As Sufragistas (Suffragette)
País: Reino
Unido
Ano:
2015
Gênero: Drama
Duração: 106
min
Direção: Sarah
Gavron
Elenco: Carey Mulligan, Helena Bonham Carter, Meryl Streep, Anne-Marie Duff-McAvoy, Natalie Press, Romola Garai, Brendan Gleeson, Geoff Bell, Lorraine Stanley, Lisa Dillon e Ben Whishaw.
Sinopse: no início do século XX, após décadas de
manifestações pacíficas, as mulheres ainda não possuem o direito de voto no
Reino Unido. Um grupo militante decide coordenar atos de insubordinação,
quebrando vidraças e explodindo caixas de correio, para chamar a atenção dos
políticos locais à causa. Maud Watts (Carey Mulligan), sem formação política,
descobre o movimento e passa a cooperar com as novas feministas. Ela enfrenta
grande pressão da polícia e dos familiares para voltar ao lar e se sujeitar à
opressão masculina, mas decide que o combate pela igualdade de direitos merece
alguns sacrifícios.
Crítica: uma história pouco conhecida por nós, a do
movimento sufragista, tem uma superprodução nesse longa. A inspiração teria iniciado
com a escritora inglesa Mary Wollstonecraft (1759-1797), que foi a grande
pioneira da defesa do voto feminino, em livros e manifestos publicados a partir
de 1792.
Elenco inquestionável,
perfeita reconstituição da época (1912, auge da Revolução Industrial), retrato
cruel das condições de trabalho das mulheres, sem nenhum direito. As
sufragistas lutam, sobretudo, pelo direito de votar em eleições políticas, o
que lhes abriria as portas para exigirem outros direitos.
A decepção do filme é que
ele foca na personagem de Maud (bem interpretada por Carey Mulligan), quando na
verdade a história de luta dessas mulheres mudou com o martírio/suicídio da feminista
Emily Wilding Davison (Natalie Press), que ao se colocar à frente do cavalo do
rei da Inglaterra, George V, e morrer pela causa, ganhou enfim a atenção da
imprensa local e internacional para as reivindicações femininas. O fato ocorreu
durante o Derby (ou Turfe) de Epsom (uma corrida de cavalos), em 14 de junho de
1913. O enterro de Emily causou uma grande comoção pública e levou seis mil
mulheres a marcharem pelas ruas de Londres, a primeira grande passeata pelo
voto feminino da história.
Meryl Streep (no papel de Emmeline
Pankhurst (1858-1928)), infelizmente, apesar de estar no papel de líder do movimento e, consequentemente, perseguida pela polícia, aparece em apenas duas cenas.
A origem do movimento
também não é retratada. Já na segunda metade do século XIX, os países mais
desenvolvidos, como a Inglaterra, tinham uma elevada população feminina solteira,
mudando a face do processo matrimonial. As várias guerras travadas pelas nações
europeias, entre elas a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), obrigaram um
número cada vez maior de mulheres substituindo a mão de obra masculina, visto
que os homens partiam para os campos de batalha, sendo muitos feridos,
mutilados ou mortos.
Esta participação feminina
feita quase que compulsivamente às mudanças bruscas dos tempos, aguçou o
sentindo de participação da mulher e a vontade de também poder opinar nas
decisões civis e na escolha dos governantes. Diante da opressão da sociedade
patriarcal, que negavam direitos básicos às mulheres, surgiram os primeiros
movimentos feministas do século XIX. Com eles, surgiram as sufragistas.
Uma história tão honrosa merecia
uma cobertura mais completa no cinema. Somente em 1918, foi estabelecido o voto
feminino no Reino Unido. Até lá, as mulheres presenciaram muito sofrimento e
prisões.
Ao final do filme, os letreiros
apontam os países e os respectivos anos em que o direito de voto foi concedido
às mulheres. Por curiosidade, a Nova Zelândia foi o primeiro, em 1883. E na Arábia
Saudita, esse direito ainda aguarda aprovação. Inacreditável!
Avaliação: ***
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