domingo, 23 de setembro de 2012

Até a Eternidade (Les Petits Mouchoirs)


País: França
Ano: 2010
Gênero: Drama
Duração: 154 min
Direção: Guillaume Canet
Elenco: François Cluzet, Marion Cotillard e Benoît Magimel.

Sinopse: a amizade de um grupo de amigos, que costuma sair de férias juntos, é ameaçada após acidente quase fatal de um deles.

Crítica: a história é a seguinte: um grupo de amigos decide manter a programação de férias na praia mesmo após um deles ter sofrido um acidente e permanecer em coma no hospital. Ludo (Jean Dujardin) é esse personagem que, embora ausente a maior parte do tempo, ocupará os pensamentos dos outros personagens. Estes se mandaram em férias de verão na estupenda casa de praia do mais bem sucedido entre eles, Max (François Cluzet).
O próprio Max, com sua paranoia e exibicionismo, é uma das figuras centrais. A outra é Marie (Marion Cotillard), carente e sexy, com uma história pontuada por namoros febris. Há também outras figuras, todas decupadas de modo a evitar a caricatura. Descrevemo-los assim apenas por conforto de narrativa, mas Canet trata de fazê-los complexos e contraditórios – isto é, humanos. Em todo caso, há sempre aquele tipo folgazão e extrovertido que logo mostrará seu lado frágil. As esposas um pouco apagadas, mas que depois se colocarão à frente da cena. E, claro, uma inevitável saída do armário, que terá importância central na trama, tanto quanto, ou mais, que o acidente de Ludo.
Até a Eternidade é uma celebração da amizade. Mesmo sabendo que existe uma série de tensões acumuladas – amor, rivalidade, agressão e mesmo ódio, misturados a certa libido de grupo que não raro se traduz em violentos casos extraconjugais, culpa, ciúmes recíprocos e desconfianças. Sem que o diretor se preocupe em teorizar muito, é tudo isso que está em jogo no filme. A amizade não é idealizada, porém, mesmo tão ambígua e sujeita e contradições e apesar dos contras, sai com saldo muito positivo.
Essa valorização do grupo formado por pessoas com quem se tem afinidade, com quem rimos e pelas quais podemos chorar, é a linha dominante da trama – terna, divertida e emocionante. Talvez um pouco comprida demais (154 minutos), mas é essa longa duração que permite cenas mais complexas, e acredite: você não percebe o tempo passar. Vale cada minuto.
Bastante francês, é também universal. Em especial pela tonalidade afetiva e por essa valorização das coisas realmente importantes, de que tomamos consciência toda vez que perdemos alguém próximo.

Avaliação: ****

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