Pegando Fogo (Burnt)
País: EUA
Ano:
2015
Gênero: Comédia
Dramática
Duração: 101
min
Direção:
John Wells
Elenco: Bradley Cooper, Sienna Miller, Daniel Brühl,
Omar Sy, Riccardo Scamarcio e Emma
Thompson.
Sinopse: o chefe de cozinha Adam Jones (Bradley Cooper)
já foi um dos mais respeitados em Paris, mas deixa a fama subir à cabeça. Por
causa do comportamento arrogante e do envolvimento com drogas, destrói a sua
carreira. Ele se muda para Londres, onde adquire um novo restaurante e decide
recomeçar sua trajetória do zero, na intenção de conquistar a cobiçada terceira
estrela do guia Michelin. No caminho, conhece a bela Helene (Sienna Miller),
por quem se apaixona.
Crítica: na trama, o chef Adam Jones (Cooper) é um cara
que tinha tudo na vida – e perdeu. Possuía duas estrelas Michelin (maior prêmio
para um chef de restaurante), mas nenhum juízo ou responsabilidade. Tudo era em
excesso: drogas, álcool, sexo. Além isso, jogou sujo com um colega de trabalho.
Como punição, afasta-se de
todos, se submete a um emprego sem qualquer reconhecimento ou glamour até que
decide estar pronto para retornar e dar a volta por cima.
A redenção não será fácil.
Traficantes pedem dinheiro. Ex-colegas não confiam nele. Sombras do passado por
toda parte. Exames de sangue semanais para saber se, de fato, está “limpo‘’. E
algo que ele terá que melhorar nele mesmo: acreditar mais nas pessoas e perder
um pouco da arrogância. No intuito de abrir seu restaurante e conseguir sua
terceira Michellin, Jones vai precisar dos melhores ao seu lado e, portanto, se
dará uma chance.
Ao contrário de alguns
filmes anteriores sobre gastronomia, “Pegando Fogo” é mais sério e dramático.
As situações e os ótimos diálogos dão espaço para reflexão da personalidade do protagonista
e do cenário no qual ele está inserido para outras situações do cotidiano do
espectador. A necessidade de superar o passado, se perdoar, recomeçar, não
saber lidar com o fracasso, autoaprovação, medo, são sentimentos em humanos e
vividos por todos.
Parte do sucesso da trama
deve-se à excelente atuação de Bradley Cooper, que realmente se entregou ao
papel. Mas todo o elenco está ótimo (Daniel Brühl está magnífico como um
contido gay, dono de restaurante e apaixonado por Adam). Aliás, os atores foram
treinados com chefes de verdade e todos os figurantes que participaram da
cozinha atuam ou atuaram no ramo da gastronomia. A consultoria para as
filmagens ficou por responsabilidade do inglês Marcus Wareing, chef que já
conquistou 2 estrelas Michelin.
Todo esse cuidado de
detalhes deu um aspecto muito autêntico ao filme. Além da história se passar em
Londres, capital mundial dos restaurantes finos, as cenas aconteceram nos
melhores restaurantes e cozinhas, como o de Michel Roux no Langham Hotel e o
Delaunay, de Corbijn King. A comida (belíssimos pratos) foi preparada em sua
fase correta; o calor era alto todos os dias, em torno de 40 graus; e a
correria, a pressão, o suor, os cortes e as queimaduras que são mostradas nas
sequências são reais.
Um filme bom para os olhos
e para o coração. Inteligente e comovente na medida certa.
Avaliação: ****
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