terça-feira, 8 de abril de 2014

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho

País: Brasil
Ano: 2013
Gênero: Drama
Duração: 96 min
Direção: Daniel Ribeiro
Elenco: Ghilherme Lobo, Tess Amorim, Fabio Audi, Isabela Guasco e Selma Egrei.

Sinopse: Leonardo, um adolescente cego, busca a independência e descobre mais sobre sua sexualidade ao se apaixonar por Gabriel, um colega de classe. Baseado no curta-metragem "Eu Não Quero Voltar Sozinho" (2010).

Crítica: o filme venceu o prêmio da crítica (FIPRESCI) na mostra Panorama do Festival de Berlim. Baseado no curta-metragem "Eu Não Quero Voltar Sozinho", do mesmo diretor, a história gira em torno de Leonardo (Ghilherme Lobo), um adolescente cego que descobre uma paixão pelo colega Gabriel (Fabio Audi).
Com mais tempo e recursos, o diretor explora de forma sensível a sexualidade e as dificuldades para conquistar a independência de Leo, que nasceu cego.
Sem espaço para compaixões e com um humor certeiro, o longa mostra Leo e sua amiga inseparável Giovana (Tess Amorim) vendo suas rotinas mudarem após a chegada de Gabriel (Fabio Audi) à escola. O trio logo fica muito próximo e, como em qualquer triângulo amoroso, adulto ou juvenil, o ciúme é incontornável: está nas ações da amiga que defende Leo com unhas e dentes, na superproteção da mãe, na compreensão do pai que busca dialogar e, especialmente, na aproximação com o novo amigo.
Um ponto muito tocante do filme é a naturalidade com que o próprio Leo passa a tratar a sua cegueira com a chegada do novo amigo. Seja pela força do hábito ou por nem lembrar que o menino é diferente, Gabriel vive cometendo gafes do tipo "já viu aquele vídeo famoso?". No lugar de causar constrangimento, a total falta de dedos do amigo impulsiona Leo a buscar novas experiências, antes impensadas, como ir ao cinema ou sair de casa no meio da madrugada, sem avisar, para "ver" um eclipse.
A partir desses momentos, o contato com o mundo passa a ser uma urgência, como na vida de qualquer adolescente, mas no caso de Leo tudo se torna mais agudo – é a descoberta de um amor que nada vê, apenas sente. A química entre os três funciona muito bem e as atuações são incrivelmente naturais. As cenas são fortes e tocantes, mas sem exageros.
Com exceção de alguns excesso no início do filme, com relação às dificuldades de um cego (tendo em vista que alguém com essa deficiência tem um mundo à parte e torna-se bastante autônomo, desenvolvendo melhor os outros sentidos), tudo está no compasso certo. O filme retrata, ainda, o bullying sofrido por Leo na escola.
Belo, afinal, fala de amor. Ao término da exibição, aplausos. Tem sido essa a reação do público, inclusive em Berlim, quando foi mostrado.

Avaliação: ****

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