segunda-feira, 30 de julho de 2018

Avó (Amama)


País: Espanha
Ano: 2016
Gênero: Drama
Duração: 103 min
Direção: Asier Altuna.
Elenco: Iraia Elias, Amparo Badiola, Manu Uranga, Klara Badiola, Ander Lipus, Nagore Aranburu e Kandido Uranga.

Sinopse: um filme sobre a passagem da cultura rural basca, que liricamente explora o espírito do lugar, a ascendência e a inevitabilidade da mudança. Gaizka (Manu Uranga) é o filho mais velho da família, mas recusa a assumir o casario - a fazenda que foi da família por gerações. Sua irmã Amaia (Iraia Elias) é a única que tem de lidar com o protesto de seu teimoso pai à moda antiga. Ele insiste que a fazenda representa um modo de vida e valores que devem ser preservados. Amaia encontra-se dividida entre a tradição e a vida no mundo moderno, mas ela não pode deixar seus velhos pais e avó cuidarem da fazenda por si mesmos.

Crítica: o filme, apesar de estar atrelado a particularidades regionais, consegue passar uma mensagem universal.
Um antigo casario na área rural serve como pano de fundo de uma história que retrata as rupturas das tradições. Ali vivem o pai, a mãe e a avó. O primogênito Gaizka (Manu Uranga), que seria o herdeiro a continuar cuidando da fazenda, decide ir morar e trabalhar no exterior; o outro filho Xabier (Ander Lipis) é preguiçoso e Amaia (Iraia Elias) trabalha com produção de trabalhos artísticos e fica a maior parte do tempo na cidade grande.
O pai não aceita os caminhos escolhidos pelos filhos, nunca perguntou sobre os sonhos e desejos deles e nem os incentivou a estudar. Essa parte coube à mãe, como ele mesmo acusa no decorrer da trama.
Ele se fecha num mundo que ele acredita ser o único a existir. Não quer abrir os olhos para ver outros mundos nem abrir a mente para entender as descobertas dos filhos.
A relação familiar é quase insuportável. O patriarca se isola e afasta todos.
O corte de uma árvore é a gota d’água para, enfim, a mãe levantar a voz (depois de anos de silêncio). Na fazenda, para cada nascimento de um membro da família, foi plantada uma árvore. O pai, num ato de fúria, corta a árvore da filha.
A reconciliação só vem depois desse acontecimento. Amaia, mesmo dividida entre os dois mundos, o passado e o presente, sabe que, se o pai resistir às mudanças, será o fim dos laços que ainda os unem.
A fotografia do longa, a sequência das imagens que mistura o real e o ficcional, as cores que dão um significado ao sentimento de cada um são recursos bastante simbólicos no filme e funcionam muito bem.
Uma trama familiar que aborda, com sabedoria, os conflitos de geração. E longe de ser previsível ou enfadonho, consegue atrair o público para a sua abordagem.
Um filme que marca e que deixa bons pensamentos.

Avaliação: ***

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sexta-feira, 27 de julho de 2018

A Última Nota (The Last Note)


País: Grécia
Ano: 2017
Gênero: Drama
Duração: 117 min
Direção: Pantelis Voulgaris
Elenco: Andreas Konstantinou, André Hennicke, Melia Kreiling, Loukas Kyriazis e Tasos Dimas.

Sinopse: a execução de 200 combatentes da resistência grega e comunistas pelos ocupantes alemães em 1º de maio de 1944 em Kaisariani, como represália à emboscada da resistência grega contra os nazistas.

Crítica: muitos filmes já retrataram as guerras mundiais no cinema. O que “A Última Nota” traz de novo é a abordagem da resistência grega ao nazismo na Segunda Guerra Mundial.
Já com tradição de guerrilha desde o jugo otomano, os guerrilheiros do ELAS – facção de esquerda da resistência grega – foram bem ativos sabotando trens e matando militares alemães.
Essas ações, em geral, eram vingadas com grandes represálias, gerando o extermínio de inúmeros gregos nas ruas, em suas casas e nas aldeias.
O longa retrata, especificamente, um grupo de 200 homens que são mandados para o fuzilamento, no dia 1º de maio de 1944, em Kaisariani (subúrbio de Atenas). O ato seria uma resposta ao atentado contra o comandante da Lacônia (unidade grega, na região do Peloponeso), Franz Krech, E, em vez dos trinta ou quarenta (número de pessoas mortas de cada vez), o alto comando ordena o assassinato de 200 homens. A leitura dos nomes no alto-falante é de arrepiar (o anúncio é feito na véspera).
Esse triste retrato de mais uma das atrocidades alemãs é bem conduzido pelo diretor que nos apresenta os personagens e todas as suas implicações.
Os atores estão em excelente performance, sobretudo o intérprete grego (que também fala alemão) Napoleon Soukatzidis (Andreas Konstantinou) e trabalha para o comandante da prisão, Karl Fischer (André Hennicke).
A dança dos homens dentro da cela (já sabendo que morrerão) é belíssima. Dignos, honrados e arrumados: vestem a melhor roupa, fazem a barba e arrumam os cabelos.
No pátio, enfileirados para serem levados para o local do fuzilamento, ouvem as mulheres (na ala feminina) gritarem “assassinos” para os alemães. Todos (muitos ali parentes) sabem que não se verão mais. É o momento da despedida e de protestar como podem.
Um último pedido é feito pelos gregos antes de o pelotão começar a atirar: que todos os 200 fossem alvejados juntos. Mas, como era de se esperar, os alemães negam e decidem matar grupos de 20 homens por vez.
No local, há hoje um Monumento da Resistência Nacional que homenageia esses heróis.

Avaliação: ***

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quinta-feira, 26 de julho de 2018

Hilda Hilst Pede Contato


País: Brasil
Ano: 2018
Gênero: Documentário
Duração: 75 min
Direção: Gabriela Greeb
Elenco: Luciana Domschke, Hilda Hilst e Lygia Fagundes Telles.

Sinopse: Hilda Hilst, poeta paulista falecida em 2004 e uma das mais importantes vozes da literatura brasileira, volta para a Casa do Sol, chácara onde vivia em Campinas, e convida intelectuais, pensadores, poetas e amigos para um encontro com o objetivo de estabelecer contato entre os vivos e os mortos. Misturando diferentes estilos narrativos, ficção com realidade e de forma não linear, o filme explora o cerne do pensamento hilstiano e diferentes elementos da obra da autora.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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