domingo, 23 de setembro de 2012

Tropicália


País: Brasil
Ano: 2012
Gênero: Documentário
Duração: 82 min
Direção: Marcelo Machado
Elenco: -

Sinopse: Muito antes da chamada aldeia global existir e da internet se propagar pelo mundo, o Brasil já era global. País antropofágico pela própria natureza, em que o novo e o velho, o estrangeiro e o nativo não só conviviam como eram misturados, assimilados e recriados a todo momento. Mas o que é Tropicalismo, afinal? É esta simples e complexa questão que o apresentador português faz a um exilado e melancólico Caetano Veloso, logo no início do filme de Marcelo Machado. O diretor, que cresceu ouvindo as ousadias sonoras de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Mutantes e Tom Zé, que não entendia as letras em inglês, mas adorava os arranjos de um tal de rock-n'-roll, conduz o espectador por uma viagem de sons e imagens por meio da história de um dos mais emblemáticos movimentos culturais brasileiros. Em um panorama afetivo construído com uma miscelânea de referências, entrevistas, pesquisas, imagens e, claro, canções, o espectador passeia pelos férteis, polêmicos e violentos anos de 1967, 1968, 1969.

Crítica: Tropicália retrata com maestria o movimento multicultural e transgressor que chacoalhou a produção cultural brasileira entre 1967 e 68, num Brasil em pleno auge da ditadura militar.
O filme leva o espectador a fazer uma viagem no tempo por meio de depoimentos, canções da época e material raro e inédito de arquivo, que foi regastado e organizado pelo diretor.
Num dos muitos bons momentos do longa, talvez o melhor, Tom Zé se propõe a explicar didaticamente o Tropicalismo para a audiência e chega à conclusão que o movimento é inexplicável, lembrando a declaração do Mutante Sérgio Dias Baptista, que até hoje se pergunta “Qual a cola que juntou essas pessoas todas?”
O movimento está ali na tela: os cortes de cabelo, as roupas extravagantes e os símbolos bregas que deixaram o público que assistiu ao festival da Record de 1967 sem saber se vaiava ou aplaudia o que via no palco: Caetano cantando Alegria, Alegria e Gil entoando Domingo no Parque ao lado dos Mutantes.
O longa capta o espírito de renovação que marcou o período e mostra a abrangência indiscutível do movimento, que estendeu seus reflexos ao teatro, ao cinema e à literatura.
Um documentário leve e cheio de essência. Bom para os saudosistas que viveram esse momento e bom para quem não estava lá mas quer entender sua força e extensão.

Avaliação: ***

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O Gato do Rabino (Le Chat du Rabbin)


País: França
Ano: 2011
Gênero: Animação
Duração: 100 min
Direção: Joann Sfar
Elenco: François Morel, Maurice Bénichou e Hafsia Herzi.

Sinopse: na Argélia da década de 1920, o rabino Sfar (Maurice Bénichou) vive com sua filha Zlabya (Hafsia Herzi), além de um papagaio tagarela e um gato sem nome (François Morel), que devora o papagaio e começa a falar sem parar. Para não ficar longe de sua amada dona, o gato decide se converter ao judaísmo, e passa a compreender melhor os fundamentos da religião. Ao mesmo tempo, a chegada inesperada de um judeu russo à cidade obriga o Rabino e seu amigo, um líder islâmico (Fellag), a fazerem uma cruzada pela África, local marcado pelas mais diversas crenças religiosas, raças e línguas. Vários novos amigos - e inimigos - cruzam o caminho desta caravana.

Crítica: Joann Sfar estreou no cinema em 2010, com o lançamento do longa 'Gainsbourg – O Homem que Amava as Mulheres'. Em seu segundo filme, O Gato do Rabino (2011), o cineasta arriscou a sorte em outro gênero: animação.
O desenho é bom levando-se em conta que discute multiculturalismo, religião, etnias, ideologias e comportamento humano. Ou seja, como animação, há um grande ganho pelo seu conteúdo. O erro está no fato de que tenta trazer para a tela a mesma quantidade de eventos que temos nos quadrinhos. A falta de uma unidade narrativa é evidente, sobretudo após a chegada do primo Malka dos Leões, que pontua o início de uma série de atos (quase) desconexos e que parece sobrar na história. Daí em diante, surgem personagens mal apresentados ao telespectador e quadros incompletos, com um grande atropelo de acontecimentos. Para explicar tudo, seriam necessários mais minutos de trama.
Algumas partes são muito boas, como o início e o final. Difícil foi juntar todas elas, de forma que prendesse a atenção da plateia. Mesmo assim, seu grande mérito é fazer críticas inteligentes aos diferentes preconceitos e ao comportamento humano e, claro, ao seu gato protagonista, cheio de graça e esperteza, e ainda bastante comunicativo.  

Avaliação: ***

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Até a Eternidade (Les Petits Mouchoirs)


País: França
Ano: 2010
Gênero: Drama
Duração: 154 min
Direção: Guillaume Canet
Elenco: François Cluzet, Marion Cotillard e Benoît Magimel.

Sinopse: a amizade de um grupo de amigos, que costuma sair de férias juntos, é ameaçada após acidente quase fatal de um deles.

Crítica: a história é a seguinte: um grupo de amigos decide manter a programação de férias na praia mesmo após um deles ter sofrido um acidente e permanecer em coma no hospital. Ludo (Jean Dujardin) é esse personagem que, embora ausente a maior parte do tempo, ocupará os pensamentos dos outros personagens. Estes se mandaram em férias de verão na estupenda casa de praia do mais bem sucedido entre eles, Max (François Cluzet).
O próprio Max, com sua paranoia e exibicionismo, é uma das figuras centrais. A outra é Marie (Marion Cotillard), carente e sexy, com uma história pontuada por namoros febris. Há também outras figuras, todas decupadas de modo a evitar a caricatura. Descrevemo-los assim apenas por conforto de narrativa, mas Canet trata de fazê-los complexos e contraditórios – isto é, humanos. Em todo caso, há sempre aquele tipo folgazão e extrovertido que logo mostrará seu lado frágil. As esposas um pouco apagadas, mas que depois se colocarão à frente da cena. E, claro, uma inevitável saída do armário, que terá importância central na trama, tanto quanto, ou mais, que o acidente de Ludo.
Até a Eternidade é uma celebração da amizade. Mesmo sabendo que existe uma série de tensões acumuladas – amor, rivalidade, agressão e mesmo ódio, misturados a certa libido de grupo que não raro se traduz em violentos casos extraconjugais, culpa, ciúmes recíprocos e desconfianças. Sem que o diretor se preocupe em teorizar muito, é tudo isso que está em jogo no filme. A amizade não é idealizada, porém, mesmo tão ambígua e sujeita e contradições e apesar dos contras, sai com saldo muito positivo.
Essa valorização do grupo formado por pessoas com quem se tem afinidade, com quem rimos e pelas quais podemos chorar, é a linha dominante da trama – terna, divertida e emocionante. Talvez um pouco comprida demais (154 minutos), mas é essa longa duração que permite cenas mais complexas, e acredite: você não percebe o tempo passar. Vale cada minuto.
Bastante francês, é também universal. Em especial pela tonalidade afetiva e por essa valorização das coisas realmente importantes, de que tomamos consciência toda vez que perdemos alguém próximo.

Avaliação: ****

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Dredd (Dredd)


País: EUA/Reino Unido/Índia
Ano: 2012
Gênero: Ação
Duração: 95 min
Direção: Pete Travis
Elenco: Karl Urban, Olivia Thirlby e Lena Headey.

Sinopse: no futuro, Dredd é polícia, juiz e o mais temido pelos bandidos em uma cidade megaviolenta.

Crítica: para quem não conhece os quadrinhos, Dredd é um policial futurista e extremamente brutal que protege as ruas de Mega City One, uma metrópole distópica, superpovoada e fascista, que ocupa uma área gigantesca entre Nova York e Boston. Para piorar, ela é cercada por um deserto radioativo chamado A Terra Maldita, repleto de mutantes. A história é pesada, afinal nasceu em uma época conturbada do Reino Unido, quando a cultura punk rock estava em declínio e a população via a decadência do país e a ascensão de Margareth Thatcher ao poder, eleita primeira ministra apenas três anos após a primeira edição chegar às bancas.
Sombrio e incorruptível, Dredd (Karl Urban) é o mais famoso dos juízes, grupo com poder de polícia, juiz, júri e executor. O cara tem uma visão bem clara de seu mundo – ele é a lei. Na trama, o protagonista é designado para treinar uma recruta com poderes psíquicos, a juíza Anderson (Olivia Thirlby). Durante o dia de avaliação, ela escolhe responder a um chamado em uma megaestrutura, praticamente uma favela, de 1 km de altura e lar de 75 mil pessoas. A batida policial resulta numa batalha intensa e na prisão de um dos cabeças da gangue de Ma-Ma, interpretada de forma fria e cruel por Lena Headey. Ao ver em perigo a distribuição de uma nova droga chamada Slo-Mo, ela prende os juízes no complexo e convoca uma caçada brutal aos dois.
Ao contrário de outros longas de super-heróis, Dredd tem um estilo visual cru, que o aproxima de Distrito 9, ambos filmados em Johanesburgo. A capital sul-africana serve como cenário perfeito para a imperdoável e decadente Mega City One, que ganha vida e, com isso, também o peso de um personagem capaz de definir as ações de seus moradores, nada a ver com a relativamente limpa e organizada megalópole criada por computação gráfica no filme de 1995.
Implacável mesmo é Dredd, interpretado por Karl Urban (o Éomer de ‘Senhor dos Anéis’) com frieza e determinação. Mostrado pela perspectiva de sua aprendiz, o anti-herói é um personagem sombrio, tenso e com uma obrigação fanática de seguir a lei. O fato de ele não tirar o capacete em nenhum momento, garante ainda mais credibilidade ao intimidador juiz, pois não importa o homem por trás da máscara e sim o uniforme e tudo que representa naquele mundo caótico.
A intensidade é marca também da bela mixagem de som, trilha sonora e visual. Tudo ajuda a moldar ótimas cenas de ação, que apesar de constantes, não cansam pela variedade e criatividade – destaque para uma traqueia quebrada sem dó em uma das lutas mais brutais do filme.
Sem medo de chocar, Dredd é um longa de ação cheio de confiança, estilo e violência, que não trata o espectador como criança. Certamente vai agradar tanto aos fãs do personagem quanto a um novo público, interessado em algo mais intenso do que costumamos ver nos cinemas. Mas vá preparado para encarar momentos incômodos, pois a produção não alivia a barra nem por um minuto.

Avaliação: ***

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Ted (Ted)


País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Comédia
Duração: 106 min
Direção: Seth MacFarlane
Elenco: Mark Wahlberg, Mila Kunis, Joel McHale e Giovanni Ribisi.

Sinopse: em um Natal, o ursinho de pelúcia de John Bennett (Mark Wahlberg) ganha vida. Os dois crescem juntos e, já adulto, ele deve escolher entre ficar com sua namorada Lori Collins ou manter sua amizade com o urso Ted.

Crítica: Seth Macfarlane é bom no que faz. Alguns de seus grandes sucessos são as polêmicas séries de televisão Family Guy (em português Uma Família da Pesada), e American Dad. O longa segue a mesma fórmula das animações e tem tudo para agradar os seus fãs.
A trama é simples, John Bennett (Mark Wahlberg) é um garoto de oito anos sem amigos. Em uma noite de natal, ele recebe um ursinho de pelúcia de presente. Sonhando em ter um grande amigo, John deseja que o seu brinquedo ganhe vida. O resto você já deve imaginar: quando o garoto acorda... voilà!
Aos 35 anos, ele ainda vive com o ursinho e os seus passatempos agora se resumem a usar drogas, beber e falar besteiras. No entanto, sua namorada Lori Collins (Mila Kunis) quer que isso mude.
O filme usa e abusa do humor negro para entreter a plateia (mesmo assim, teve se render aos estúdios de Hollywood e aliviar em algumas piadas).
Infelizmente, Macfarlane quis criar momentos dramáticos que se tornam bem entediantes. Apesar de alguns deles servirem de escalada para boas piadas, essa tentativa de agregar estilos atrapalha bastante o roteiro.
Praticamente todos os pontos altos do longa se dão com o ursinho em cena, vale citar que o diretor é o responsável também pela dublagem de Ted. Quando o casal formado por Mark Wahlberg e Mila Kunis fica sozinho na tela, prepara-se para o tédio. O ator consegue se sair bem apenas nas cenas de humor, já a atriz se sai um pouco melhor ao longo da trama, mas ambos não empolgam.
Ted é um show de referências à cultura pop americana: filmes, músicas, séries, esportes e tudo mais. Não é à toa que a produção arrecadou US$ 217 milhões nos Estados Unidos e se tornou a sexta bilheteria do ano no país, à frente de longas mais badalados como ‘Homens de Preto 3’ e ‘Prometheus’. Aliás, fãs de Crepúsculo e Justin Bieber que se preparem, pois o filme bate pesado na franquia do vampiro brilhante e no cantor teen.
Enfim, Ted é uma boa comédia, não decepciona, porém você sai do cinema pensando que poderia ser muito melhor. Resta saber se o público brasileiro conseguirá captar as inúmeras referências à cultura pop americana e se estarão abertos ao tradicional humor negro de Seth Macfarlane.

Avaliação: ***

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Projeto Dinossauro (The Dinosaur Project)


País: Reino Unido
Ano: 2012
Gênero: Aventura
Duração: 83 min
Direção: Sid Bennett
Elenco: Natasha Loring, Matt Kane e Richard Dillane.

Sinopse: aventureiros viajam ao Congo e encontram dinossauros vivos. A expedição se transforma numa batalha pela sobrevivência.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Vizinhos Imediatos de 3º Grau (The Watch)


País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Comédia
Duração: 102 min
Direção: Akiva Schaffer
Elenco: Ben Stiller, Vince Vaughn, e Jonah Hill.

Sinopse: homens criam um grupo para vigiar a cidade onde vivem. Porém, eles acabam descobrindo um plano alienígena para destruir a Terra.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Totalmente Inocentes


País: Brasil
Ano: 2012
Gênero: Comédia
Duração: 91 min
Direção: Rodrigo Bittencourt
Elenco: Mariana Rios, Lucas de Jesus e Fabio Porchat.

Sinopse: numa paródia de Cidade de Deus, dois adolescentes da fictícia favela do DDC planejam tomar o controle da comunidade das mãos do perturbado e violento do morro.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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E a Vida Continua...


País: Brasil
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 98 min
Direção: Paulo Figueiredo
Elenco: Amanda Acosta, Luiz Baccelli e Lima Duarte.

Sinopse: adaptação do livro homônimo de André Luiz, psicografado por Chico Xavier.
Crítica:
Avaliação: a conferir

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Poder Paranormal (Red Lights)


País: Espanha/EUA
Ano: 2012
Gênero: Suspense
Duração: 113 min
Direção: Rodrigo Cortés
Elenco: Robert DeNiro, Sigourney Weaver e Cillian Murphy.

Sinopse: dupla estuda fenômenos metafísicos com o intuito de provar origens fraudulentas.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Resident Evil 5 – Retribuição (Resident evil: Retribution)


País: Alemanha/EUA
Ano: 2012
Gênero: Terror
Duração: 97 min
Direção: Paul W. S. Anderson
Elenco: Milla Jovovich, Sienna Guillory e Michelle Rodriguez.

Sinopse: o mortal vírus T continua a desvastar o planeta Terra, transformando a população em mortos-vivos.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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ParaNorman (ParaNorman)


País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Animação
Duração: 92 min
Direção: Chris Butles e Sam Fell
Elenco: -

Sinopse: um garoto com talentos sobrenaturais, capaz de se comunicar com os mortos, precisa utilizar suas habilidades para livrar a cidade onde vive de uma maldição feita séculos atrás.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Fanaa (Fanaa)


País: Índia
Ano: 2006
Direção: Kunal Kohli
Gênero: Drama
Duração: 168 min
Elenco: Aamir Khan, Kajol e Rishi Kapoor.

Sinopse: mulher cega se apaixona por um guia turístico que esconde um terrível segredo.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Tinker Bell – O Segredo das Fadas (Secret of the Wings)


País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Animação
Duração: 75 min
Direção: Ryan Rowe
Elenco: -

Sinopse: Tinker Bell e seus amigos passeiam pela floresta para descobrir o segredo das fadas.


Crítica:
Avaliação: a conferir

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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Headhunters (Hodejegerne)


País: Noruega e Alemanha
Ano: 2012
Gênero: Ação, Crime e Suspense
Duração: 100 min
Direção: Morten Tyldum
Elenco: Aksel Hennie, Synnøve Macody Lund, Nikolaj Coster-Waldau e Julie Olgaard.

Sinopse: Roger Brown (Aksel Hennie), um caçador de talentos realizado arrisca tudo para garantir a propriedade de uma valiosa pintura. O problema é que o atual proprietário é um ex-mercenário.

Crítica: um suspense do nível de “Os Homens que Não Amavam as Mulheres” (2005, na versão sueca; e 2010, na versão americana). A história é excelente e segura a atenção do espectador. A cada minuto, uma nova sensação, uma nova surpresa. Tudo o que parece ser não é. As surpresas acumulam-se até o final do longa. E a interpretação de Aksel Hennie (que vive o protagonista Roger) é perfeita.
Ação e violência são outros pontos altos da trama que não se resume ao previsível. Vale a pena conferir.

Avaliação: ****

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Estamira


País: Brasil
Ano: 2004
Gênero: Documentário
Duração: 116 min
Direção: Marcos Prado
Elenco: -

Sinopse: ESTAMIRA é a história de uma mulher de 63 anos que sofre distúrbios mentais e que durante 20 anos viveu e trabalhou no Aterro Sanitário de Jardim Gramacho. Carismática e maternal, Dona Estamira convive com um pequeno grupo de catadores idosos num local renegado pela sociedade, que recebe diariamente mais de oito mil toneladas de lixo produzido no Rio de Janeiro.

Crítica: um filme marcante e inesquecível. Seu roteiro é simples, acompanha a rotina diária de uma catadora de lixo, que é mais feliz vivendo no aterro. O que marca é a sabedoria de Estamira. Apesar dos seus problemas mentais, ela parece ver mais do que todos nós. Sua lucidez, memória e forma de se expressar surpreendem. Tudo é tão claro nas suas palavras e o eu nos incomoda é ver que, mesmo com as tragédias de sua vida e sua falta de sorte, ela não se deixa levar por ilusões, crenças ou mesmo esperança. A verdade está ali, de frente e descobrimos que a loucura está no mundo, na forma como o homem trata o seu próximo, na sua ganância desmedida, na sua tarefa constante de ignorar o que é sujo, feio ou pobre, ou seja, de ignorar um mundo que não considera seu e, por isso mesmo, não importa. Infelizmente, Estamira não está mais aqui para nos encantar com seus relatos sábios. Ela morreu abandonada por todos: dois dias aguardando atendimento em um hospital.

Avaliação: ***

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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Cosmópolis (Cosmopolis)


País: França / Canadá / Portugal / Itália
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 108 min
Direção: David Cronemberg
Elenco: Robert Pattinson, Anna Hardwick, Emily Hampshire, Jadyn Wong, Jay Baruchel, Juliette Binoche, Kevin Durand, Paul Giamatti, Maria Juan Garcias e Samantha Morton.

Sinopse: Eric Packer (Robert Pattinson) é um milionário egocêntrico que acordou com uma obsessão: cortar o cabelo no seu barbeiro localizado do outro lado da cidade. Para isso, o gênio de ouro das finanças terá que atravessar, em sua limousine, uma caótica Nova York que irá revelar uma ameaça a seu império a cada quilômetro percorrido. Nesse percurso, viverá as 24 horas mais decisivas de sua vida.

Crítica: tudo se passa praticamente dentro de seu veículo, forrado com cortiça, como o protagonista mesmo explica em uma de suas conversas, para ser à prova de som.
Entre uma visita e outra feita a seu veículo, ele vai revelando o que faz, o que pensa, suas inquietações e seus desejos.
O filme é violento, assim como outros trabalhos do diretor (Marcas da Violência, de 2005; e Senhores do Destino, de 2007), mas em nada se assemelha em questão de narrativa.
Aqui, o tempo parece parado e girar apenas em torno de Eric Packer e seu egocentrismo. Uma crítica visível a tantos magnatas que assim o são por pura sorte, ou por herança ou por casamentos feitos por acordos comerciais, como é o caso dele.
Eric não ama ninguém. É um produto do dinheiro, que por fim o acabará prejudicando.
Apesar do teor crítico e de participações de peso como Juliette Binoche, Paul Giamatti e Samantha Morton e devido ao peso de sua narrativa, com diálogos densos e cansativos, não agradará grande parte do público. David Cronemberg sabe disso, mas apostou mesmo assim.

Avaliação: **

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A Vida em um Dia (Life in a Day)


País: EUA/Reino Unido
Ano: 2011
Gênero: Documentário
Duração: 95 min
Direção: Kevin Macdonald
Elenco: -

Sinopse: “A Vida em um Dia” é o resultado de uma ideia que surgiu da parceria entre a Scott Free UK de Ridley Scott e o YouTube. O filme é feito pelos usuários, filmado somente em um dia, 24 de julho de 2010, que contou com a comunidade global para capturar um momento de suas vidas diante das câmeras.

Curiosidade: o diretor Kevin Macdonald dirigiu também os filmes ‘One Day in September’ (1999) e ‘O Último Rei da Escócia’ (2006).

Crítica: a ideia de solicitar o envio de vídeos sobre um dia de sua vida e o tema em si é excelente. E reduzir mais de 4.500 horas em imagens vindas de 192 países em 90 minutos, uma tarefa que merece elogios.
A edição mesclando imagens, contrastando distintas culturas, vidas e suas formas de viver, são o maior destaque do filme. Simples atos como levantar da cama, por os pés no chão e escovar os dentes iniciam o dia, a rotina, que pode ou não ser alterada com algum acontecimento novo, com uma tentativa de mudar, de superar uma doença, de declarar o amor a alguém.
O filme não é brilhante. É apenas a apresentação de uma ideia nova que foi posta em prática.

Avaliação: ***

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Borboletas Negras (Black Butterflies)


País: Holanda/Alemanha/África do Sul
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 100 min
Direção: Paula van der Oest
Elenco: Rutger Hauer, Carice van Houten, Liam Cunningham, Grant Swanby, Nicholas Pauling, Graham Clarke, Leon Clingman, Jennifer Steyn e Candice D'Arcy, Florence Masebe.

Sinopse: após presenciar um ato de violência contra crianças sul-africanas, a poetisa Ingrid Jonker escreveu o poema The Dead Child of Nyanga, que mais tarde foi lido por Nelson Mandela em seu discurso de inauguração do primeiro parlamento democrata da África do Sul em 1994. Sua história de inconformismo com o regime segregacionista do Apartheid e suas relações precárias com os homens – incluindo seu pai (Rutger Hauer), membro do regime – dão a tônica do filme dirigido pela Paula van der Oest.

Crítica: o filme se sustenta quase inteiramente na ótima atuação da atriz Carice van Houten (A Espiã), que consegue dar densidade e verdade aos dramas pessoais vividos pela poetisa. A péssima relação com o pai (um homem duro, preconceituoso e radical em suas crenças) é uma das principais fontes da angústia da protagonista.
Mas o filme, em geral, tem um roteiro fraco, onde coadjuvantes que deveriam ter maior espaço para que pudéssemos entender melhor o comportamento temperamental, a insegurança e a tendência à depressão de Ingrid, não conseguem crescer na trama, com exceção do escritor Jack Cope, muito bem interpretado por Liam Cunningham. Ele vive um intenso e conflituoso romance com a protagonista e se destaca pelo bom trabalho de Cunningham, numa interpretação equilibrada, que até compensa um pouco os diálogos mal elaborados.
Se não fossem essas falhas, a trama ganharia profundidade e atrairia mais o público, que perde um pouco o fôlego da metade para o final. Em vez das angústias da poetisa envolverem o espectador, acabam por cansá-lo.
Mesmo assim, as belas imagens do litoral da África do Sul, a trilha sonora marcante e os poemas belíssimos de Ingrid que permeiam algumas das sequências acabam fazendo com que valha a pena assistir ao longa.

Avaliação: **

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Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo (Seeking a Friend for the End of the World)

País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Comédia dramática
Duração: 94 min
Direção: Lorene Scafaria
Elenco: Steve Carell, Keira Knightley, Adam Brody, Rob Corddry, Gillian Jacobs, Melanie Lynskey e William L. Petersen.

Sinopse: um meteoro está em rota de colisão com a Terra, e a última missão humana enviada para desviá-lo falha em sua tentativa. Não há mais saída: em três semanas, o mundo vai acabar. Algumas pessoas aproveitam os últimos dias de vida para beberem e fazerem sexo sem compromisso; outras se rebelam pelas ruas e começam a destruir os carros e os comércios. Além delas, existe Dodge (Steve Carell), corretor solitário que acaba de ser abandonado pela esposa, e Penny (Keira Knightley), sua vizinha triste, que nunca teve um namoro satisfatório. Juntos, eles decidem percorrer o país para reencontrarem suas famílias e seus amores de juventude antes que seja tarde demais.

Crítica
Avaliação: a conferir

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Cara ou Coroa


País: Brasil
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 90 min
Direção: Ugo Giorgetti
Elenco: Emílio de Mello, Geraldo Rodrigues, Julia Ianina e Walmor Chagas.

Sinopse: São Paulo, inverno de 1971. João Pedro (Emílio de Mello) é um diretor de teatro que está bastante atarefado com os ensaios para uma nova peça. Nas folgas do trabalho ele recebe ocasionalmente a visita de um integrante do Partido Comunista, que não compreende as opções estéticas e políticas da peça, parcialmente financiada pelo partido. Paralelamente, Getúlio (Geraldo Rodrigues) e a namorada Lilian (Júlia Ianina), ambos idealistas, decidem colaborar com a resistência à ditadura militar, abrigando dois fugitivos. Eles decidem escondê-los na casa do avô (Walmor Chagas) de Lilian, um militar da reserva.

Crítica: o tema ditadura já foi muito explorado e lançar uma narrativa inovadora é difícil. E ‘Cara ou Coroa’ não consegue o feito. Trata-se de apenas mais um filme. As boas atuações restringem-se a Emilio de Mello (bastante natural como João Pedro) e a Walmor Chagas que vive o avô de Lilian, namorada do irmão de João Pedro.
Não é criada uma tensão real nem mesmo quando as cenas envolvem esconder dois ‘supostos terroristas’ procurados pela polícia.
Ao final, tem-se a impressão de que não se assistiu a nada. Não marca, nem atrai. Não faz diferença.  

Avaliação: **

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Minha Querida Anne Frank (Mi ricordo Anna Frank)


País: Itália
Ano: 2009
Gênero: Drama
Duração: 100 min
Direção: Alberto Negrin
Elenco: Rosabell Laurenti Sellers, Emilio Solfrizzi, Moni Ovadia, Panna Szurdi, Gáspár Mesés, Mari Nagy, István Hirtling, Csilla Bakonyi, Péter Végh, Márta Egri, Gábor Róbert, Johanna Bodor e Tibor Mertz.

Sinopse: inspirado livremente no romance de Alison Leslie Gold, o filme reconta a história de amizade entre Anne Frank e Hannah Goslar, uma das melhores amigas da garota que morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen em 1945.

Crítica: apesar de abordar um foco diferente do que já foi explorado no longa ‘O Diário de Anne Frank’, de 1958, o filme não empolga como deveria.
A direção relata a amizade de Anne Frank com Hannah Goslar antes de serem separadas e levadas para campos de concentração. O início do filme é bastante superficial e até novelesco.
No desenvolvimento, comove em algumas cenas, mas o roteiro não é seguro o suficiente para conduzir a plateia. Os atores têm interpretações amadoras (com exceção de Emilio Solfrizzi, que vive o pai de Anne, e de Csilla Bakonyi, a funcionária holandesa que esconde a família Frank por três anos antes de ser levada para Auschwitz), o que contribui ainda mais para a má qualidade do trabalho.

Avaliação: **

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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Jane Eyre

País: Reino Unido
Ano: 2011
Gênero: Drama
Duração: 120 min
Direção: Cary Fukunaga
Elenco: Mia Wasikowska, Michael Fassbender, Judi Dench, Jamie Bell, Su Elliot, Holliday Grainger, Tamzin Merchant, Amelia Clarkson, Craig Roberts, Sally Hawkins, Lizzie Hopley, Jayne Wisener, Freya Wilson e Emily Haigh.

Sinopse: protegida de seu patrão, governanta descobre que ele esconde um terrível segredo. Baseado em romance da escritora inglesa Charlotte Brontë, publicado em 1847.

Crítica: depois de uma infância marcada de infortúnios, a órfã, Jane Eyre (Mia Wasikowska) é enviada a um rígido e severo colégio interno. Somente aos 18 anos, ela se livra da tutela do colégio e consegue um emprego como tutora da filha "bastarda" de Edward Rochester (Michael Fassbender), um prepotente aristocrata inglês, ou melhor, ele é a própria definição do senhor do castelo.
Com o passar do tempo, apesar de ser condenável para a época, Jane e seu patrão se apaixonam. Logo, a cerimônia de casamento deles é abalada quando um visitante revela o terrível segredo que Rochester fazia questão de esconder de todos.
A direção acertou ao contar a história em "flashback". Além disso, a fotografia, o cenário e o figurino merecem destaque, reconstituindo perfeitamente a Londres do século XIX.
Mas a força mesmo do filme está nos diálogos e na performance dos protagonistas. Michael Fassbender (de Bastardos Inglórios, Shame e Um Método Perigoso) interpreta com convicção um Mr. Rochester perturbado, misterioso, e ao mesmo tempo, encantador; e Mia Wasikowska (de Minhas Mães e Meu Pai e Albert Nobbs) está perfeita como uma donzela sofrida e compenetrada em seus pensamentos. Judi Dench está bem como sempre, apenas faz um papel pequeno.
O longa é bom; faltou, porém, algo que cativasse mais o espectador. O livro, com certeza, deve conseguir tal feito.

Avaliação: ***

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Quebradeiras

País: Brasil
Ano: 2009
Gênero: Documentário
Duração: 71 min
Direção: Evaldo Mocarzel
Elenco: -

Sinopse: focaliza as tradições seculares, as estratégias de sobrevivência e a rica cultura das quebradeiras de coco de babaçu da região do Bico do Papagaio, na fronteira entre os Estados do Maranhão, Tocantins e Pará. O objetivo é resgatar e preservar na linguagem audiovisual as técnicas extrativistas e as manifestações artísticas dessas mulheres que, além da diversidade de artesanatos, ainda englobam uma infinidade de cantos, com forte influência africana e também indígena, entoada durante o trabalho.

Crítica: é um filme introspectivo, contido e sem diálogos, focado nas imagens que retratam as ações dessas mulheres que parecem viver em outra dimensão.
Nesse trabalho, as câmeras foram transportadas para a região do chamado Bico do Papagaio, encontro dos estados do Maranhão, Tocantins e Pará que, no mapa, formam de fato o desenho de um bico de papagaio. Ali, encontra-se um pedaço de mundo parado no tempo, sustentado ainda pelas tradições seculares das mulheres quebradeiras de coco de babaçu.
As imagens construídas por Evaldo e por seu diretor de fotografia Gustavo Hadba são belas (aliadas à arte e ao som) e é nelas que está a força do documentário, onde somos transportados para um planeta onde não existe ansiedade ou estresse. Um espaço estranho e diferente para nós, em que gestos e olhares nos levam a profundas reflexões. Mostram-se as mulheres trabalhando na quebra do coco de babaçu, extraindo dele tudo o que é possível, cuidando do lar, descansando, a relação delas com a música e a religião, enfim, seu dia-a-dia na pequena comunidade em que vivem.
O filme documenta e registra este patrimônio imaterial do nosso país, um patrimônio de tradições, de rituais e cantos das mais variadas influências. Ganhou os prêmios de Direção, Fotografia e Som no 42º Festival de Brasília, e o de Melhor Documentário no 22° Rencontres de Cinémas d’Amérique Latine de Toulouse, na França.

Avaliação: ***

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domingo, 2 de setembro de 2012

A Rebelião (L'ordre et la morale)


País: França
Ano: 2012
Gênero: Ação
Duração: 136 min
Direção: Mathieu Kassovitz
Elenco: Mathieu Kassovitz, Iabe Lapacas, Malik Zidi, Alexandre Steiger, Daniel Martin, Philippe Torreton, Sylvie Testud, Steeve Une e Philippe de Jacquelin Dulphé.

Sinopse: abril de 1988, na ilha de Nova Caledônia, 30 policiais são feitos reféns por um grupo que luta pela independência do país. Trezentos soldados franceses são enviados para restaurar a ordem. O conflito coloca frente a frente o capitão Philippe Legorjus, da força especial francesa, e Dianou Alphonse, líder dos rebeldes. Por meio de valores comuns, eles vão tentar resolver o conflito pelo diálogo, mas, no meio de uma eleição presidencial, os interesses políticos ditam as regras.
Crítica: a Nova Caledônia é um arquipélago da Oceania, na Melanésia, no Oceano Pacífico, situada a 1.500 km da Austrália e a 2.000 km da Nova Zelândia. É de domínio da França, apesar de se situar a 16.000 km daquele país. Um conflito ocorrido na Nova Caledônia em 1988, entre a polícia francesa (a Gendarmerie), o povo kanak que habita a ilha e a tropa do exército francês para lá enviada, é o assunto do longa, narrado em primeira pessoa, por Phillipe Legorjus (Mathieu Kassovitz), que chefia um grupo de elite da Gendarmerie. Aliás, a trama é baseada no livro de Philippe Legorjus, “La Morale et L’Action”.
Na busca pela independência do país, até hoje não conquistada, uma ação dos líderes kanak levou ao sequestro de alguns policiais e disso resultaram algumas mortes. A proximidade da eleição francesa, que colocava François Miterrand contra Jacques Chirac, precipitou decisões. O assunto ocupou os jornais da época e até o debate televisivo entre os candidatos, que é mostrado no filme.
Para intervir no conflito, foi enviado um grupo da elite da Gendarmerie, chefiado por Phillipe. Os policiais vão tentar uma negociação, respeitando a cultura local e os direitos humanos, mas os interesses político-eleitorais acabam falando mais alto, fazendo os fatos assumiram dimensões que não tinham.
O povo kanak, negociador por excelência, com o costume de fazer acordos “olhos nos olhos”, chegou a ser descrito como assassino, cruel, capaz de decapitações e estupros, além do sequestro de fato perpetrado. Segundo Kassovitz, Chirac, que era o Primeiro-Ministro da época, teria afirmado que o povo kanak não merecia ser tratado como ser humano.
Neste clima de ânimos exacerbados, o capitão Phillipe se vê em meio a um grande dilema: como evitar o uso da violência por parte dos militares e o massacre do povo e dos próprios policiais que estavam sequestrados? Será que os compromissos que vão sendo assumidos na negociação com o chefe dos kanak rebeldes, Alphonse (Iabe Lapacas), serão respeitados ou a hierarquia enviará uma ordem contrária? O título original “L’Ordre et la Morale” (a ordem e a moral) se refere a isso.
 “A Rebelião” é um filme oportuno, ao buscar resgatar os fatos que envolveram aquele episódio, tenso e muito distorcido pelo noticiário da época, colocando as razões que moveram tanto os policiais quanto os militares e o povo local nas diferentes vertentes do conflito. A figura do capitão Phillipe, seus dilemas morais e o contexto que o embaraçava revelam a complexidade da situação, quando aquilo que parecia mais simples de ser feito se torna impossível, graças ao pragmatismo eleitoreiro.
A questão da independência da Nova Caledônia, por sinal, continua em aberto. Em 2014, será realizado um plebiscito para que a população decida pela independência ou não, em relação à França.
O longa reconstrói (e de forma exemplar) toda a sequência de fatos que envolveu o episódio. Participam do elenco habitantes locais, contracenando com atores franceses profissionais, o que exigiu do diretor Kassovitz longas e intensas negociações com os kanak, uma vez que o próprio assunto era um verdadeiro tabu para os moradores da ilha. Antigos militares que estiveram envolvidos no episódio também atuam.
A pequena falha do filme está em não explicar nada do conflito para o público que não é francês. Há referências e siglas de nomenclaturas desconhecidas (como por exemplo, a de um grupo considerado terrorista pelo governo francês, e que participa da história). O próprio contexto da eleição francesa de 1988 não é algo a que os brasileiros tenham familiaridade. Mas é perfeitamente possível compreender o que está em jogo, prestando atenção aos detalhes e ao contexto em si. E a exposição cruel e real dos fatos possibilita interessantes reflexões sobre o ser humano e sobre os valores morais.

Avaliação: ****

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O Legado Bourne (The Bourne Legacy)


País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Ação
Duração: 135 min
Direção: Tony Gilroy
Elenco: Jeremy Renner, Rachel Weisz, Edward Norton, Stacy Keach, Oscar Isaac, Albert Finney, Joan Allen, David Strathairn e Scott Glenn.

Sinopse: Aaron Cross (Jeremy Renner) é agente secreto do governo que se envolve em um programa de lavagem cerebral muito mais perigoso do que aquele pelo qual passou Jason Bourne, desencadeando situações que saem do controle.

Crítica: a história do programa militar Bourne não é dessa geração, já vem de outros carnavais, escrita por Robert LudIum em 1980, foi adaptado para TV em 1988, mas o estrelato veio mesmo em 2002 junto com o galã Matt Damon.
O novo filme começa nas geleiras de Alberta (Canadá), com a preocupação de mostrar a força e resistência do pseudo-herói, que aparece nadando em meio as montanhas congeladas. As sequências em Alberta são muito longas, quase uma hora entre lutas contra lobos, escaladas, e um encontro inesperado com um sujeito que é puro suspense. Entre uma cena e outra, Aeron Cross (Jeremy Renner, o substituto de Bourne) toma medicamentos do programa militar composto de dois comprimidos.
A diferença desse herói para o outro interpretado por Damon, é que o atual sabe quem é e sua origem e busca curar-se do vício nos medicamentos. Jeremy Renner surpreende ao interpretar Cross e substituir o excelente Matt Damon; suas feições sérias e determinadas encaixaram-se perfeitamente na personagem.
O roteirista e diretor Tony Gilroy (mesmo de “O Advogado do Diabo” e “Armagedom”) revela que existem mais testes, em várias partes do planeta e insinua uma conspiração quanto ao uso de cobaias humanas como planos científicos e constantes do governo americano.
A referência que se faz aos tiroteios que tem acontecido nos Estados Unidos (terrorismo doméstico como denomina o FBI), na cena do cientista que atira e mata vários de seus colegas de trabalho, é uma crítica bastante atual e pertinente do autor. No entanto, surgem dúvidas: o que o teria feito cometer essa atrocidade? Ele foi exposto aos experimentos fabricados no laboratório ou teria sido sua própria cobaia usando alguma das substâncias que ele próprio manipulava? A resposta fica por conta do espectador.
A trama começa a ficar mais interessante e intrigante ao chocar a ciência com seu produto: o incansável Aeron Cross. A ciência é retratada com ingenuidade pela da Dr. Schering (Rachel Weisz), uma profissional de química especializada em genética, que trabalha sem saber a verdade por trás do programa militar. A partir de determinado momento a cientista, sem fatos e evidências, começa a ceder ao instinto e lutar por sua vida, ao lado de Aeron Cross.
A atuação de Rachel Weisz está ótima, sua expressão de medo, surtos, dúvidas e a ação na garupa da moto, ao ajudar Cross dando um pontapé em pleno movimento, no soldado chinês (outra cobaia humana), acabando de vez com o bandido, é nitidamente o clímax da projeção.
Além de um bom entretenimento, devido às cenas de moto nas Filipinas, que nos faz imaginar como foi produzido em meio ao caos daquela cidade, e às cenas clássicas como as perseguições em cima dos telhados, o longa responde perguntas que são feitas na trilogia anterior e levanta outros questionamentos: existe mesmo medicamentos que transformam humanos em superhumanos? O governo é capaz de utilizar pessoas como cobaias, ou pior, matar cruelmente caso algo saia do controle?

Avaliação: ***

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Caravaggio


País: Inglaterra
Ano: 1986
Gênero: Drama
Duração: 93 min
Direção: Derek Jarman
Elenco: Noam Almaz, Dexter Fletcher, Dawn Archibald, Sean Bean, Jack Birkett, Sadie Corre, Una Brandon-Jones, Imogen Claire, Robbie Coltrane, Garry Cooper e Lol Coxhill.

Sinopse: Michelangelo Merisi da Caravaggio (Nigel Terry), tendo sua história contada em "flashbacks", o artista recorda fatos de sua curta existência na terra e nos mostra sua infância, as decepções do início de sua carreira, seus últimos sucessos, sua amizade com um cardeal e sua relação destrutiva com um jogador muito atraente.

Crítica: o filme é uma ofensa à obra de Caravaggio, pois se dá mais importância às suas preferências sexuais do que à sua magnífica obra (tenta o diretor mostrar as contradições entre as crenças religiosas e sua identidade sexual, mas sem sucesso). A história contada em flashbacks é confusa, esperando o diretor que entendamos seus devaneios.
As interpretações são péssimas, e o figurino e a reconstituição do cenário mais ainda. Sua vida e obra merecem, com certeza, um trabalho à sua altura. Ainda está em tempo de resgatá-la para o cinema com uma real biografia. 

Avaliação: *

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Ponyo – Uma Amizade que Veio do Mar (Gake no ue no Ponyo)


Ponyo – Uma Amizade que Veio do Mar (Gake no ue no Ponyo)
País: Japão
Ano: 2008
Gênero: Animação
Duração: min
Direção: Hayao Miyazaki
Elenco: -

Sinopse: Ponyo é uma peixinha dourada que conhece o garoto Sosuke. Ele a leva para sua casa e decide cuidar dela. O amor e a amizade entre os dois é tão grande, que Ponyo resolve se tornar humana só para ficar mais tempo ao lado de seu amigo. Mesmo diretor de ‘A Viagem de Chihiro’ e ‘O Castelo Animado’.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Abraham Lincoln – O Caçador de Vampiros (Abraham Lincoln – Vampire Hunter)


Abraham Lincoln – O Caçador de Vampiros (Abraham Lincoln – Vampire Hunter)
País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Ação, suspense
Duração: 105 min
Direção: Timur Bekmambetov
Elenco: Benjamin Walker, Robin McLeavy, Mary Elizabeth Winstead, Dominic Cooper e Anthony Mackie.

Sinopse: depois da morte de sua mãe, causada por uma criatura sobrenatural, o presidente Abraham Lincoln (Benjamin Walker) passa a caçar vampiros e seus aliados.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Os Mercenários 2 (The Expendables 2)


País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Ação
Duração: 102 min
Direção: Sylvester Stallone
Elenco: Sylvester Stallone, Mickey Rourke, Jet Li, Jason Statham, Dolph Ludgren, Bruce Willis, Arnold Schwarzenegger, Chuck Norris e Jean Claude Van Dame.

Sinopse: após o brutal assassinato de Tool (Mickey Rourke) durante uma missão, a turma de mercenários se reúne mais uma vez em busca de vingança. Ao mesmo tempo, a bela filha de Tool, Fiona, busca fazer justiça com as próprias mãos, mas acaba sendo capturada. Barney Ross (Sylvester Stallone) e companhia tentarão salvá-la.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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