domingo, 13 de março de 2016

A Ditadura Perfeita (La Dictadura Perfecta)

País: México
Ano: 2014
Gênero: Comédia
Duração: 98 min
Direção: Luis Estrada
Elenco: Alfonso Herrera, Tony Dalton, Damián Alcázar, Flavio Medina, Joaquín Cosio, Osvaldo Benavides, Saúl Lisazo e Joaquín Cosio.

Sinopse: “La Dictadura Perfecta” conta a história de um governador egocêntrico que busca a cadeira presidencial e de como ele utiliza a TV para distrair a opinião pública dos grandes problemas do país.

Crítica: o filme, que é uma comédia e sátira política, pode ser resumido como a realidade mexicana retratada na ficção. Foi o segundo filme de maior bilheteria no México em 2014, ultrapassando a marca de 4 milhões de telespectadores. O primeiro foi “Los Nobles: Quando os Ricos Quebram a Cara” (Nosotros los Nobles).
Vamos ao enredo: depois de mais uma das frequentes gafes cometidas pelo presidente da República, o MX TV, maior conglomerado de comunicação do México, tem que ajudar seu aliado político antes que a polêmica gere uma crise na sua imagem. Para isso, a televisão tenta desviar a atenção do povo exibindo, em horário nobre, um vídeo onde o Governador Carmelo Vargas (Damián Alcázar, excepcional em seu papel) é flagrado em um ato corrupto. Desesperado para salvar seu futuro político, Vargas decide fechar um acordo secreto com a própria emissora que o denunciou para mudar sua imagem e torná-lo a nova estrela política do país. São encarregados para a missão Carlos Rojo (Alfonso Herrera), um ambicioso produtor de televisão, e Ricardo Diaz (Osvaldo Benavides), o principal repórter da emissora. Mas para lançar esse possível novo candidato à presidência a qualquer custo, a situação pode acabar fugindo do controle.
Os mexicanos dão uma aula de cinema. Conhecidos por serem dramalhões, souberam enfatizar seus dramas e criticá-los de forma muito eficiente (longe das “tristes” comédias brasileiras machistas ou dos “besteiróis” americanos).
Mas a comicidade aqui é realista, dura, direta e cruel. As situações podem até te fazer rir, mas não demora muito até você perceber que aquilo tudo que está sendo passado não é nada mais do que a nossa própria realidade. A semelhança é inegável.
Ao retratar a história de um governador acusado de corrupção que faz um trato com a maior emissora de televisão do país, para que a mesma mude a sua imagem perante a população, vem à tona como realmente os políticos operam para manter a qualquer custo sua “carreira” política. Da mesma forma, age o quarto poder (a imprensa). Então, o foco da comédia recai sobre a mídia e seu poder de persuasão e manipulação, a postura dos cidadãos mediante aos fatos apresentados na televisão, a alienação, a violência fora de qualquer controle (há cenas muito fortes), enfim, um país sem lei e padrões morais.
O elenco (conhecido do público mexicano pelas atuações em novelas) é incrível. Todos estão perfeitamente encaixados em seus personagens e convencem, de fato.
O cenário é tipicamente (e exageradamente) mexicano.
O diretor foi original, não seguiu nenhum padrão hollywoodiano e foi extremamente feliz ao mandar seu recado: críticas pesadas (sem meias palavras) dotadas de um realismo extraordinário. Para os conhecedores da mídia mexicana, sabe-se muito bem que a produção “alfinetou” uma determinada emissora do país. E alguns dos acontecimentos mostrados aconteceram de verdade com políticos, o que torna tudo ainda mais autêntico.
Uma película que merece ser vista por todos.

Avaliação: ****

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