O Último Elvis (El Ultimo Elvis)
País: Argentina
Ano:
2012
Gênero: Drama
Duração: 91
min
Direção: Armando
Bo
Elenco: John
McInerny, Griselda Siciliani e Margarita Lopez.
Sinopse: o cantor Carlos Gutiérrez (John McInerny) é
cover de Elvis, e sempre viveu a vida do grande astro do rock como se fosse ele
próprio reencarnado, negando a si mesmo. Só que ele se aproxima da idade que
Elvis tinha ao morrer, e seu futuro se mostra vazio. Uma situação inesperada
acaba por obrigá-lo a cuidar da sua filha Lisa Marie (Margarita Lopez), uma
menina pequena que ele quase não vê. Nos dias em que fica com ela, Carlos experimenta
ser realmente um pai, e Lisa Maria aprende a aceitá-lo como tal. Mas o destino
lhe apresenta uma difícil decisão: Em uma viagem de loucura e música, Carlos
deverá escolher entre seu sonho de ser Elvis e sua família.
Crítica: a história dessa produção
argentina é tão interessante quanto o próprio filme. Armando Bo, filho mais jovem
de uma dinastia de diretores e atores argentinos, procurava assunto para um
longa-metragem, quando, andando à toa pela Boca, ouviu o CD pirata de um cover
de Elvis Presley, um certo John McInerny. Este é o nome de um arquiteto
argentino, apaixonado por Elvis e um dos seus covers mais badalados na noite de
La Plata. Bo o convidou para o filme e McInerny revelou-se ator de talento.
Ele interpreta (e muito
bem) Carlos Gutiérrez, que renega o nome e faz-se chamar de Elvis, tamanha a
identificação com o ídolo. É um cover de voz maravilhosa, que se apresenta em
casas noturnas um pouco sombrias. O longa revela o ambiente desses imitadores.
Ao mesmo tempo lhes confere grande dignidade. Seu lado humano sobressai sobre o
artístico. Além disso, Carlos/Elvis tem a vida complicada. Além dos shows onde
ganha quase nada e ainda tem que dividir o dinheiro com os seus músicos, trabalha
como operário em uma fábrica. A mulher, com quem tem uma filha pequena, não
quer mais saber dele. A filha parece constrangida com o pai. Após um incidente,
Carlos tenta reatar os laços familiares, em especial com a menina, mas não abre
mão do sonho de refazer os passos do seu ídolo. É uma vida dilacerada.
A direção constrói uma
história charmosa e, até certo ponto, surpreendente. Entra com respeito numa
zona fronteiriça entre o digno e o sórdido, entre o sublime e o ridículo dos
imitadores, e envolve esse registro numa trama familiar terna.
E o desfecho é uma surpresa.
Avaliação:
***
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