Dredd (Dredd)
País:
EUA/Reino Unido/Índia
Ano:
2012
Gênero:
Ação
Duração:
95 min
Direção:
Pete Travis
Elenco:
Karl Urban, Olivia Thirlby e Lena Headey.
Sinopse: no futuro, Dredd é polícia, juiz e o mais
temido pelos bandidos em uma cidade megaviolenta.
Crítica: para quem não conhece os quadrinhos, Dredd é
um policial futurista e extremamente brutal que protege as ruas de Mega City
One, uma metrópole distópica, superpovoada e fascista, que ocupa uma área
gigantesca entre Nova York e Boston. Para piorar, ela é cercada por um deserto
radioativo chamado A Terra Maldita, repleto de mutantes. A história é pesada,
afinal nasceu em uma época conturbada do Reino Unido, quando a cultura punk
rock estava em declínio e a população via a decadência do país e a ascensão de
Margareth Thatcher ao poder, eleita primeira ministra apenas três anos após a
primeira edição chegar às bancas.
Sombrio e incorruptível,
Dredd (Karl Urban) é o mais famoso dos juízes, grupo com poder de polícia,
juiz, júri e executor. O cara tem uma visão bem clara de seu mundo – ele é a
lei. Na trama, o protagonista é designado para treinar uma recruta com poderes psíquicos,
a juíza Anderson (Olivia Thirlby). Durante o dia de avaliação, ela escolhe
responder a um chamado em uma megaestrutura, praticamente uma favela, de 1 km
de altura e lar de 75 mil pessoas. A batida policial resulta numa batalha
intensa e na prisão de um dos cabeças da gangue de Ma-Ma, interpretada de forma
fria e cruel por Lena Headey. Ao ver em perigo a distribuição de uma nova droga
chamada Slo-Mo, ela prende os juízes no complexo e convoca uma caçada brutal
aos dois.
Ao contrário de outros
longas de super-heróis, Dredd tem um estilo visual cru, que o aproxima de
Distrito 9, ambos filmados em Johanesburgo. A capital sul-africana serve como
cenário perfeito para a imperdoável e decadente Mega City One, que ganha vida
e, com isso, também o peso de um personagem capaz de definir as ações de seus
moradores, nada a ver com a relativamente limpa e organizada megalópole criada
por computação gráfica no filme de 1995.
Implacável mesmo é Dredd,
interpretado por Karl Urban (o Éomer de ‘Senhor dos Anéis’) com frieza e
determinação. Mostrado pela perspectiva de sua aprendiz, o anti-herói é um
personagem sombrio, tenso e com uma obrigação fanática de seguir a lei. O fato
de ele não tirar o capacete em nenhum momento, garante ainda mais credibilidade
ao intimidador juiz, pois não importa o homem por trás da máscara e sim o
uniforme e tudo que representa naquele mundo caótico.
A intensidade é marca
também da bela mixagem de som, trilha sonora e visual. Tudo ajuda a moldar
ótimas cenas de ação, que apesar de constantes, não cansam pela variedade e
criatividade – destaque para uma traqueia quebrada sem dó em uma das lutas mais
brutais do filme.
Sem medo de chocar, Dredd é
um longa de ação cheio de confiança, estilo e violência, que não trata o
espectador como criança. Certamente vai agradar tanto aos fãs do personagem
quanto a um novo público, interessado em algo mais intenso do que costumamos
ver nos cinemas. Mas vá preparado para encarar momentos incômodos, pois a
produção não alivia a barra nem por um minuto.
Avaliação: ***
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