domingo, 31 de março de 2013

Thérèse D. (Thérèse Desqueyroux)


País: França
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 110 min
Direção: Claude Miller

Elenco: Audrey Tautou, Gilles Lellouche, Anaïs Demoustier, Catherine Arditi, Isabelle Sadoyan, Francis Perrin, Jean-Claude Calon, Max Morel, Françoise Goubert, Stanley Weber, Alba Gaïa Kraghede Bellugi, Matilda Marty-Giraut, Gérard Bayle, Yves Jacques, Docteur Lebeau, Frédéric Kneip, Jack Delbalat, Jérôme Thibault, Francis Ayliès e Raymond Beyeler.

Sinopse: em 1926, Thérèse Larroque (Audrey Tautou), filha de um rico proprietário de terras, casa com Bernard Desqueyoux (Gilles Lellouche), filho de outro proprietário. De espírito livre, ela acha que o casamento a livrará de sua vida entediante e das prisões sociais. Feliz após a noite de núpcias, pouco depois Thérèse fica grávida e descobre, porém, que o bebê é mais importante para seu marido do que ela.

Crítica: uma bela produção baseada no romance Thérèse Raquin (1867), do escritor francês Émile Zola, considerada a obra inaugural do naturalismo literário. Ao ser publicada, foi severamente repudiada pela crítica literária especializada.
Entretanto, o escândalo provocado por Thérèse Raquin entre os críticos trouxe um resultado inesperado: serviu de propaganda aos ideais naturalistas do romance, colocando a recém-nascida escola literária em voga. Sob esse pretexto, a obra obteve uma nova edição no ano seguinte, acompanhada por um prefácio, no qual Zola defende as máximas do naturalismo literário: a necessidade de realizar uma análise científica minuciosa da alma humana, sem idealizações morais. Dessa maneira (nas palavras do próprio Zola) cada capítulo constitui o estudo de um caso curioso de fisiologia.
O livro, com certeza, prende mais a atenção do que o filme que se torna um pouco morno na primeira metade de sua duração.
A personagem de Thérèse D. é muito bem interpretada por Audrey Tautou. Já Gilles Lellouche, como seu marido Bernard, decepciona. Ele não consegue se desfazer da figura caricata cômica, comum em seus outros papeis no cinema.
A reconstituição de época é perfeita. Thérèse passa toda sua angústia, devido à incerteza dos seus sentimentos e da falta de livre-arbítrio. Ela é infeliz e nada mais a importa, nem mesmo a filha que terá após o casamento. Sua amizade com a nora Anne se desfaz e tudo o que ela esperava desde jovem, como um grande amor ou fortes emoções, escapa de suas mãos. O que ela pensou que a deixaria feliz e em paz não a deixou. Ela não queria aquela vida pacata, conformista, simples, mas não tinha como fugir daquilo, o que a exaspera.
Numa linha tão filosófica, talvez tenha faltado algo mais concreto que conectasse o espectador ao filme. Os atores coadjuvantes não adicionam muita força à trama, o que também atrapalha o desempenho da história.
De qualquer maneira, vale a pena ver por representar uma obra literária tão significativa para a época.

Avaliação: ***

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Anna Karenina (Anna Karenina)

País: Reino Unido/França

Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 129 min
Direção: Joe Wright
Elenco: Keira Knightley, Jude Law e Aaron Taylor-Johnson.

Sinopse: Anna Karenina é casada com Alexei Karenin, um rico funcionário do governo. Ao viajar para consolar a cunhada, que vive uma crise no casamento devido à infidelidade do marido, ela conhece o conde Vronsky, que passa a cortejá-la.

Crítica: um filme esperado, não só por ser dirigido por Joe Wright, como pela história em si, uma adaptação do clássico romance de Tolstói, já tantas vezes levados ao cinema, mas que promete e não cumpre.
Dois filmes do cineasta britânico tiveram indicações ao Oscar em várias categorias: Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice, 2005) e Desejo e Reparação (Atonement, 2007) e demonstraram sua capacidade de oferecer uma abordagem original e moderna a dramas históricos.
Mas em Anna Karenina Wright não soube conduzir uma história passada no tempo atual. Ainda que ambicioso, original e ousado, seus personagens são mal construídos e, consequentemente, sua história também. Sua protagonista não atrai, não convence, não emociona.
O caráter ousado e criativo é percebido logo nos primeiros minutos da produção, quando a ação começa a acontecer sobre um palco cujas cortinas se abrem diante dos olhos do espectador. O diretor até utiliza imagens de um trem de brinquedo como forma de simbolizar a viagem de uma personagem ou a colocar grandes murais do Kremlin ao fundo de suas cenas. De maneira semelhante, as sequências envolvendo a corrida de cavalos e a explosão de fogos de artifício também se destacam pelas soluções encontradas para manter a ação no ambiente interno do teatro.
Só que isso numa história de época não ficou bem colocado, na verdade, acabou ficando desinteressante. Tecnicamente e artisticamente falando, é belo, mas não funcionou com a trama intensa de Anna Karenina. São quase mil páginas de história para se colocar na tela. Faltou conteúdo, e a trama segue inconstante, com lacunas e sem equilíbrio. Tanto que quem se destacou na história foi o casal secundário Kostya e Kitty, com personagens mais bem desenvolvidos, e Jude Law, o marido traído de Karenina.
Keira Knightley está pouco à vontade no papel, com as mesmas caras e bocas de filmes anteriores, sem mudar de uma cena para outra, como se o sentimento a ser expresso fosse igual em todas elas e Aaron Taylor-Johnson tenta colocar uma pose no conde Vronsky que não convence.

Avaliação: **

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Francisco Brennand


País: Brasil
Ano: 2012
Gênero: Documentário
Duração: 75 min
Elenco: Francisco Brennand e Hermila Guedes.
Direção: Mariana Brennand Fortes

Sinopse: a trajetória do artista plástico Francisco Brennand, que vive isolado no seu ateliê-oficina num bairro de Recife.

Crítica: é ótimo assistirmos a um filme que supera nossas expectativas e “Francisco Brennand” é um exemplo, mesmo para quem nunca tenha ouvido falar do artista.
De forma harmoniosa, texto e imagem se combinam. Brennand, que se diz de poucas palavras, se revela um ótimo comunicador, sobretudo de sua arte e de sentimentos, e de maneira bem simplória, sem rebuscamentos.
Seja na pintura ou na escultura, mostra-se bem à vontade com sua obra, que não é presa a nenhuma escola ou estilo. O ateliê no Recife (instalado na antiga olaria do pai) é um convite aos curiosos. O local, repleto de esculturas imensas (abutres), lembra algo do Egito. Ele ousa e arrisca dizer que muitos não gostam do que ele faz.
Baseado no diário que começou a escrever desde 1949, o documentário marca e deixa o espectador com vontade de saber mais sobre esse tal Francisco Brennand, de alma e mente livre.

Avaliação: ***

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GI Joe – A Retaliação (G.I. Joe – Retaliation)


País: EUA
Ano: 2013
Gênero: Ação
Duração: 110 min
Direção: Jon M. Chu
Elenco: Dwayne Johnson, D.J. Cotrona e Channing Tatum.

Sinopse: grupo de militares norte-americanos é acusado de traição e precisa lutar contra inimigos.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Jack – O Caçador de Gigantes (Jack the Giant Slayer)


País: EUA
Ano: 2013
Gênero: Aventura
Duração: 114 min
Direção: Bryan Singer
Elenco: Nicholas Hoult, Stanley Tucci, Ewan McGregor e Morgan Freeman.

Sinopse: fazendeiro cria, sem querer, um enorme pé de feijão que leva ao mundo de gigantes. Lá, ele terá que ajudar o rei a salvar a princesa Isabelle, sequestrada pelos gigantes.

Crítica: transformar contos de fadas em filmes de ação se tornou uma fórmula lucrativa em Hollywood. As atuais produções, nesse gênero, reinventam histórias clássicas e procuram agradar ao público jovem com visual e linguagem modernos e belos protagonistas apaixonados.
‘Jack: O Caçador de Gigantes’ usa linguagem mais infantil e cartunesca. A narrativa é baseada na jornada do herói e a trama segue, de forma rasa. Esses aspectos criam entretenimento apropriado para todas as idades, sobretudo para as crianças.
Na trama, o camponês Jack (Nicholas Hoult) e a princesa Isabelle (Eleanor Tomlinson) cresceram ouvindo histórias sobre os gigantes, seres sedentos por sangue que vivem entre o céu e a terra. Após invadirem os reinos humanos há milhares de anos, as criaturas foram vencidas por um rei em posse de um artefato criado a partir do coração de um dos monstros. Após a vitória, o monarca mandou cortar o enorme pé de feijão que ligava os dois mundos. Entretanto, a lenda vira pesadelo quando Jack troca o cavalo de seu tio por feijões mágicos e, inadvertidamente, recria a ligação entre os mundos, colocando a princesa em perigo.
O longa conta com inúmeros efeitos especiais e, considerando seu orçamento de US$ 175 milhões, o trabalho não foi bem feito, com exceção apenas para os cenários. Os gigantes parecem todos iguais, com raras exceções. O visual dos gigantes é tão ruim quanto sua falta de personalidade e a forma ridícula como podem ser vencidos. Os grandões são tão subestimados na trama ao ponto do real vilão nem mesmo ser um deles e sim Lorde Roderick (Stanley Tucci), conselheiro real, líder do exército e noivo de Isabelle. O cara não procura esconder nem por um minuto suas intenções de usar os monstros para conquistar o mundo, em uma atuação sofrível de Stucci.
Interpretações exageradas e caricatas são armadilhas das quais todo o elenco é vítima, até mesmo os experientes, como Ewan McGregor e Ian McShane. Diálogos simples e piadas bobas, como o cozinheiro limpando o nariz antes de enrolar Elmont (McGregor) em massa de pão, além das roupas e penteados modernos (nada a ver com cenários de fantasia), deixam o longa menos atrativo para quem já passou da puberdade.
Até cenas de violência, como os monstros comendo carne humana e fazendo voar pedaços para todo lado, e lutas até a morte, são mostradas na animação, o que contradiz com o propósito do filme.

Avaliação: **

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A Hospedeira (The Host)


País: EUA
Ano: 2013
Direção: Andrew Niccol
Gênero: Ação
Duração: 125 min
Elenco: Saoirse Ronan, Max Irons e Jake Abel.

Sinopse: garota é dominada por seres alienígenas e se apaixona por um jovem, que permanece ileso à invasão extraterrestre.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Vai que Dá Certo


País: Brasil
Ano: 2013
Gênero: Comédia
Duração: 87 min
Direção: Mauricio Farias
Elenco: Gregório Duvivier, Fábio Porchat e Bruno Mazzeo.

Sinopse: cinco amigos percebem que não conseguiram realizar os sonhos da época de adolescente e, para mudar o cenário, eles decidem colocarem prática um plano muito louco: assaltar uma transportadora de valores.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Parker


País: EUA
Ano: 2013
Gênero: Ação
Duração: 118 min
Direção: Taylor Hackford
Elenco: Jason Statham, Jennifer Lopez e Michael Chiklis.

Sinopse: ladrão é traído por sua equipe e, para se vingar, assume uma nova identidade.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Titeuf – O Filme (Titeuf, le Film)


País: França
Ano: 2012
Gênero: Animação
Duração: 87 min
Direção: Zep
Elenco: Donald Reignoux, Jean Rochefort e Zabou Breitman.

Sinopse: Titeuf (voz de Donald Reignoux) foi o único menino de sua sala que não foi convidado para o aniversário de Nádia (Mélanie Bernier). Isso o decepciona, pois ele sempre se esforça para impressionar a menina. Atrelado a isso, seus pais estão prestes a se divorciar. Em meio a toda essa situação turbulenta o menino irá aprender a superar seus problemas e arrumar um jeito de ser convidado ao aniversário de Nádia.

Crítica: adaptação da famosa história em quadrinhos francesa que também virou desenho animado para a TV, ‘Titeuf: o Filme’ narra o dia-a-dia do personagem homônimo e seus dilemas pré-adolescentes: escola, amigos, relacionamento com meninas, busca por mais liberdade.
A trama mostra a visão do protagonista sob a crise no casamento dos pais. Como dois franceses bem esclarecidos, eles resolvem dar um tempo e a mãe de Titeuf vai morar fora com a filha pequena, deixando os homens da casa por conta própria. Na escola, o menino se interessa por Nadia, que não lhe dá bola. E com a intenção de ser convidado para a festa de aniversário da garota, tenta unir seu pai à mãe dela, a qual pensa também estar separada.
O traço da animação segue exatamente o dos quadrinhos e do desenho animado francês. E esse deve ser o maior mérito da película: manter uma estética simples para falar sobre temas cotidianos que fazem parte da vida de tantos jovens, apesar de o desfecho otimista não dizer respeito à maioria dos casos.
Destinado a um público bem específico, e sem pretensão de ir além disso, Titeuf soa cansativo para quem já passou dos 12 ou 13 anos. Nas tirinhas, o personagem criado por Philippe Chappuis tem mais liberdade para unir humor e ironia ao tratar de debates sociais e culturais de forma sutil, um aspecto quase ausente na versão cinematográfica.
Mas é interessante notar como uma nova abordagem tem sido desenhada para o público mais jovem. A noção de família e as mudanças nessa base se desvelam no longa e na cabeça do espectador, algo extremamente benéfico para tornar menos deslocado um tema tão comum nos dias de hoje, como o da separação.
Entretanto, mesmo fazendo do assunto algo mais compreensível e simples de assimilar, Titeuf não perde um certo ar francês, restringindo impacto a um número menor de espectadores. Personagens discretos são coadjuvantes nessa trama de tom juvenil e intimista, longe da realidade emotiva dos países latinos. As situações têm um humor peculiar, até mesmo introspectivo. Talvez essa visão menos calorosa empolgue menos os espectadores aqui no Brasil.

Avaliação: **

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Os Croods (The Croods)


País: EUA
Ano: 2012
Gênero: Animação
Duração: 98 min
Direção: Kirk De Micco / Chris Sanders
Elenco: -

Sinopse: família pré-histórica precisa achar um novo lar quando sua caverna é destruída. Liderados por Grug (Nicolas Cage), só não imaginavam que sair das cavernas ia render a maior aventura de suas vidas.

Crítica: o próprio design dos personagens, que apesar de carismáticos, ainda guardam aquele ar pré-histórico bruto e bronco, já é engraçado. Cada um dos personagens da família guarda uma característica que os diferencia uns dos outros. Os mais divertidos são o teimoso e cabeça-dura patriarca da família, Grug; o filho do meio, Thunk, que só faz e fala besteiras, apesar das boas intenções; e a vovó, cuja relação com Grug, que é seu genro, rende alguns dos melhores momentos do filme.
Outro destaque são as divertidas e coloridas criaturas pré-históricas, especialmente um dos mascotes da família, uma mistura de bicho-preguiça com macaco que tem a mania de “anunciar” cada evento mais marcante do filme com um sonoro “TA DA DAAAA!!”
Apesar do humor rasgado e do tom bem infantil e exagerado, a maneira como o tema do “fim do mundo” é abordada na produção é interessante. Funcionando não só como um motor da busca da família por um novo lar, mas também agindo como um estímulo às mudanças de atitude da família, especialmente de Grug, que precisa pela primeira vez “pensar fora da caverna”, e finalmente, abraçar o novo.
O longa poderia ser ainda melhor, se tivesse sido um pouquinho mais corajoso em sua parte final, apostando num final mais sério, mas que talvez desapontasse as crianças, público-alvo do filme.
Contudo, é uma animação com originalidade e bom coração, e bem humorada. Repare, por exemplo, na sequência em que, pela primeira vez na vida, Grug resolver usar o cérebro para colocar em prática algumas de suas “ideias revolucionárias” para a pré-história, como por exemplo, uma rudimentar maneira de tirar fotografias da família. É para toda a família rir!!!

Avaliação: ***

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sexta-feira, 29 de março de 2013

Procurando Sugar Man (Searching for Sugar Man)


País: Suécia e Reino Unido
Ano: 2012
Gênero: Documentário
Duração: 86 min
Direção: Malik Bendjelloul
Elenco: Malik Bendjelloul e Sixto Díaz Rodríguez.
  
Sinopse: dois sul-africanos estão determinados a descobrir o que aconteceu com seu improvável herói musical, o misterioso roqueiro da década de 1970 chamado Rodriguez.

Crítica: a trajetória impressionante desse músico americano (nascido em Detroit), completamente desconhecido em seu país e um astro pop na África, é contada neste documentário.
Emocionante e surpreendente, traz vários depoimentos de pessoas que o viram tocar em bares nos Estados Unidos e depois sumir, tendo sido redescoberto por um fã que o convidou para ir tocar na África do Sul, onde fez 6 megashows. Quando isso ocorreu, Sugar Man, como é conhecido e o título de uma de suas músicas mais famosas, já tinha mais de 70 anos.
De poucas palavras e tímido, ele dá o show mesmo é quando toca sua guitarra no palco, numa completa entrega ao que mais o faz feliz.
Nesse meio tempo, trabalhou em obras, dormiu em abrigos e fez todo tipo de trabalho. Por alguma razão, na época sua bela voz, suas inteligentes letras e agradáveis canções, além de um estilo visual marcante, não foram suficientes para que ele alcançasse o sucesso logo cedo.
Suas 3 filhas o acompanharam nas turnês pelo continente africano. Depois disso, ele voltou a morar na casa em que viveu em Detroit, sem qualquer glamour.
Um trabalho primoroso, com boas imagens, recursos técnicos e fotos de arquivo, que mostra ao público uma história única, imperdível. Além do Oscar de Melhor Documentário em 2013, ganhou outros três prêmios e outras 4 indicações.

Avaliação: ****

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A Feiticeira da Guerra (War Witch/ Rebelle)


País: Canadá
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 90 min
Direção: Kim Nguyen
Elenco: Rachel Mwanza e Serge Kanyinda.

Sinopse: depois de ter sua vila queimada por rebeldes e seus pais assassinados numa guerra civil na África, a menina Komona é levada para a floresta para lutar como uma criança-soldado. Seu brutal comandante não só a treina para o uso de armas, mas também a força a ter relações com ele. Procurando por abrigo no meio do horror, ela se apega a um garoto albino, um pouco mais velho, que ela chama de “Mágico”. Depois de escaparem juntos, Komona deve retornar à sua vila natal para enterrar os pais. Apesar de todos os horrores que encontra pelo caminho, Komona ainda tem esperança.

Crítica: o diretor optou pela mescla de documentário e ficção, o que não deixa de revelar a crueza e a realidade de crianças africanas, marcadas para serem retiradas de seus lares e terem uma curta vida dedicada à violência.
Logo no início, vemos a protagonista Komona (Rachel Mwanza – perfeita em sua primeira atuação como atriz) perder sua humanidade. A menina do Congo, de apenas 13 anos de idade, acabara de ser recrutada involuntariamente pelo grupo guerrilheiro do líder Grand Tigre Royal, e sua porta de entrada para esta nova vida deve ser selada com sangue.
O tema mórbido nos remete aos horrores de países como Serra Leoa ou Ruanda, e comove muito, pois oferece uma fração mínima do sentimento destas crianças soldados, que nada mais têm a fazer do que entregar suas vidas a causas distorcidas e desumanizadas.
Durante quase todo o decorrer do filme, Komona surge calada, com uma dura expressão no olhar, mas ainda com um fio de esperança para sobreviver àquela triste vida.
Certo dia, após tomar a "seiva da mata" (uma espécie de alucinógeno extraído das árvores e dado às crianças soldados), Komona começa a enxergar espíritos assustadores: negros pintados de branco e com olhos sem vida. Contudo, em seu primeiro contato com estas almas penadas, ela recebe auxílio das mesmas, o que lhe faz escapar ilesa de uma emboscada do governo contra sua trupe de guerrilheiros.
É aí que o restante do grupo cria certa idolatria pela garota, batizando-a de "Feiticeira da Guerra", cujos poderes podem influenciar o resultado de confrontos futuros. Ela se torna então "um pouco relevante".
Este contexto sobrenatural/espiritual é peça chave da obra. Os captores da jovem realizam processos ritualísticos a todo momento, sendo que até mesmo a entrega das armas nas mãos das crianças se torna uma cerimônia sagrada. É o deus Kalashnikov acima de tudo e de todos: "Cuide de sua arma como se ela fosse seu papai e sua mamãe!".
O grupo de atores (que são basicamente "não atores") não entregam interpretações, mas sim relatos verídicos. Vemos crianças e adultos da região que compreendem profundamente o que está sendo argumentado na trama, fazendo com que suas incorporações se tornem a exteriorização de uma concepção já encrustada em suas personalidades.
O roteiro é teoricamente simples, e monta linearmente os acontecimentos que definem sua protagonista. Porém, o peso dramático de tais descrições é inquestionável. No entanto, há também momentos de humor e felicidade com o fugaz relacionamento de Komona e o negro albino chamado apenas de "Mágico" (Serge Kanyinda). Basicamente, um sonho de dois escravos fadados à violência.
Um filme difícil de esquecer, tanto pela história real e comovente como pela atuação dos protagonistas e pela mensagem urgente que passa: que tal injustiça não pode mais continuar, deve haver alguma interferência para livrar milhares de crianças inocentes do horror e da manipulação de monstros que se dizem humanos.

Curiosidade: Rachel Mwanza ganhou por sua interpretação o prêmio de melhor atriz no "Berlin International Film Festival" e no "Tribeca Film Festival".

Avaliação: ****

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O Último Elvis (El Ultimo Elvis)

País: Argentina

Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 91 min
Direção: Armando Bo
Elenco: John McInerny, Griselda Siciliani e Margarita Lopez.

Sinopse: o cantor Carlos Gutiérrez (John McInerny) é cover de Elvis, e sempre viveu a vida do grande astro do rock como se fosse ele próprio reencarnado, negando a si mesmo. Só que ele se aproxima da idade que Elvis tinha ao morrer, e seu futuro se mostra vazio. Uma situação inesperada acaba por obrigá-lo a cuidar da sua filha Lisa Marie (Margarita Lopez), uma menina pequena que ele quase não vê. Nos dias em que fica com ela, Carlos experimenta ser realmente um pai, e Lisa Maria aprende a aceitá-lo como tal. Mas o destino lhe apresenta uma difícil decisão: Em uma viagem de loucura e música, Carlos deverá escolher entre seu sonho de ser Elvis e sua família.

Críticaa história dessa produção argentina é tão interessante quanto o próprio filme. Armando Bo, filho mais jovem de uma dinastia de diretores e atores argentinos, procurava assunto para um longa-metragem, quando, andando à toa pela Boca, ouviu o CD pirata de um cover de Elvis Presley, um certo John McInerny. Este é o nome de um arquiteto argentino, apaixonado por Elvis e um dos seus covers mais badalados na noite de La Plata. Bo o convidou para o filme e McInerny revelou-se ator de talento.
Ele interpreta (e muito bem) Carlos Gutiérrez, que renega o nome e faz-se chamar de Elvis, tamanha a identificação com o ídolo. É um cover de voz maravilhosa, que se apresenta em casas noturnas um pouco sombrias. O longa revela o ambiente desses imitadores. Ao mesmo tempo lhes confere grande dignidade. Seu lado humano sobressai sobre o artístico. Além disso, Carlos/Elvis tem a vida complicada. Além dos shows onde ganha quase nada e ainda tem que dividir o dinheiro com os seus músicos, trabalha como operário em uma fábrica. A mulher, com quem tem uma filha pequena, não quer mais saber dele. A filha parece constrangida com o pai. Após um incidente, Carlos tenta reatar os laços familiares, em especial com a menina, mas não abre mão do sonho de refazer os passos do seu ídolo. É uma vida dilacerada.
A direção constrói uma história charmosa e, até certo ponto, surpreendente. Entra com respeito numa zona fronteiriça entre o digno e o sórdido, entre o sublime e o ridículo dos imitadores, e envolve esse registro numa trama familiar terna.
E o desfecho é uma surpresa. 

Avaliação: ***

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Killer Joe – Matador de Aluguel


País: EUA
Ano: 2011
Gênero: Ação
Duração: 103 min
Direção: William Friedkin
Elenco: Matthew McConaughey, Emile Hirsch e Juno Temple.

Sinopse: em Dallas, Joe é um detetive, mas também um assassino por encomenda. Quando Chris, um traficante de 22 anos, tem seu estoque roubado pela própria mãe, ele deve rapidamente encontrar 6 mil reais, senão será assassinado. Chris recorre então a "Killer Joe", lembrando que o seguro de vida de sua mãe vale 50 mil dólares. Inicialmente Joe recusa, porque só é pago adiantado, mas ele abre uma exceção contanto que Dottie, a sedutora irmã mais nova de Chris, sirva de "garantia sexual" até o dia do pagamento.

Crítica: a história se resume na contratação de um policial que, nas horas vagas, é um assassino profissional, por um garoto viciado, que deve dinheiro a traficantes.
A trama é salpicada de diálogos típicos de obras de Tarantino, sem, porém, demonstrar a mesma capacidade de criar cenas memoráveis. São longos momentos expositivos da perturbada psiquê dos personagens que não fluem tão bem quanto os que Tarantino costuma escrever. Há tentativas de humor – ok, humor negro – que não passam disso, tentativas. Os diálogos são de mau gosto, as situações são apelativas, as atuações são razoáveis (nada que surpreenda) e as cenas de nudez, exageradas. E a história em si, que seria o mais importante, não funciona. Muita violência gratuita para nada.
A mensagem é mesmo de desesperança. Afinal, o que esperar de alguém que quer ganhar dinheiro destruindo a própria família.

Avaliação: **

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quarta-feira, 13 de março de 2013

Além das Montanhas (Dupa Dealuri)


País: França/Bélgica/Romênia
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 150 min
Direção: Christian Mungiu
Elenco: Cosmina Stratan, Cristina Flutur e Valeriu Andriuta.

Sinopse: Romênia. Alina e Voichita são grandes amigas que vivem em um monastério isolado. Alina viveu por vários anos na Alemanha e deseja voltar ao país, agora com Voichita, mas ela está feliz no convento, onde acredita ter encontrado um lar e a fé. Sem entender a amiga, Alina passa a enfrentar constantemente um padre local. Ele, por sua vez, passa a acreditar que a jovem está possuída.

Crítica: mesmo sendo um pouco extenso demais, o trabalho merece ser visto. Crítico e forte tanto em seus personagens como em seus diálogos inteligentes, é um retrato do obscurantismo da igreja ortodoxa romena principalmente no interior do país.
O filme demonstra pontos chaves herdados da era comunista como a corrupção, as sequelas psicológicas dos jovens que foram abandonados em orfanatos públicos e a liberdade sexual.
O desfecho é inesperado e reforça a discussão do que é certo ou não, moral ou não e sobre os limites dos nossos atos e crenças.

Avaliação:***

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Depois de Lúcia (Después de Lucia)

País: México/França

Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 93 min
Direção: Michel Franco
Elenco: Tessa Ia, Gonzalo Vega Jr., Tamara Yazbek, Hernán Mendoza e Monica del Carmen.

Sinopse: Alejandra (Tessa Ia) e seu pai Roberto acabaram de mudar para uma nova cidade. Depois da morte de sua esposa, ele e sua filha de 15 anos tentam recomeçar a vida. Alejandra ingressa em um novo colégio e começa a sofrer abusos físicos e emocionais, mas, envergonhada, não conta nada para o pai.

Crítica: o diretor faz um retrato cruel e impactante do bullying e sua força destrutiva e brutal na fase da adolescência.
As situações criadas são naturais (tensas, polêmicas, chocantes) e a as interpretações bem convincentes.
A adolescência é uma fase difícil, cheia de dúvidas e conturbações, o que é bem explorado na trama. Não é um super filme, mas é capaz de levantar discussões interessantes por meio das contradições ali mostradas e, acima de tudo, é um alerta aos jovens que o sofrem, aos pais, à escola e à sociedade que fingem não ver o que se passa. 
Um filme duro de ser visto, mas necessário.

Curiosidades: o filme recebeu diversos prêmios em 2012: vencedor do prêmio Un Certain Regard no Festival de Cannes; vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Chicago (também foi indicado a Melhor Filme Estrangeiro); indicado a Melhor Filme no Festival de Londres; e vencedor do Horizons Award – Menção Especial do Festival de San Sebástian.

Avaliação: ***

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Oz: Mágico e Poderoso (Oz: The Great and Powerful)


País: EUA
Ano: 2013
Gênero: Aventura
Duração: 130 min
Direção: Sam Raimi
Elenco: James Franco, Michelle Williams e Rachel Weisz.

Sinopse: mágico de caráter questionável é transportado para um mundo mágico, onde precisa enfrentar duas bruxas maldosas para salvar um reinado.

Crítica: o longa é inspirado na obra de L. Frank Baum e apresenta referências bem veladas ao clássico “O mágico de Oz” (1939). Nele se conta como o mágico de parque de diversões Oscar Diggs (James Franco) chega na terra encantada de Oz em um balão após fugir de uma briga. Lá ele conhece Theodora (Mila Kunis), que explica a profecia de que um mágico salvaria a terra de Oz da maldade da bruxa má, Glinda (Michelle Williams), e se tornaria rei. Oz, o mágico, só se preocupa consigo mesmo e com a possibilidade de obter as riquezas do reino, e parte para a missão tendo como companheiros o macaco alado Finley (com voz de Zach Braff) e a Boneca de Porcelana (com voz de Joey King).
Depois de algumas reviravoltas, explica-se que a bruxa má, na verdade, é Theodora, auxiliada por sua irmã, Evanora (Rachel Weiss), e que Glinda é a verdadeira protetora das terras. A bondade dela se alia à esperteza do trapaceiro Oz para tentar derrotar as irmãs, tornando a trama uma lição de moral típica da Disney, com seus encantos e clichês. E são estes últimos que mais atrapalham o filme.
A necessidade de as grandes produções se converterem em lucro impede ousadias que poderiam transformar filmes medianos em clássicos. Muito provavelmente, foi a pressão da Disney para criar um produto “família” que minou grande parte da criatividade da direção de Sam Raimi em “Oz – Mágico e Poderoso”. Mesmo com o roteiro simpático, a trama se arrasta em certos momentos, e a edição “quadrada”, nada típica de Raimi, torna-os mais enfadonhos, especialmente no primeiro terço do filme. Além disso, o 3D é utilizado de maneira totalmente não criativa, uma vez que vários elementos do mundo mágico simplesmente saltam da tela para o espectador sem isso ter nenhum significado para a atmosfera ou andamento da trama.
Outro problema é a atuação um tanto quanto preguiçosa de Franco na primeira metade do longa. Seu Oz não consegue ter carisma o suficiente, e passa a impressão de que o ator tentou emular, sem sucesso, os trejeitos de um Johnny Depp em “A fantástica fábrica de chocolate” (2005) ou “Piratas do Caribe” (2003). Somente quando Oz começa a mudar seu jeito egoísta e enganador que Franco parece encontrar o tom certo da atuação, o que é uma pena, uma vez que a parte inicial, em belíssimo preto e branco, é essencial para a apresentação e criação de empatia com o personagem.
Os destaques são Rachel Weiss, que se entrega ao universo da personagem com muito mais dedicação, e Michelle Williams, no tom certo de seu personagem. Ela é uma Glinda perfeita, boazinha sem ser “mala” e nem burra; em tempos de crianças cada vez precoces, um personagem “bom” que não pareça chato é um verdadeiro achado para o espectador infantil!
Apesar dos equívocos, é uma obra simpática, longe de ser marcante como o seu "parente" de 1939. A intenção não foi criar uma obra profunda para adultos, mas sim uma viagem fantástica capaz de divertir pessoas de todas as idades. Nesse quesito, cumpre o papel.

Avaliação: ***

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Amor é Tudo o que Você Precisa (Den Skaldede Frisør)


País: Dinamarca/Suécia/Itália/França/Alemanha
Ano: 2012
Gênero: Comédia
Duração: 116 minutos
Direção: Susanne Bier
Elenco: Pierce Brosnan, Trine Dyrholm e Kim Bodnia.

Sinopse: um viúvo e uma mulher recém-saída de uma batalha contra o câncer se encontram em uma casa de campo na Itália para o casamento dos seus filhos e têm o destino entrelaçado.

Crítica: a trama é boa e tem uma mensagem bem positiva. Apesar do romantismo um pouco novelesco e de alguns clichês, a história agrada, sobretudo pela atuação carismática de Trine Dyrholm (como Ida). Pierce Brosnan (Philip) também cumpre seu papel. Mas os demais atores são fracos.
Em meio a traições, decepções e frustrações, descobertas e oportunidades apontam uma luz no futuro.
A direção de Susanne Bier é boa, mas não se compara ao seu filme “Depois do Casamento”, bem mais denso.
No entanto, só a fotografia magnífica mostrando as belezas da Costa Amalfitana, mais especificamente, a cidade de Sorrento, já valeria o ingresso. Local digno de uma lua-de-mel com muito romance. 

Avaliação: ***

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Amigos Inseparáveis (Stand up Guys)


País: EUA
Ano: 2013
Gênero: Ação
Duração: 95 min
Direção: Fisher Stevens
Elenco: Al Pacino, Alan Arkin e Christopher Walken.

Sinopse: dois assassinos de aluguel em fim de carreira reúnem a velha gangue para um último trabalho: matar um de seus amigos.

Crítica: Christopher Walken, Alan Arkin e Al Pacino formam um elenco de peso e de quase garantia de um grande filme. Mas o trio decepcionou, com uma trama fraca.
Os três veteranos rodando a cidade com um Corvete roubado produzem algumas cenas engraçadas e situações inusitadas, mas a história não flui nem convence.
Tudo começa com Val (Pacino) saindo da prisão após 28 anos. Doc (Walken) vai buscá-lo e juntos passam o dia se divertindo como nunca. O problema é que Doc tem uma missão ingrata: matar seu amigo e parceiro de crime, como vingança para um chefão da máfia. Logo os dois entendem a tristeza da situação, marcam um horário para o fim e seguem aprontando durante a noite toda.
As atuações são bastante naturais, o que não compensa outras falhas: a trama começa devagar demais e as piadas são forçadas, incapazes de arrancar risadas do espectador mais cínico. As coisas só melhoram quando Hirsh (Alan Arkin), ex-motorista da gangue, se junta a Val e Doc após um resgate audacioso em uma casa de repouso. A partir desse momento tudo fica mais interessante. Isso não significa que as situações enfrentadas pelos amigos pareçam minimamente possíveis, mas são divertidas.
Apesar dos personagens fortes, a trama vaga sem rumo e não chega a lugar algum.

Avaliação: **

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Mulheres Africanas – A Rede Invisível


País: Brasil
Ano: 2012
Gênero: Documentário
Duração: 80 min
Direção: Carlos Nascimbeni
Elenco: Zezé Motta, Nadine Gordimer e Graça Machel.

Sinopse: filme mostra um panorama das conquistas e lutas das mulheres do continente africano no último século.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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terça-feira, 5 de março de 2013

Barbara


País: Alemanha
Ano: 2012
Gênero: Drama
Duração: 105 min
Direção: Christian Petzold
Elenco: Nina Hoss, Ronald Zehrfeld e Rainer Bock.

Sinopse: no verão de 1980, médica é transferida para uma clínica em um vilarejo isolado. Enquanto planeja a fuga para o lado oriental de Berlim, ela se envolve com o chefe do hospital onde trabalha.

Crítica: o filme é um retrato cru do regime, dito socialista, que vigorou com mão de ferro por muitos anos na Alemanha Oriental. Uma história forte e politizada, que tem a talentosa Nina Hoss vivendo o papel de Barbara.
Ao melhor estilo “mulher alemã”, extremamente fria com desconhecidos, mas de coração combativo. A atriz encarnou perfeitamente, seja no psicológico ou no físico, uma brava médica do interior que tenta suavizar o sofrimento dos que vivem nos campos de trabalho forçado. Paralelamente, planeja sua fuga para a liberdade, neste caso um sonho capitalista.
Destaque também para a atuação de Ronald Zehrfeld, que vive um médico da capital enviado ao campo para ajudar o governo a controlar possíveis ameaças contra o regime “socialista”. Ele é quem dá ritmo e cor ao drama, com um humor comedido, tirando parte da monotonia do enredo.
Apesar da boa direção, que cria um clima de tensão, e da dupla de protagonistas estarem acima da média, a história não empolga. Talvez pela frieza e cortes abruptos das cenas.
O longa não decepciona, no entanto também não consegue se aproximar do espectador. Falta, principalmente, um elenco de apoio mais carismático. A avaliação final é positiva, apesar de restrita, pois deve agradar apenas os fãs desse tipo de drama.
‘Barbara’ foi bem recebido pela crítica internacional e levou para casa o Urso de Prata de Melhor Direção no Festival de Berlim 2012.

Avaliação: ***

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Caverna dos Sonhos Esquecidos (Cave of Forgotten Dreams)


País: França/EUA/Reino Unido/Canadá/Alemanha
Ano: 2010
Gênero: Documentário
Duração: 90 min
Direção: Werner Herzog
Sinopse: diretor filma o interior da Caverna Chauvet, no sul da França, onde foram descobertos centenas de desenhos rupestres em 1994.

Crítica: o assunto já é garantia de meio sucesso para o documentário, pois instiga nossa imaginação, levando-nos a pensar como era a vida na caverna Chauvet há 30 mil anos.
Ossadas, pinturas rupestres, vestígios, pisadas, marcas, tudo isso levou um grupo de pesquisadores (arqueólogos, professores de história, geólogos, espeleólogos) a aprofundar-se sobre a história.
Os depoimentos são bons e as imagens em 3D revelam a beleza das pinturas (sobretudo a dos cavalos) nas pedras, das estalactites, dos cristais de calcita nas paredes e no piso da caverna.
Extremamente reservada e ainda fechada ao público, a caverna passou a ter um acesso ainda mais difícil após o desmoronamento de algumas rochas. O fechamento parece proposital, com medo da ação do homem. Uma cultura tão rica e tão viva (as pinturas parecem ter sido feitas ontem) que se nega a ser destruída.
A falha ficou apenas na narração fraca (o texto deixa a desejar) e no tempo além do necessário para mostrar a descoberta.
De qualquer maneira, é uma aula de história e muito aprendemos com ela.

Avaliação: ***

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A Parte dos Anjos (The Angel’s Share)


País: Reino Unido/Irlanda do Norte
Ano: 2012
Gênero: Comédia
Duração: 106 min
Direção: Ken Loach
Elenco: Paul Brannigan, Siobhan Reilly, John Henshaw, Gary Maitland, Jasmin Riggins, William Ruane e Roger Allam.

Sinopse: Robbie (Paul Brannigan) escapa, por pouco, de uma sentença de prisão. Ele acaba de ter um filho com a namorada Leonie (Siobhan Reilly) e promete que o futuro do primogênito será diferente de tudo que viveu. Durante o serviço comunitário, ele conhece pessoas que enfrentam a mesma dificuldade de encontrar emprego e descobre um dom em degustação de whisky que pode mudar suas vidas para sempre.

Crítica: o filme tem sua crítica social, como é comum encontrar nos trabalhos de Ken Loach, mas não se compara à força de obras anteriores: Ladybird, Pão e Rosas, Sweet Sixteen, Ventos da Liberdade e Procurando por Eric.
A história (centrada em Robbie) está mais para drama do que para comédia e seus jovens personagens, todos com problemas como alcoolismo, uso de drogas, envolvimento em brigas e cometimentos de pequenos delitos, carregam certo sofrimento, sendo difícil dar espaço ao humor. Algumas cenas, por sinal, são bem asquerosas. Harry (John Henshaw) é o guia que tenta oferecer oportunidades a esse pequeno grupo de jovens, por meio da solidariedade, socialização e diálogo.
Um trabalho mediano que cumpre o papel, nada mais.

Avaliação: **

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O Quarteto (Quartet)


País: Reino Unido
Ano: 2012
Gênero: Comédia
Duração: 98 min
Direção: Dustin Hoffman
Elenco: Maggie Smith, Tom Courtenay e Billy Connolly.

Sinopse: o aniversário do compositor italiano Giuseppe Verdi é comemorado todos os anos em um lar para cantores aposentados. A harmonia do local é quebrada quando aparece a ex-mulher de um dos idosos.

Crítica: com um elenco de experientes artistas, alguns deles músicos profissionais, o primeiro longa dirigido pelo ator Dustin Hoffman, baseado na obra de Ronald Harwood, conta uma história que gira em torno da música. No entanto, o filme ultrapassa um pouco os clássicos 15 minutos iniciais, onde precisam conquistar a atenção do público, deixando muitos espectadores não entendendo os objetivos da trama.
Em O Quarteto conhecemos um grupo de músicos que moram no Lar dos músicos aposentados ao sul da Inglaterra e tem suas rotinas modificadas com a chegada de uma velha amiga e da possibilidade de uma apresentação que pode salvar o lugar em que vivem. O lugar escolhido para as locações, o condado ao sul da Inglaterra chamado Buckinghamshire, é belíssimo e Dustin Hoffman se aproveitou da natureza privilegiada do local para capturar impressionantes imagens.
Entre uma canção e outra, o filme se sustenta na bela trilha sonora de Dario Marianelli e nos diálogos engraçados, muitos deles comandados pelo ator Billy Connolly e seu simpático Wilf Bond.
É um filme que varia entre a comédia e o drama: o grande grupo de músicos não aceita a chegada da terceira idade, mas tal situação é abordada de maneira agradável. Os personagens são muito bem escritos tendo como foco o grupo, em vez de privilegiar um papel específico. Aliás, são as ótimas atuações que seguram a trama que, infelizmente, tem uma história fraca.

Avaliação: **

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Os Infiéis (Les Infidèles)


País: França
Ano: 2012
Gênero: Comédia
Duração: 109 min
Direção: Emmanuelle Bercot e Fred Cavayé, entre outros
Elenco: Jean Dujardin, Gilles Lellouche e Lionel Abelanski.

Sinopse: a infidelidade masculina analisada a partir do ponto de vista de sete diretores.

Crítica: um filme de franceses tentando ser engraçados. Vale pelo experimento, mas não se anime muito.
A trama acerta algumas vezes e erra outras tantas. Há momentos engraçados e outros absolutamente constrangedores. Logo de início somos apresentados a uma dupla de amigos (o vencedor do Oscar por O Artista, Jean Dujardin, e Gilles Lellouche, de Até a Eternidade) cujo hobby é trair suas esposas. Dois típicos machos que defendem a poligamia apelando para conceitos biológicos do tipo: “o homem é geneticamente propenso a buscar novas parceiras para perpetuar a espécie”. E é o que os dois fazem, passando noitadas juntos que, invariavelmente, terminam num quarto de motel acompanhados de mulheres de ocasião. No dia seguinte, sobra a ressaca e as desculpas esfarrapadas para as esposas, todas previamente combinadas.
Depois desse primeiro momento é que se descobre que o filme é episódico. Dujardin e Lellouche interpretam diversos papeis dentro da trama e, em todos, encarnam algum estereótipo masculino. Na segunda parte, uma das mais engraçadas, Dujardin de pegador passa a viver o típico cara que não come ninguém. Participando de uma convenção num hotel distante de casa, vê aí a oportunidade de sair um pouco da rotina de casado. Atira para todo lado, mas não acerta ninguém, enquanto Lellouche, agora um cadeirante boa praça, já pegou mais de três. Ao final da noite, faz sua derradeira tentativa com uma coroa nada atrativa, na típica situação de fim de festa que, para não ficar no prejuízo – e depois de uns drinks a mais – come-se o que aparecer pela frente.
Num outro episódio, Lellouche interpreta o homem na idade do lobo que busca se afirmar como macho indo para a cama com uma gatinha muitos anos mais nova. Ele aprecia o belo corpo da moça e se sente revigorado, com o orgulho de macho em alta. Mas nem tudo são flores, afinal. A diferença de idade e vigor mais cedo ou mais tarde cobrarão seu preço. E no final da noite, resta ao personagem voltar pra casa com a cara amassada e uma história mirabolante para contar para a mulher.
E assim segue ‘Os Infiéis’ até seu final, quando voltamos aos personagens que começaram a trama, num desfecho improvável, mas que não deixa de estar em consonância com o que se viu ao longo do filme. Apresentam-se ainda outros modelos de machos incorrigíveis em esquetes cômicas de transição, que são reunidos depois numa terapia de grupo para viciados em sexo, sequência que rende outros bons momentos engraçados – e outros nem tanto assim.
Um filme machista, sem dúvida.

Avaliação: **

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Dezesseis Luas (Beautiful Creatures)


País: EUA
Ano: 2013
Gênero: Drama
Duração: 124 min
Direção: Richard LaGravenese
Elenco: Alice Englert, Viola Davis e Emma Thompson.

Sinopse: garota precisa enfrentar maldição sobrenatural que persegue a família há gerações.
Crítica:
Avaliação: a conferir

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A Hora da Escuridão (The Darkest Hour)


País: EUA
Ano: 2011
Gênero: Ação
Duração: 89 min
Direção: Chris Gorak
Elenco: Emile Hirsch, Olivia Thirlby e Max Minghella.

Sinopse: em passeio pela Rússia, grupo de turistas americanos é atacado por extraterrestres.
Crítica:
Avaliação: a conferir

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Amanhecer Violento (Red Dawn)


País: EUA
Ano: 2012
Direção: Dan Bradley
Gênero: Ação
Duração: 93 min
Elenco: Chris Hemsworth, Isabel Lucas e Josh Hutcherson.

Sinopse: jovens se unem para salvar a cidade da invasão de soldados norte-coreanos.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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