Conspiração e Poder (Truth)
País: EUA
Ano:
2015
Gênero: Drama
Duração: 125
min
Direção: James
Vanderbilt
Elenco: Cate
Blanchett, Robert Redford, Elisabeth Moss, Grace e Dennis Quaid.
Sinopse: a produtora da CBS Mary Papes (Cate Blanchett) juntamente com o
âncora Dan Rather suspeitam de que o presidente George W. Bush foi um dos
muitos jovens privilegiados para não combater na Guerra do Vietnã. Armando uma
exposição, os dois pretendem levar a história ao ar, mas o fato só começa uma
guerra entre o poder constituído na tentativa de tirar o crédito das
informações e quase leva toda a CBS News abaixo.
Crítica: o cinema tem dado maior espaço ao retrato do
jornalismo vs política e sua real influência
na vida das pessoas.
Recentemente, estreou “Spotlight:
Segredos Revelados” (2015) denunciando a pedofilia de padres católicos e “A Ditadura
Perfeita” (2014), que mostra como a mídia manipula as informações em prol de
seus interesses. Portanto, lados opostos da mídia.
Em “Conspiração e Poder”,
uma equipe de jornalismo investigativo e, em especial, a produtora Mary (Cate
Blanchett), descobrem algo sobre a carreira militar de Bush que poderia prejudicar
suas intenções de ser presidente da República. Provas são reveladas e levadas
ao ar. No entanto, algum tempo depois, aparecem comentários na internet contestando
a veracidade daquela notícia.
A pressa em denunciar e a
não checagem devida dos documentos pôs tudo a perder. Bush foi eleito e a
equipe de jornalismo desfeita, sendo todos demitidos da CBS, inclusive o famoso
âncora Dan Rather (com uma atuação competente de Redford).
Política e jornalismo
caminham juntos. Quem manipula quem? No decorrer da trama, percebe-se que os papeis
eram falsos, entregues por alguém que, talvez, tivesse interesse de prejudicar
o então candidato à presidência. Os jornalistas teriam sido usados para vender
uma matéria inverídica.
O diretor da CBS, a fim de
evitar mais especulações e acusações, resolve encerrar o caso. O âncora é
forçado a se desculpar na TV, a equipe é desfeita e Mary tem que responder a um
processo judicial. Não que tudo isso tenha ocorrido por justiça. A questão era
não atrapalhar a candidatura do candidato. O interesse é o cerne da questão. Fazer
as pessoas se esquecerem de cobrar a verdade é fácil. Basta oferecer uma outra
notícia bombástica, um novo jeito de dar a matéria, uma nova manchete...
O jornalismo imparcial parece
em extinção. Até que ponto o jornalista segue em seus questionamentos em busca da
verdade e o quanto dela é revelado ao público.
A direção é excelente. Mas o
filme pecou na escolha do elenco. Nem todos estavam em sintonia e, mesmo
Blanchett, deixou a desejar. A cada papel, o ator tem que se reinventar para
nos convencer de que é, de fato, o personagem que interpreta e se desligar de
qualquer trejeito, forma de falar, de olhar, de se locomover, já visto em outro
filme. Aqui, Blanchett repete a fórmula de “Carol”, e não convence como uma
produtora jornalística.
Ao final da película,
surgem letreiros com informações sobre a equipe. Mary, por exemplo, desde 2004,
nunca mais trabalhou em TV.
Avaliação: ***
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