domingo, 31 de março de 2013

Titeuf – O Filme (Titeuf, le Film)


País: França
Ano: 2012
Gênero: Animação
Duração: 87 min
Direção: Zep
Elenco: Donald Reignoux, Jean Rochefort e Zabou Breitman.

Sinopse: Titeuf (voz de Donald Reignoux) foi o único menino de sua sala que não foi convidado para o aniversário de Nádia (Mélanie Bernier). Isso o decepciona, pois ele sempre se esforça para impressionar a menina. Atrelado a isso, seus pais estão prestes a se divorciar. Em meio a toda essa situação turbulenta o menino irá aprender a superar seus problemas e arrumar um jeito de ser convidado ao aniversário de Nádia.

Crítica: adaptação da famosa história em quadrinhos francesa que também virou desenho animado para a TV, ‘Titeuf: o Filme’ narra o dia-a-dia do personagem homônimo e seus dilemas pré-adolescentes: escola, amigos, relacionamento com meninas, busca por mais liberdade.
A trama mostra a visão do protagonista sob a crise no casamento dos pais. Como dois franceses bem esclarecidos, eles resolvem dar um tempo e a mãe de Titeuf vai morar fora com a filha pequena, deixando os homens da casa por conta própria. Na escola, o menino se interessa por Nadia, que não lhe dá bola. E com a intenção de ser convidado para a festa de aniversário da garota, tenta unir seu pai à mãe dela, a qual pensa também estar separada.
O traço da animação segue exatamente o dos quadrinhos e do desenho animado francês. E esse deve ser o maior mérito da película: manter uma estética simples para falar sobre temas cotidianos que fazem parte da vida de tantos jovens, apesar de o desfecho otimista não dizer respeito à maioria dos casos.
Destinado a um público bem específico, e sem pretensão de ir além disso, Titeuf soa cansativo para quem já passou dos 12 ou 13 anos. Nas tirinhas, o personagem criado por Philippe Chappuis tem mais liberdade para unir humor e ironia ao tratar de debates sociais e culturais de forma sutil, um aspecto quase ausente na versão cinematográfica.
Mas é interessante notar como uma nova abordagem tem sido desenhada para o público mais jovem. A noção de família e as mudanças nessa base se desvelam no longa e na cabeça do espectador, algo extremamente benéfico para tornar menos deslocado um tema tão comum nos dias de hoje, como o da separação.
Entretanto, mesmo fazendo do assunto algo mais compreensível e simples de assimilar, Titeuf não perde um certo ar francês, restringindo impacto a um número menor de espectadores. Personagens discretos são coadjuvantes nessa trama de tom juvenil e intimista, longe da realidade emotiva dos países latinos. As situações têm um humor peculiar, até mesmo introspectivo. Talvez essa visão menos calorosa empolgue menos os espectadores aqui no Brasil.

Avaliação: **

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