País: EUA
Ano:
2013
Gênero: Aventura
Duração: 137
min
Direção: Darren Aronofsky
Elenco: Russell Crowe, Jennifer Connelly, Emma Watson,
Anthony Hopkins e Ray Winstone.
Sinopse: baseado na história bíblica, o filme mostra a
trajetória de Noé, que tem como missão construir uma imensa arca para abrigar
os animais durante um dilúvio que acabará com a vida na Terra.
Crítica: difícil avaliar um filme que teve grandes
pretensões, mas não chegou a alcançar nem a metade delas. Uns dirão que é uma
abordagem ousada da história bíblica, outros que o filme não vale a pena ser
visto ou levado a sério e outros, ainda, que nem o verão por, simplesmente, ir contra
suas crenças.
Inspirado no criacionismo, o
filme retrata o que teria ocorrido depois da expulsão de Adão e Eva do Jardim
do Éden e após Caim, filho de Adão e Eva, assassinar seu irmão Abel. A linhagem
de Caim criou cidades decadentes e que exploravam os recursos naturais sem
nenhuma consciência. Já a linhagem de Set, o terceiro filho de Adão e Eva,
vivia em paz e harmonia. Chegou um momento que os herdeiros de Caim
praticamente eliminaram os herdeiros de Set, até que um dos únicos remanescentes
foi um jovem Noé, que presencia a morte do próprio pai nas mãos de um dos
descendentes de Caim.
Anos depois, Noé (Russel
Crowe) e sua esposa Noéma (Jennifer Connelly) tentam ser bons pais e passar os
nobres valores para os filhos. Numa certa noite, Noé tem uma visão de um
terrível dilúvio. Ele tenta dizer ao seu povo a cessar seus maus tratos sobre a
terra, a fim de serem salvos. Contudo, ninguém o ouve. Atordoado, ele visita
seu avô Matusalém (Anthony Hopkins) que lhe dá um chá “místico” que revela a
Noé sua missão: construir uma arca para salvar os animais do mundo enquanto o
Criador limpa o planeta da impureza dos humanos com um terrível dilúvio. Tarefa
difícil e que fica ainda mais complexa quando o terrível guerreiro Tubal-caim
(Ray Winstone) descobre o plano de Noé e decide tomar a arca para si e seus
soldados. Para cumprir sua missão Noé precisará de uma ajuda mais do que humana,
ou seja, de seres divinos.
Russel Crowe é o ponto mais
forte da produção. Darren Aronofsky, o diretor dessa polêmica obra, é conhecido
por fazer filmes sobre personagens obsessivos e autodestrutivos, como em ‘Pi’ e
‘Cisne Negro’. Não é nenhuma surpresa que Noé de sua versão seja um homem de
boas intenções, mas tão obcecado que seus atos podem levá-lo à loucura. Crowe
interpreta Noé sempre de maneira intensa, um devoto fanático, mantendo uma
convicção inabalável em todos os momentos, mesmo quando esse faz atos
discutíveis, pois em sua mente é tudo em nome do Criador.
O que decepciona, no final
das contas, é que tudo fica muito confuso. O diretor mescla teoria de evolução
com história bíblica, no entanto não conclui o que realmente pretende passar. São
criaturas e momentos “mágicos” na narrativa em demasia que acabam por
prejudicar o desenvolvimento dos personagens.
A fotografia (locações na
Islândia) e a bela trilha compõem o mundo de Noé como um lugar lúgubre, frio e
sem perdão. É um filme apocalíptico, facilmente percebido pelos elementos
fantásticos na produção, com direito a dilúvio, anjos de pedras, guerreiros
sendo retratados de forma caricata e tantos outros efeitos. No entanto, mesmo
com uma superprodução (foram gastos US$ 125 milhões), o longa não convence.
Na verdade, é uma obra
estranha. No desfecho, o que vale mesmo é a mensagem atemporal de preservação
do planeta e o que a humanidade precisa fazer a partir de então para não
cometer os mesmos erros.
Avaliação: **
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