domingo, 23 de setembro de 2012

Tropicália


País: Brasil
Ano: 2012
Gênero: Documentário
Duração: 82 min
Direção: Marcelo Machado
Elenco: -

Sinopse: Muito antes da chamada aldeia global existir e da internet se propagar pelo mundo, o Brasil já era global. País antropofágico pela própria natureza, em que o novo e o velho, o estrangeiro e o nativo não só conviviam como eram misturados, assimilados e recriados a todo momento. Mas o que é Tropicalismo, afinal? É esta simples e complexa questão que o apresentador português faz a um exilado e melancólico Caetano Veloso, logo no início do filme de Marcelo Machado. O diretor, que cresceu ouvindo as ousadias sonoras de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Mutantes e Tom Zé, que não entendia as letras em inglês, mas adorava os arranjos de um tal de rock-n'-roll, conduz o espectador por uma viagem de sons e imagens por meio da história de um dos mais emblemáticos movimentos culturais brasileiros. Em um panorama afetivo construído com uma miscelânea de referências, entrevistas, pesquisas, imagens e, claro, canções, o espectador passeia pelos férteis, polêmicos e violentos anos de 1967, 1968, 1969.

Crítica: Tropicália retrata com maestria o movimento multicultural e transgressor que chacoalhou a produção cultural brasileira entre 1967 e 68, num Brasil em pleno auge da ditadura militar.
O filme leva o espectador a fazer uma viagem no tempo por meio de depoimentos, canções da época e material raro e inédito de arquivo, que foi regastado e organizado pelo diretor.
Num dos muitos bons momentos do longa, talvez o melhor, Tom Zé se propõe a explicar didaticamente o Tropicalismo para a audiência e chega à conclusão que o movimento é inexplicável, lembrando a declaração do Mutante Sérgio Dias Baptista, que até hoje se pergunta “Qual a cola que juntou essas pessoas todas?”
O movimento está ali na tela: os cortes de cabelo, as roupas extravagantes e os símbolos bregas que deixaram o público que assistiu ao festival da Record de 1967 sem saber se vaiava ou aplaudia o que via no palco: Caetano cantando Alegria, Alegria e Gil entoando Domingo no Parque ao lado dos Mutantes.
O longa capta o espírito de renovação que marcou o período e mostra a abrangência indiscutível do movimento, que estendeu seus reflexos ao teatro, ao cinema e à literatura.
Um documentário leve e cheio de essência. Bom para os saudosistas que viveram esse momento e bom para quem não estava lá mas quer entender sua força e extensão.

Avaliação: ***

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