Os Infiéis (Les Infidèles)
País: França
Ano: 2012
Gênero: Comédia
Duração: 109 min
Direção: Emmanuelle Bercot e Fred Cavayé, entre outros
Elenco:
Jean Dujardin, Gilles Lellouche e Lionel Abelanski.
Sinopse: a infidelidade masculina analisada a partir do
ponto de vista de sete diretores.
Crítica: um filme de franceses tentando ser engraçados.
Vale pelo experimento, mas não se anime muito.
A trama acerta algumas
vezes e erra outras tantas. Há momentos engraçados e outros absolutamente
constrangedores. Logo de início somos apresentados a uma dupla de amigos (o
vencedor do Oscar por O Artista, Jean Dujardin, e Gilles Lellouche, de Até a
Eternidade) cujo hobby é trair suas esposas. Dois típicos machos que defendem a
poligamia apelando para conceitos biológicos do tipo: “o homem é geneticamente
propenso a buscar novas parceiras para perpetuar a espécie”. E é o que os dois
fazem, passando noitadas juntos que, invariavelmente, terminam num quarto de
motel acompanhados de mulheres de ocasião. No dia seguinte, sobra a ressaca e
as desculpas esfarrapadas para as esposas, todas previamente combinadas.
Depois desse primeiro
momento é que se descobre que o filme é episódico. Dujardin e Lellouche
interpretam diversos papeis dentro da trama e, em todos, encarnam algum
estereótipo masculino. Na segunda parte, uma das mais engraçadas, Dujardin de
pegador passa a viver o típico cara que não come ninguém. Participando de uma
convenção num hotel distante de casa, vê aí a oportunidade de sair um pouco da
rotina de casado. Atira para todo lado, mas não acerta ninguém, enquanto
Lellouche, agora um cadeirante boa praça, já pegou mais de três. Ao final da
noite, faz sua derradeira tentativa com uma coroa nada atrativa, na típica
situação de fim de festa que, para não ficar no prejuízo – e depois de uns
drinks a mais – come-se o que aparecer pela frente.
Num outro episódio,
Lellouche interpreta o homem na idade do lobo que busca se afirmar como macho
indo para a cama com uma gatinha muitos anos mais nova. Ele aprecia o belo
corpo da moça e se sente revigorado, com o orgulho de macho em alta. Mas nem
tudo são flores, afinal. A diferença de idade e vigor mais cedo ou mais tarde
cobrarão seu preço. E no final da noite, resta ao personagem voltar pra casa
com a cara amassada e uma história mirabolante para contar para a mulher.
E assim segue ‘Os Infiéis’
até seu final, quando voltamos aos personagens que começaram a trama, num
desfecho improvável, mas que não deixa de estar em consonância com o que se viu
ao longo do filme. Apresentam-se ainda outros modelos de machos incorrigíveis em
esquetes cômicas de transição, que são reunidos depois numa terapia de grupo
para viciados em sexo, sequência que rende outros bons momentos engraçados – e
outros nem tanto assim.
Um filme machista, sem
dúvida.
Avaliação:
**
0 comentários:
Postar um comentário