Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
País: Brasil
Ano:
2013
Gênero: Drama
Duração: 96
min
Direção: Daniel
Ribeiro
Elenco: Ghilherme
Lobo, Tess Amorim, Fabio Audi, Isabela Guasco e Selma Egrei.
Sinopse: Leonardo, um adolescente cego, busca a
independência e descobre mais sobre sua sexualidade ao se apaixonar por Gabriel,
um colega de classe. Baseado no curta-metragem "Eu Não Quero Voltar Sozinho" (2010).
Crítica: o filme venceu o prêmio da crítica (FIPRESCI)
na mostra Panorama do Festival de Berlim. Baseado no curta-metragem
"Eu Não Quero Voltar Sozinho", do mesmo diretor, a história gira em
torno de Leonardo (Ghilherme Lobo), um adolescente cego que descobre uma paixão
pelo colega Gabriel (Fabio Audi).
Com mais tempo e recursos,
o diretor explora de forma sensível a sexualidade e as dificuldades para
conquistar a independência de Leo, que nasceu cego.
Sem espaço para compaixões
e com um humor certeiro, o longa mostra Leo e sua amiga inseparável Giovana
(Tess Amorim) vendo suas rotinas mudarem após a chegada de Gabriel (Fabio Audi)
à escola. O trio logo fica muito próximo e, como em qualquer triângulo amoroso,
adulto ou juvenil, o ciúme é incontornável: está nas ações da amiga que defende
Leo com unhas e dentes, na superproteção da mãe, na compreensão do pai que
busca dialogar e, especialmente, na aproximação com o novo amigo.
Um ponto muito tocante do
filme é a naturalidade com que o próprio Leo passa a tratar a sua cegueira com
a chegada do novo amigo. Seja pela força do hábito ou por nem lembrar que o
menino é diferente, Gabriel vive cometendo gafes do tipo "já viu aquele
vídeo famoso?". No lugar de causar constrangimento, a total falta de dedos
do amigo impulsiona Leo a buscar novas experiências, antes impensadas, como ir
ao cinema ou sair de casa no meio da madrugada, sem avisar, para
"ver" um eclipse.
A partir desses momentos, o
contato com o mundo passa a ser uma urgência, como na vida de qualquer
adolescente, mas no caso de Leo tudo se torna mais agudo – é a descoberta de um
amor que nada vê, apenas sente. A química entre os três funciona muito bem e as
atuações são incrivelmente naturais. As cenas são fortes e tocantes, mas sem
exageros.
Com exceção de alguns
excesso no início do filme, com relação às dificuldades de um cego (tendo em
vista que alguém com essa deficiência tem um mundo à parte e torna-se bastante
autônomo, desenvolvendo melhor os outros sentidos), tudo está no compasso certo.
O filme retrata, ainda, o bullying sofrido por Leo na escola.
Belo, afinal, fala de amor.
Ao término da exibição, aplausos. Tem sido essa a reação do público, inclusive
em Berlim, quando foi mostrado.
Avaliação: ****
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