quinta-feira, 31 de maio de 2012

A Delicadeza do Amor (La Delicatesse)

País: França
Ano: 2011
Gênero: Romance
Duração: 108 min
Direção: David Foenkinos e Stéphane Foenkinos
Elenco: Com Audrey Tautou, François Damiens e Bruno Todeschini.

Sinopse: mulher tem a vida transformada após a morte do marido.

Crítica: divertido, bonito, poético e delicado, assim é o filme como o próprio nome sugere. E o personagem de Nathalie caiu como uma luva para Audrey Tautou.
Delicadeza é o termo certo para descrever a forma como Nathalie lida com os caminhos inesperados de sua vida: de vendedora de programas de peças de teatro a um emprego promissor; de um casamento apaixonado à perda repentina; e do luto doloroso a uma tentativa de restauração de seu afeto.
Mesmo recheado de uma beleza romântica bem colocada, às vezes o filme dá algumas voltas desnecessárias, alternando momentos absolutamente sublimes – como o belíssimo e poético desfecho – com outros cheios de clichês românticos.
Como a história de Nathalie é fora do comum e dos padrões, desvincula-se dos roteiros previsíveis e personagens estereotipados. Mas ganha mesmo força com a entrada em cena de Markus (François Damiens). Ele é o estranho colega de trabalho de Nathalie, um sueco desajeitado que vive na França. É este personagem o grande achado do filme, que cresce sempre que ele está em cena. Com jeito meio abobado e compartilhando de uma ingenuidade delicada, surgirá entre ele e a protagonista uma química improvável. E, também, as tiradas mais divertidas do filme. Você vai rir muito e vai adorar o final.

Avaliação: ***

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Flores do Oriente (The Flowers of War)

País: China/Hong Kong
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 146 min
Direção: Zang Yimou, Christian Bale, Ni Ni e Xinyi Zhang.

Sinopse: em uma cidade devastada, grupo de refugiados se reúne em uma igreja para se proteger das ruas. Entre eles está John Miller, que se passa por padre para salvar a própria vida.

Crítica: o ‘Massacre de Nanquim’, crime de guerra cometido pelo Exército Imperial Japonês quando da invasão da então capital da República da China, em 1937, é o pano de fundo para o longa-metragem. Historiadores estimam que cerca de 200 mil pessoas tenham sido dizimadas pelos japoneses, responsáveis por inúmeras atrocidades contra militares e civis indiscriminadamente, incluindo o estupro coletivo de milhares de mulheres. Para os chineses, o número de vítimas foi bem maior.
Pena que o tratamento à história tenha sido superficial e fraco. Valorizou-se muito mais a estética, a ambientação, a direção de arte e a fotografia, todas impecáveis, particularidades comuns ao diretor Zang Yimou (O Clã das Adagas Voadoras).
Ao retratar o grupo de jovens estudantes de um convento que se refugia numa igreja na esperança de escapar dos soldados japoneses, malvados e cruéis, interessados apenas em pilhagem e estupro, a direção peca na construção de seus personagens. O excesso nas ações violentas, a interpretação amadora dos algozes e a sobrecarga no melodrama diminuem o que poderia ser uma grande obra. Até mesmo, o personagem de Christian Bale (um agente funerário que se passará pelo “padre John”) é enfraquecido ao transformar-se tão rapidamente, de um beberrão egoísta a um altruísta defensor de estudantes, capaz de tudo para ajudá-las a fugir da cidade ocupada.
O conflito da trama muda momentaneamente com a chegada de um grupo de prostitutas à igreja, elas também em busca de refúgio. A animosidade entre as alunas e prostitutas, tendo John e um jovem rapaz chinês (um grande herói, tendo salvado as meninas duas vezes) como mediadores, dão fluidez e consistência à trama, tão marcada pela violência.
Aclamado como o mais caro filme chinês de todos os tempos, ‘Flores do Oriente’ erra, somente, na força emocional de seus personagens, que deveria estar equilibrada com a beleza das imagens e as sequências de luta.
Apesar das deficiências citadas, é uma produção belíssima. O diretor demonstra toda habilidade na condução de cenas de ação, estejam seus personagens empunhando espadas ou fuzis.

Avaliação: ***

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Homens de Preto 3 (Men in Black 3)

País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Ficção
Duração: 100 min
Direção: Barry Sonnenfeld
Elenco: Will Smith, Tommy Lee Jones, Josh Brolin, Jemaine Clement e Bill Hader.

Sinopse: o agente J. volta aos anos 1960 para evitar a morte do agente K. e para conter uma ameaça alienígena.

Crítica: com um investimento de milhões em publicidade e uma tecnologia que dá um banho de qualidade em efeitos especiais no clássico de 1997 (e deixa a sequência de 2002 no ‘chinelo’), o resultado cumpre o que promete e traz aos cinemas um "pipocão" divertido que mostra ser mais que apenas efeitos especiais. Aos exigentes, é bom ressaltar que algumas grosseiras falhas de continuidade gritam na telona, mas elas não comprometem em absoluto o mergulho nas explosões e risadas que o longa reserva.
No roteiro, nada de muito elaborado: o extraterrestre boglodiano Boris, o Animal (Jemaine Clement) volta para atormentar a vida do planeta e quer se vingar de seu antigo inimigo Agente K (Tommy Lee Jones) e conseguir, finalmente, conquistar a terra. A fim de salvar o parceiro e o planeta, o Agente J (Will Smith) se vê obrigado a voltar no tempo para impedir que o vilão concretize seus planos. E é lá, no passado, onde encontra seu parceiro Agente K mais jovem (Josh Brolin) e tenta convencê-lo a ajudar em sua tarefa.
Após um início lento que beira o pastelão, é possível um suspiro de alívio ao ver o filme realmente engatar em um humor mais inteligente e rebuscado. Misturando personalidades atuais (e do passado) ao universo alienígena, o roteiro coloca na trama menções a celebridades como Justin Bieber, Lady Gaga e até mesmo Andy Warhol, que, interpretado por Bill Hader (Saturday Night Live), possui uma curta mas marcante presença no longa, e é responsável pela sequência clímax de suas risadas.
Will Smith também dá o tempero a mais ditando o ritmo das tiradas do filme e Josh Brolin rouba a cena com uma interpretação que é literalmente uma cópia mais nova de Tommy Lee Jones no papel de Agente K. No entanto, os amantes de 3D provavelmente terão uma leve decepção, pois não se vê quase diferença ao assistir às cenas de ação com os óculos.
Ainda que tudo leve a um final tanto quanto forçado para explicar "como tudo começou", para os amantes da sequência deve valer a pena sentar e aproveitar a viagem que o filme convida a fazer.

Avaliação: ***

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Amores Imaginários (Les Amours Imaginaires)

País: Canadá
Ano: 2010
Gênero: Drama
Duração: 93 min
Direção: Xavier Dolan
Elenco: Xavier Dolan, Monia Chokri e Niels Schneider.

Sinopse: Marie e o melhor amigo gay, Francis, acabam se apaixonado pela mesma pessoa, Nicolas.

Crítica: o diretor Xavier Dolan, por seu filme ‘Eu Matei Minha Mãe’ (2009), recebeu prêmios dos Festivais Francês e Canadense de Cinema. 
No entanto, o novo trabalho decepciona e não consegue falar dos problemas de amor como pretende. Disfarçado de ensaio profundo, belo e descolado, não passa de um filme falso envolvido em uma enorme aura superficial.
Na história, temos Francis (Xavier Dolan) e Mari (Monia Chokri), amigos até a chegada do lindo Nicolas (Niels Schneider) à cidade, que desencadeia uma competição para quem vai ficar com o muso. Uma estrutura de triângulo que remete a ‘Jules e Jim – Uma Mulher Para Dois’, de Truffaut (filme francês, de 1962).
Só que aqui os personagens são de mentira, vazios, plásticos, são a representação mais simplista, egoísta e vazia do que é o amor.
Para tentar dar uma dimensão dramática e poética à sua história de triângulo amoroso, com seus personagens histéricos e individualistas, o diretor recorre às cores, à câmera lenta e a uma música ao fundo, mas não convence.
Sem inovação, narrativa real e profunda e densidade de personagens, o filme soa como uma simples pretensão de se fazer cinema.

Avaliação: **

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Plano de Fuga (Get the Gringo)

País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Ação
Duração: 95 min
Direção: Adrian Grunberg
Elenco: Mel Gibson, Peter Stormare, Dean Norris, Daniel Giménez Cacho, Dolores Heredia, Jesús Ochoa, Tenoch Huerta e Kevin Hernandez.

Sinopse: ladrão americano é detido no México, onde faz amizade com um garoto de 10 anos.

Crítica: depois de algum tempo afastado das telas, no qual se dedicou a colecionar escândalos envolvendo alcoolismo, violência, racismo e preconceito, Mel Gibson voltou à ativa tentando lembrar os velhos papéis com um protagonista carismático e durão de séries, como em Máquina Mortífera e em Mad Max.
Porém, o longa não consegue decolar. Para se ter uma ideia, nos EUA o filme sequer foi lançado diretamente em DVD ser ir para o cinema.
É bem conduzido, com muitas sequências de ação, tiroteios, diálogos divertidos e uma trama que se encaixa. A cena de abertura é ótima, mas o desenvolvimento previsível, o excesso de personagens e o fato do presídio/cidade mexicana, chamado El Pueblito onde se passa a história, ser tão fictício a ponto de não convencer, prejudicam a história.
O destaque é o menino de 10 anos (Kevin Hernandez) com quem Mel Gibson (Gringo) faz amizade. Bastante carismático, exerce seu papel a contento.
É uma boa diversão, descompromissada.

Avaliação: **

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Mr. Sganzerla – Os Signos da Luz

País: Brasil
Ano: 2011
Gênero: Documentário
Duração: 90 min
Direção: Joel Pizzini
Elenco: -

Sinopse: filme-ensaio investiga o cinema de Rogério Sganzerla por meio de influências e parcerias do diretor catarinense com nomes como Bressane e Helena Ignez.

Curiosidade: Joel Pizzini é autor de filmes-ensaio, videoinstalações e textos críticos. É conselheiro da Escola do Audiovisual de Fortaleza; professor da Faculdade de Artes do Paraná; curador da restauração da obra de Glauber Rocha e codiretor, com Paloma Rocha, dos documentários extras dos DVDs do cineasta.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Oliver Sherman – Uma Vida em Conflito (Oliver Sherman)

País: Canadá
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 88 min
Direção: Ryan Redford
Elenco: Garret Dillahunt, Donal Logue e Molly Parker.

Sinopse: o veterano Oliver Sherman sente-se perdido, desolado e decide ir atrás de Franklin, o soldado que o resgatou. Ao encontrá-lo, Oliver observa que a nova vida do amigo desperta sentimentos que ele preferia esconder.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Drum (Drum)

País: África do Sul/França
Ano: 2004
Duração: 104 min
Direção: Zola Maseko
Elenco: Gabriel Mann, Jason Fleming eTaye Digs.

Sinopse: Drum é um filme sobre a vida de Henry Nxumalo, jornalista de investigação famoso nos anos 50 em Sophiatown, bairro símbolo da resistência cultural em Joanesburgo (África do Sul). Ele trabalha em uma revista negra da moda, Drum, verdadeira arma de mídia na época. Durante esta época, toda uma geração de autores, críticos, músicos e jornalistas exigentes sul-africanos surgiu e se expressou nessa resistência. Henry Nxumalo arriscou a vida denunciando as condições de tratamento dos negros que viveram e trabalharam durante os anos de segregação, apesar do assédio constante por parte das autoridades.

Crítica: o trabalho é válido por retratar a vida, a luta e a morte de um jornalista de investigação e toda a repressão vivida nos anos 50, na África do Sul, em que os regimes governamentais adotaram o apartheid, onde os negros tiveram seus direitos cerceados.
A ambientação é bem feita, a trama conduzida corretamente, apesar de alguns escorregões, mas a falha maior está na escalação do elenco, que deixou a desejar.
No entanto, pela valia da história, vale a pena assistir.

Avaliação: ***

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Eu e Meu Branco (Moi et Mon Blanc)

País: Burkina Faso/França/Suécia
Ano: 2003
Duração: 90 min
Direção: S. Pierrre Yameogo
Elenco: Anne Roussel, Bruno Predebon, Micheline Compaoré, Pierre Loup Rajot e Ray Ainsi Lema.

Sinopse: Mamadi, estudante de Burkina Faso, e Frank, jovem francês, trabalham como vigias em um estacionamento, à noite. Através das telas do equipamento de segurança acompanham as idas e vindas, a prostituição e o tráfico de drogas que acontece entre o movimento dos automóveis. Uma noite, Mamadi e Frank descobrem um embrulho abandonado, com drogas e dinheiro, e decidem ficar com ele, mas são perseguidos pelos donos, escondem-se um tempo na casa de Frank e depois voam para a África. Nessa aventura, cada um deles vai descobrir o mundo do outro.

Crítica: apesar do baixo orçamento e da qualidade de imagem e som abaixo da média, o filme surpreende pela força de seu roteiro e capacidade crítica, o que compensa quaisquer de seus defeitos.
Às vezes, as cenas são um pouco lentas, os diálogos, escassos, mas as situações vividas por seu protagonista Mamadi denotam tanta veracidade e expõem outras tantas verdades que envolvem o espectador em suas tentativas de seguir adiante, de buscar aquilo em que acredita.
A narrativa não poupa críticas ao racismo, ao preconceito, à xenofobia, à desigualdade social, à política de imigração (Mamadi sai de Burkina Faso para estudar Ciências Políticas em Paris), e à sociedade repleta de hipocrisias. E o mais interessante, mostra dois mundos completamente distintos, sem julgar ou sentenciar.
Um belo trabalho que faz você considerar outros pontos de vista, que não somente o seu.

Avaliação: ***

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Sonhos em Movimento (Dancing Dreams)

País: Alemanha
Ano: 2010
Gênero: Documentário
Duração: 90 min
Direção: Anne Linsel e Rainer Hoffman

Sinopse: a coreógrafa Pina Bausch fez uma montagem do espetáculo Kontakthof com jovens que nunca haviam dançado antes. O documentário foi filmado poucos meses antes da morte de Pina.

Crítica:       
Avaliação: a conferir

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sexta-feira, 18 de maio de 2012

O Sonho Britânico para 2012 (Going for Green – Britain’s 2012 Dream)

País: Reino Unido
Ano: 2011
Gênero: Documentário
Duração: 60 min
Direção: Erwin Wagenhofer
Elenco: -

Sinopse: o documentário retrata a revitalização do East End londrino para construção do Parque que sediará as olimpíadas de 2012. Da descontaminação do solo e rios até a reutilização de restos de demolição, o Parque Olímpico é exemplo de construção sustentável e de planejamento para um legado efetivo e duradouro para a cidade sede.

Crítica: o filme é um estímulo à sustentabilidade. De forma direta e enxuta, mostra o envolvimento de todas as pessoas envolvidas no projeto do parque até a sua construção. Antes da concretização e do sucesso, barreiras tiveram que ser vencidas. Competência, responsabilidade e dedicação foram fundamentais para que tudo desse certo.
Acima de tudo, o documentário revela que tudo é possível quando todos querem e cada um faz a sua parte. Uma aula de cidadania e de civilidade!

Curiosidade: exibido no Festival de Cinema Europeu, que integrou a programação da Semana da Europa no Brasil.

Avaliação: ***

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Para que Serve um Urso? (¿Para qué sirve um oso?)

País: Espanha
Ano: 2012
Gênero: Ficção
Duração: 100 min
Direção: Tom Fernández
Elenco: Javier Câmara e Geraldine Chaplin.

Sinopse: dois irmãos dedicaram sua vida à ciência: Guillermo é um biólogo que perdeu a fé enquanto Alejandro é um zoólogo que tem muita fé. Ambos passaram tanto tempo tentando salvar o planeta que se esqueceram do mais importante: fazê-lo juntos.

Crítica: uma direção eficiente que mescla humor e ironia na medida certa. As atuações de Javier Câmara e Geraldine Chaplin são excelentes.
Boas sequências e diálogos inteligentes fazem o filme fluir com uma narrativa agradável. Vale a pena conferir.

Curiosidade: exibido no Festival de Cinema Europeu, que integrou a programação da  Semana da Europa no Brasil.

Avaliação: ***

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O Tempo das Garças (Le Temps des Grâces)

País: França
Ano: 2009
Gênero: Documentário
Duração: 123 min
Direção: Dominique Marchais
Elenco: -

Sinopse: revela os bastidores do mundo agrícola francês atual através das narrativas de agricultores, pesquisadores, agrônomos e escritores. Um mundo que é capaz de resistir às mudanças econômicas, científicas e sociais que o atingiram e continua a manter os laços entre gerações.

Crítica: o documentário é uma investigação documental sobre o mundo da agricultura nos dias de hoje, vista através de vários testemunhos: agricultores, pesquisadores, funcionários do governo, escritores. Trata-se de um mundo que tem conseguido resistir às perturbações que enfrenta, tanto econômicas, como científicas e sociais, e que continua, apesar de tudo, a manter a ligação entre gerações. Num tempo onde apenas os grandes projetos têm lugar, há uma certa nostalgia relativamente às alterações e perdas que vêm acontecendo na agricultura. O conhecimento ou o respeito pela natureza já não são os mesmos. O êxodo rural e as dificuldades financeiras vieram pôr um fim às fazendas de tamanho humano para dar lugar a vastos campos com centenas de hectares; a biodiversidade deu lugar à racionalização da produção.

Curiosidade: exibido no Festival de Cinema Europeu, que integrou a programação da Semana da Europa no Brasil.

Avaliação: ***

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O Exótico Hotel Marigold (The Best Exotic Marigold Hotel)

País: Reino Unido
Ano: 2011
Gênero: Comédia
Duração: 124 min
Direção: John Madden
Elenco: Judi Dench, Tom Wilkinson, Maggie Smith, Bill Nighy, Penelope Wilton, Ronald Pickup e Celia Imrie.

Sinopse: um grupo de aposentados decide passar alguns dias em um hotel na Índia, que se mostra bem diferente do folheto da propaganda.

Crítica: sem pretensão, uma história simples e um elenco por demais consagrado. O resultado é um filme prazeroso de se ver.
Evelyn ficou viúva recentemente e não sabe o que fazer da vida sem seu marido. Graham (vivido pelo sempre competente Tom Wilkinson) é um juiz que está se aposentando. Douglas e Jean estão cansados do casamento e estão com dividas até o pescoço. Norman é o senhor que está à procura de uma mulher. Madge quer viver uma nova aventura. Muriel é uma senhora preconceituosa e rabugenta. Em comum: todos são britânicos, aposentados e decidem partir para a Índia para passar um tempo no Hotel Marigold, considerado pelo próprio dono como o “o melhor exótico hotel da Índia”. Mas quando todos chegam lá, percebem que não é exatamente o que esperavam…
A história poderia tomar qualquer rumo, inclusive um drama pesado sobre o fim da vida de um grupo de pessoas mais velhas. Felizmente segue por um caminho oposto, que, ao mesmo tempo adiciona pitadas de drama, sem fugir de um rabugento e inteligente humor proveniente de uma idade mais avançada. É leve e prazeroso acompanhar as peripécias desses setes protagonistas que, conseguem serem desenvolvidos por igual, mesmo que haja aqueles que se destaquem mais. O início em que as histórias individuais são entrepostas ajuda para que o começo seja ágil e que conheçamos todos e algumas de suas características.
É, sem dúvida, uma direção acertada e inteligente de alguém que saber criar um universo crível e um tanto diferente do esperado. Ele aborda os temas que vêm com a idade, como a solidão, a tristeza, a morte, mas também outros que raramente vemos em tela, como a sexualidade e a paixão que ainda existe nessa idade.
Um retrato real e interessante, contado de forma leve e descompromissada, e com uma mensagem inspiradora.

Avaliação: ***

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Vale dos Esquecidos

País: Brasil
Ano: 2010
Gênero: Documentário
Duração: 72 min
Direção: Maria Raduan
Elenco: -

Sinopse: a obra aborda um conflito por terras envolvendo índios, posseiros, fazendeiros e sem terras que já dura mais de 40 anos no Estado do Mato Grosso.

Crítica: o documentário aborda um assunto complexo, aparentemente insolúvel, que merecia mesmo ser esmiuçado num longa-metragem e apresentado aos brasileiros que desconhecem esta e muitas outras realidades insólitas deste país. A cena inicial de impressionantes queimadas mostra o que está por vir.
De execução formal e sem inovações narrativas, o filme explora com competência o universo do conflito e tenta entender a disputa por terra colocando-se no lugar de índios, posseiros, fazendeiros e sem-terra num rincão do Brasil em guerra consigo mesmo. A diretora é muito sensível nesse ponto e mostra o que realmente é relevante. O trabalho é criterioso na montagem, na estrutura narrativa que contextualiza o drama, e na escolha das imagens fortes que valem tanto ou mais que os depoimentos.
A região do embate foi considerada o maior latifúndio do mundo na década de 70. Conhecida como Fazenda Suiá-Missú, tinha área é equivalente a 252 vezes a ilha de Manhattan. A fazenda com proporções de país foi criada a partir de um financiamento de US$ 30 milhões dado pela SUDAM a um grupo empresarial. A transação só foi possível graças a um documento da SPI, hoje FUNAI, atestando a inexistência de índios na região, o que não era verdade. Posteriormente, os índios que “não existiam” foram expulsos de sua terra.
A diretora foi à área, distante 14 horas de Goiânia, atrás da história dos índios, mas diante do quadro que encontrou optou por mostrar os diferentes pontos de vista. A decisão foi acertada. Mesmo sem a necessidade de ser imparcial ou mostrar todos os pontos de vista, dar espaço para os representantes de cada lado do conflito fez de ‘Vale dos Esquecidos’ uma obra capaz de produzir um entendimento abrangente do drama e um panorama do Brasil que poucos conhecem.
A fotografia traduz bem o desolamento do local onde se desenrola a disputa, uma região pouco habitada que vive um ciclo constante de queimadas, espécie de munição nas mãos dos oponentes desta guerra por terras. E a palavra guerra aqui não é uma mera figura de linguagem. Caciques, fazendeiros e posseiros não escondem em nenhum momento a disposição para o enfrentamento violento na defesa do que acreditam ser o correto. O pano de fundo por trás deste faroeste é a inépcia e omissão do Estado.

Curiosidade: exibido com destaque nos Festivais de Chicago, Hotdocs (Canadá) e ‘É Tudo Verdade’.

Avaliação: ***

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O Corvo (The Raven)

País: Hungria/Espanha/EUA
Ano: 2012
Gênero: Suspense
Duração: 111 min
Direção: James McTeigue
Elenco: John Cusack, Luke Evans e Alice Eve.

Sinopse: o escritor Edgar Allan Poe está à procura de um assassino que se espelha nos crimes dos contos escritos por ele.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Romance de Formação

País: Brasil
Ano: 2010
Gênero: Documentário
Duração: 74 min
Direção: Julia De Simone
Elenco: -

Sinopse: documentário acompanha a descoberta de quatro jovens durante suas carreiras acadêmicas.

Crítica: o tema escolhido é interessante. O longa mostra quatro talentosos jovens brasileiros diante das câmeras, mas também atrás delas. Acompanha o dia-a-dia de cada um nos grandes centros de ensino superior em que estudam. Em busca de uma excelência profissional distante da realidade da maioria dos compatriotas, estes estudantes destacam-se em instituições como as Universidades de Harvard e Stanford, a escola de música de Karlshure, na Alemanha, e o IME (Instituto Militar de Engenharia), no Brasil.
Naturalmente, nem tudo é só entusiasmo e alegria na vida desses jovens. O futuro promissor cobra um preço e o anseio por uma vida profissional de grandes realizações se revela gratificante nas conquistas, mas dura nas perdas e desilusões.
Aqui, a câmera é condutora da narrativa e não somente um aparato técnico para captar imagens. Distancia-se, aproxima-se e interage quando necessário.
Às vezes, até imagens de celular e webcam feita por um dos personagens compõem o trabalho, o que não empobrece a obra. É apenas uma forma de se aproximar mais do personagem.
Bastante enxuto, faltaram alguns detalhes que explicassem mais como os estudantes ali chegaram, o que criaria um vínculo maior entre espectador e personagem.
Em resumo, retrata as histórias de superação do pianista prodígio na Alemanha; da estudante de literatura em Stanford; do jovem no curso de Direito Internacional em Harvard; e do mineiro de família simples estudando no Instituto Militar de Engenharia (IME), no Rio de Janeiro.
Num país onde geralmente se contenta o ‘mais ou menos’, é gratificante ver jovens que buscam a excelência.

Avaliação: **

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quarta-feira, 9 de maio de 2012

As Neves do Kilimanjaro

País: França
Ano: 2011
Gênero: Drama
Duração: 90 min
Direção: Robert Guédiguian
Elenco: Ariane Ascaride, Jean-Pierre Darroussin, Gérard Meylan, Marilyne Canto, Grégoire Leprince-Ringuet, Anaïs Demoustier, Adrien Jolivet, Robinson Stévenin e Karole Rocher

Sinopse: apesar de ter perdido o emprego, Michel (Jean-Pierre Darroussin) leva uma vida feliz com Marie-Claire (Ariane Ascaride). Eles estão apaixonados há mais de 30 anos, seus filhos e netos lhes dão alegria e vivem cercados de amigos próximos. Ambos se orgulham de sua luta política e seus valores morais. Mas a felicidade do casal é interrompida quando dois homens armados e mascarados os amarram e atacam violentamente, roubando o dinheiro que tinham guardado para fazer uma viagem ao monte Kilimanjaro. Michel e Marie-Claire ficam ainda mais chocados quando descobrem o autor do ataque.

Crítica: uma trama criativa e inteligente para a abordagem crítica da realidade de muitos países europeus no momento: o desemprego. A direção acerta na condução da história, na escolha dos atores (mirins e adultos) e nos diálogos, bastante questionadores das atitudes que devem ou não ser tomadas.
Algumas cenas destacam-se pela naturalidade e sensibilidade extrema dos protagonistas. A mensagem final é ótima: é possível fazer a diferença.

Avaliação: ****

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Conspiração Americana (The Conspirator)

Ano: 2010
Gênero: Drama
Duração: 122 min
Direção: Robert Redford
Elenco: James McAvoy, Evan Rachel Wood, James McAvoy, Alexis Bledel, Justin Long, Robin Wright, Tom Wilkinson, Norman Reedus, Kevin Kline, Danny Huston, Toby Kebbell e Gerald Blestrom.

Sinopse: na esteira do assassinato do presidente Abraham Lincoln (Gerald Bestrom), sete homens e uma mulher, Mary Surrat (Robin Wright) foram presos e acusados de conspiração para matar o presidente, o vice e o secretário de Estado. Surrat, de 42 anos, era proprietária do local onde John Wilkes Booth (Toby Kebbell) e outros se encontravam para planejar os ataques simultâneos. Herói da Guerra Civil e advogado recém-formado, Frederick Aiken (James McAvoy) decide defender a mulher diante do tribunal militar e, no decorrer do julgamento, começa a perceber que sua cliente pode ser inocente das acusações, sendo usada somente para atrair o verdadeiro culpado, seu próprio filho.

Crítica: uma direção exemplar e um roteiro inteligente contam com precisão o assassinato do presidente Abraham Lincoln.
Baseado em fatos reais, o filme abusa dos detalhes dos acontecimentos e dá uma aula de história. O elenco é excelente (destaque para James MacAvoy e Robin Wright, que vivem seus personagens com intensidade) e a constituição de época, perfeita.
Uma bela produção que merece ser conferida.

Avaliação: ****

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Luz nas Trevas

País: Brasil
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 83 min
Direção: Helena Ignez e Icaro C. Martins
Elenco: Ney Matogrosso, Maria Luísa Mendonça, Simone Spoladore, Paulo Goulart e Thunderbird.

Sinopse: trajetória de Jorge Bronze, conhecido pelo codinome Tudo-ou-Nada (André Guerreiro) filho do famoso Bandido de Luz Vermelha (Ney Matogrosso), que assaltava casas de ricos paulistanos e foi transformado em ícone pelo jornal Notícias Populares.

Crítica: adaptado do roteiro escrito por Rogerio Sganzerla, antes do seu falecimento, é antes de tudo uma homenagem ao cinema do passado com pitadas de críticas sociais. Falando sobre o Bandido da Luz Vermelha e, paralelamente, de um suposto filho do criminoso, o filme marca a estreia de Ney Matogrosso como protagonista num longa.
Na trama conhecemos a trajetória do criminoso que tem o nome de batismo Jorge Bronze, mas é conhecido mesmo pelo seu apelido, Tudo-ou-Nada (vivido por André Guerreiro), filho do famoso Bandido de Luz Vermelha (Ney Matogrosso), que há décadas atrás assaltava casas de ricaços e ganhou manchetes nos jornais sendo transformado em ícone por algumas mídias. Entre um letreiro e outro, ouvimos reflexões do famoso prisioneiro, que praticamente narra o que vemos na telona indiretamente.
Diálogos trágicos cômicos e muitas frases de efeito declamadas por Ney Matogrosso, que desempenha bem seu papel.

Avaliação: **

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Garoto Cósmico

Garoto Cósmico
País: Brasil
Ano: 2007
Gênero: Animação
Duração: 75 min
Direção: Alê Abreu
Elenco: Aleph Naldi, Bianca Rayen e Mateus Duarte.

Sinopse: Cósmico, Luna e Maninho são crianças de um mundo futurista, onde as vidas são totalmente programadas. Certa noite, buscando mais pontos para obterem um bônus na escola, os três perdem-se no espaço e descobrem um universo infinito, esquecido num pequeno circo. Depois de muita brincadeira e tantas novas experiências, o mundo da programação envia um representante especial para resgatá-los. É hora de escolher seus próprios caminhos.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Um Homem de Sorte (The Luck One)

País: EUA
Ano: 2011
Gênero: Drama
Duração: 110 min
Direção: Scott Hicks
Elenco: Zac Efron, Taylor Schilling, Blythe Danner, Jay R. Ferguson, Riley Thomas Stewart, Joe Chrest, Adam LeFevre e Courtney J. Clark.

Sinopse: Sargento da Marinha dos EUA, Logan Thibault (Zac Efron) retorna de seu terceiro turno de serviço no Iraque, com o que ele acredita que salvou sua vida, uma fotografia que encontrou de uma mulher que ele nem conhece. Ao descobrir que seu nome é Beth (Taylor Schilling) e onde ela mora, o sargento aparece em sua porta e acaba por aceitar um emprego em seu canil familiar local. Apesar da desconfiança inicial de Beth e as complicações em sua vida, um romance acontece entre eles, dando a Logan a esperança de que Beth pode ser muito mais do que seu amuleto da sorte.

Crítica: o filme é um conjunto de obviedades e de fórmulas repetidas à exaustão. O roteiro, sem a menor inovação, traz para a tela mais um longa meloso e açucarado, com personagens irreais. Nem o cenário reconstituído da Guerra do Iraque, onde o sargento da Marinha norte-americana, Logan Thibault (Zac Efron), acredita ter sobrevivido à guerra graças a um amuleto: a foto de uma mulher que encontrou no meio das trincheiras, é capaz de convencer.
A história aborrece até o menos exigente dos cinéfilos.    

Avaliação: *

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Paraísos Artificiais

País: Brasil
Ano: 2012
Gênero: Drama, romance
Duração: 96 min
Direção: Marcos Prado
Elenco: Nathalia Dill, Luca Bianchi, Lívia de Bueno, Bernardo Melo Barreto, Emílio Orciollo Netto, César Cardadeiro, Divana Brandão e Cadu Fávero.

Sinopse: Érika (Nathalia Dill), talentosa DJ, conhece Nando (Luca Bianchi) por meio de sua melhor amiga Lara (Lívia de Bueno) em um festival de música eletrônica, no qual os três vivem intensos momentos. Mas o destino os separa. Anos depois, Nando e Érika se reencontram em Amsterdã e se apaixonam, mas somente Érika sabe o que aconteceu naquela noite que marcou a vida dos três para sempre. O reencontro do jovem casal irá transformar novamente suas vidas.

Crítica: o filme conta uma história de amor e sofrimento , aborda o mundo das drogas e tem uma mensagem positiva no desfecho da história.
Boas atuações (sobretudo de Nathalia Dill), imagens fortes e momentos reflexivos, excelente trilha sonora e locações adequadas para o ambiente da história (Amsterdã, Pernambuco e Rio de Janeiro) tornam o longa bastante atraente. A narrativa não é linear, porém é bem conduzida.
Mas ainda é preciso cobrar mais da interpretação de alguns atores brasileiros para que tudo flua naturalmente e, portanto, de forma convincente.

Avaliação: **

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