Partisan
País: Austrália
Ano:
2015
Gênero: Drama,
suspense
Duração: 98
min
Direção: Ariel
Kleiman
Elenco: Vincent
Cassel, Jeremy Chabriel e Florence Mezzara.
Sinopse: a primeira vista, Alexander (Jeremy Chabriel)
é uma criança brincalhona e curiosa, mas também é um assassino treinado. Ele
cresceu em um local escondido, vendo o mundo através do que seu pai, Gregori
(Vincent Cassel), o proporcionava. À medida que Alexander começa a pensar por
si só, medos aterrorizantes tomam forma e o mundo bucólico de Gregori se
quebra.
Crítica: até então, Ariel Kleiman tinha em seu
currículo apenas vídeos e um curta-metragem. E é surpreendente o seu trabalho
nesse primeiro longa-metragem: uma trama interessante, com uma boa dose de
suspense e uma narrativa inteligente.
Aos poucos, vamos conhecendo
Gregori (Vincent Cassel em uma atuação marcante), um homem que cria uma
comunidade excluída da civilização, em que recruta mulheres solteiras com
filhos para criar um mundo quase faz de conta, onde ele dita as regras (uma
delas é não trazer, nem pegar nada que seja de fora) que, se seguidas, farão
eles viverem longe da crueldade e injustiça do mundo exterior. Enquanto isso,
Gregori cria as crianças para se tornarem assassinos “justiceiros”. Uma delas,
Alexander (Jeremy Chabriel, com 11 anos no início da trama), com o passar do
tempo começa a questionar os seus mandamentos, sobretudo após um fato ocorrido
com Leo, um menino que desafiou as regras da comunidade.
A direção é muito sábia em
não entregar as respostas aos mistérios rapidamente. Ficamos presos à tensão e
tentando entender o que de fato ocorre ali, quais as razões de se criar um
mundo à parte, qual a verdadeira função das mães e filhos e por que elas
aceitam todas as regras sem questionar. Gregori recebe ajuda em dinheiro de
alguém de fora (que não é esclarecido no filme quem é). Aliás, o diretor deixa muitas coisas soltas no ar para que o espectador interprete ou deduza.
O cenário (filmado em
alguma parte da Austrália) é bem decadente, prédios em ruínas, semelhante a um
pós-guerra.
Há uma cena em que
Alexander (vale destacar a atuação competente de Chabriel) canta "The Hardest Thing to Do" no karaokê, música
exclusivamente feita para o filme, composta pela banda Metronomy e a artista
Robyn. É um dos momentos de interação e entretenimento criado por Gregori para
seu mundo. Ali também ele dá aulas, faz experimentos, reuniões, festinhas. É
mesmo uma vida comunitária, ainda que surreal.
O final é surpreendente.
Avaliação:
****
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