A Ditadura Perfeita (La Dictadura Perfecta)
País: México
Ano:
2014
Gênero: Comédia
Duração:
98 min
Direção: Luis
Estrada
Elenco: Alfonso Herrera, Tony Dalton, Damián Alcázar, Flavio
Medina, Joaquín Cosio, Osvaldo Benavides, Saúl Lisazo e Joaquín Cosio.
Sinopse: “La Dictadura Perfecta” conta a história de um
governador egocêntrico que busca a cadeira presidencial e de como ele utiliza a
TV para distrair a opinião pública dos grandes problemas do país.
Crítica: o filme, que é uma comédia e sátira política,
pode ser resumido como a realidade mexicana retratada na ficção. Foi o segundo
filme de maior bilheteria no México em 2014, ultrapassando a marca de 4 milhões
de telespectadores. O
primeiro foi “Los Nobles: Quando os Ricos Quebram a Cara”
(Nosotros los Nobles).
Vamos ao enredo: depois de
mais uma das frequentes gafes cometidas pelo presidente da República, o MX TV,
maior conglomerado de comunicação do México, tem que ajudar seu aliado político
antes que a polêmica gere uma crise na sua imagem. Para isso, a televisão tenta
desviar a atenção do povo exibindo, em horário nobre, um vídeo onde o
Governador Carmelo Vargas (Damián Alcázar, excepcional em seu papel) é flagrado em um ato corrupto. Desesperado para
salvar seu futuro político, Vargas decide fechar um acordo secreto com a
própria emissora que o denunciou para mudar sua imagem e torná-lo a nova
estrela política do país. São encarregados para a missão Carlos Rojo (Alfonso
Herrera), um ambicioso produtor de televisão, e Ricardo Diaz (Osvaldo
Benavides), o principal repórter da emissora. Mas para lançar esse possível novo
candidato à presidência a qualquer custo, a situação pode acabar fugindo do
controle.
Os mexicanos dão uma aula
de cinema. Conhecidos por serem dramalhões, souberam enfatizar seus dramas e
criticá-los de forma muito eficiente (longe das “tristes” comédias brasileiras
machistas ou dos “besteiróis” americanos).
Mas a comicidade aqui é
realista, dura, direta e cruel. As situações podem até te fazer rir, mas não
demora muito até você perceber que aquilo tudo que está sendo passado não é
nada mais do que a nossa própria realidade. A semelhança é inegável.
Ao retratar a história de
um governador acusado de corrupção que faz um trato com a maior emissora de
televisão do país, para que a mesma mude a sua imagem perante a população, vem
à tona como realmente os políticos operam para manter a qualquer custo sua “carreira”
política. Da mesma forma, age o quarto poder (a imprensa). Então, o foco da
comédia recai sobre a mídia e seu poder de persuasão e manipulação, a postura dos cidadãos
mediante aos fatos apresentados na televisão, a alienação, a violência fora de
qualquer controle (há cenas muito fortes), enfim, um país sem lei e padrões morais.
O elenco (conhecido do público
mexicano pelas atuações em novelas) é incrível. Todos estão perfeitamente encaixados
em seus personagens e convencem, de fato.
O cenário é tipicamente (e
exageradamente) mexicano.
O diretor foi original, não
seguiu nenhum padrão hollywoodiano e foi extremamente feliz ao mandar seu
recado: críticas pesadas (sem meias palavras) dotadas de um realismo extraordinário.
Para os conhecedores da mídia mexicana, sabe-se muito bem que a produção “alfinetou”
uma determinada emissora do país. E alguns dos acontecimentos mostrados
aconteceram de verdade com políticos, o que torna tudo ainda mais autêntico.
Uma película que merece ser vista por todos.
Uma película que merece ser vista por todos.
Avaliação:
****
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