Hannah
País: França/Bélgica/Itália
Ano: 2016
Gênero: Drama
Duração: 95
min
Direção: Andrea
Pallaoro
Elenco: Charlotte
Rampling, André Wilms e Jean-Michel Balthazar.
Sinopse: Hannah (Charlotte Rampling) é uma mulher de
terceira idade que se divide entre as aulas de teatro, a natação e o trabalho
como empregada doméstica. Quando o marido vai preso, ela não tem alternativa a
não ser a solidão e tenta refazer laços perdidos com descendentes, mas há um segredo
na família que dificulta seu relacionamento com terceiros.
Crítica: “Hannah”, segundo longa-metragem do diretor italiano
Andrea Pallaoro, é um filme de emoções, de sentimentos.
É o retrato de uma mulher despedaçada. Hannah
(Charlotte Rampling) ocupa os dias entre um curso de formação de atores, a
faxina em um casarão de arquitetura moderna, a tentativa de comunicação com o
filho que se afastou, cuidados com seu cão e uma vizinhança estranha.
O longa é repleto de detalhes que o espectador precisa
captar. Os diálogos são poucos (mas nem por isso o filme é enfadonho) e muitas
informações ficam no ar para que conclusões e reflexões sejam feitas.
Seu apartamento é escuro e tem uma decoração fria, o
cão de estimação já está velho e se recusa a se alimentar. Tudo parece monótono
e suas tarefas diárias (feitas com afinco) se repetem, mecanicamente.
Sabemos que o marido foi preso e há consequências
envolvendo o crime que aos poucos são reveladas.
Ela precisa se adaptar a essa nova realidade (social e
econômica), mas sofre pressões sociais (sua carteira de sócia da escola de
natação é cancelada – certamente por falta de pagamento), a rejeição do filho,
os maus-tratos de uma vizinha.
Sua válvula de escape é o curso de atuação. Ali ela se
entrega por completo e se desconecta do que de ruim a cerca.
Charlotte Rampling está excepcional no papel. Sua
personagem expressa dor, culpa, vergonha, solidão, insegurança, desespero, numa
idade em que deveria estar gozando da vida com mais sossego, descanso e lazer.
A existência parece quase insuportável. Há momentos de
alívio, como por exemplo, quando ela interpreta papéis ou situações na escola
de atores e quando ela faz carinho no filho de sua patroa. Alguém,
curiosamente, mais próximo a ela do que seu próprio neto, o qual sequer pode
visitar.
Acompanhamos,
com angústia, a sua tentativa dolorosa de seguir em frente.
Avaliação: ****
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