Thérèse D. (Thérèse Desqueyroux)
País: França
Ano:
2012
Gênero: Drama
Duração: 110
min
Direção: Claude
Miller
Elenco: Audrey Tautou, Gilles Lellouche, Anaïs
Demoustier, Catherine Arditi, Isabelle Sadoyan, Francis Perrin, Jean-Claude
Calon, Max Morel, Françoise Goubert, Stanley Weber, Alba Gaïa Kraghede Bellugi,
Matilda Marty-Giraut, Gérard Bayle, Yves Jacques, Docteur Lebeau, Frédéric
Kneip, Jack Delbalat, Jérôme Thibault, Francis Ayliès e Raymond Beyeler.
Sinopse: em 1926, Thérèse Larroque (Audrey Tautou),
filha de um rico proprietário de terras, casa com Bernard Desqueyoux (Gilles
Lellouche), filho de outro proprietário. De espírito livre, ela acha que o
casamento a livrará de sua vida entediante e das prisões sociais. Feliz após a
noite de núpcias, pouco depois Thérèse fica grávida e descobre, porém, que o
bebê é mais importante para seu marido do que ela.
Crítica: uma bela produção baseada no romance Thérèse Raquin
(1867), do escritor francês Émile Zola, considerada a obra inaugural do
naturalismo literário. Ao ser publicada, foi severamente repudiada pela crítica
literária especializada.
Entretanto, o escândalo provocado por Thérèse Raquin
entre os críticos trouxe um resultado inesperado: serviu de propaganda aos
ideais naturalistas do romance, colocando a recém-nascida escola literária em
voga. Sob esse pretexto, a obra obteve uma nova edição no ano seguinte,
acompanhada por um prefácio, no qual Zola defende as máximas do naturalismo
literário: a necessidade de realizar uma análise científica minuciosa da alma
humana, sem idealizações morais. Dessa maneira (nas palavras do próprio Zola)
cada capítulo constitui o estudo de um caso curioso de fisiologia.
O livro, com certeza, prende mais a atenção do que o
filme que se torna um pouco morno na primeira metade de sua duração.
A personagem de Thérèse D. é muito bem interpretada
por Audrey Tautou. Já Gilles Lellouche, como seu marido Bernard, decepciona. Ele não
consegue se desfazer da figura caricata cômica, comum em seus outros papeis no
cinema.
A reconstituição de época é perfeita. Thérèse passa
toda sua angústia, devido à incerteza dos seus sentimentos e da falta de
livre-arbítrio. Ela é infeliz e nada mais a importa, nem mesmo a filha que terá
após o casamento. Sua amizade com a nora Anne se desfaz e tudo o que ela
esperava desde jovem, como um grande amor ou fortes emoções, escapa de suas
mãos. O que ela pensou que a deixaria feliz e em paz não a deixou. Ela não
queria aquela vida pacata, conformista, simples, mas não tinha como fugir
daquilo, o que a exaspera.
Numa linha tão filosófica, talvez tenha faltado algo
mais concreto que conectasse o espectador ao filme. Os atores coadjuvantes não
adicionam muita força à trama, o que também atrapalha o desempenho da história.
De qualquer maneira, vale a pena ver por representar
uma obra literária tão significativa para a época.
Avaliação: ***
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