados e
impedidos de seguir adiante. Foram seguidos por policiais, pescadores e até pela
máfia japonesa onde quer que fossem. Ou seja, captar todas essa imagens não foi
tarefa fácil, mas eles conseguiram.
Os japoneses podem
continuar controlando o mercado mundial do peixe, desde que de forma correta,
consciente, nobre e ética. Um pouco mais de respeito à vida tornaria tudo isso
possível.
Curiosidade: vencedor do Oscar de Melhor Documentário em
2010. ACESSE O LINK abaixo para assinar a petição e ajudar a salvar os
golfinhos do Japão.
Avaliação:
*****
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