A Garota Ocidental (Noces)
País: Bélgica/Luxemburgo/França/Paquistão
Ano:
2017
Gênero: Suspense
Duração: 98
min
Direção: Stephan
Streker
Elenco: Lina El Arabi, Sébastien Houbani, Babak Karimi,
Samia Sassi, Alice de Lencquesaing, Aurora Marion, Zacharie Chasseriaud e
Xavier Durringer.
Sinopse: Zahira (Lina El Arabi) é uma jovem
paquistanesa que vive na França. Acostumada ao estilo de vida ocidental, a
garota entra em conflito com os costumes familiares quando seus pais apresentam
três desconhecidos e exigem que ela escolha um deles como marido.
Crítica: a direção é precisa na mensagem que quer
passar ao público: um alerta sobre a incompatibilidade do islã (e suas tradições morais)
com o mundo ocidental e seu modo de viver.
Mas a família em questão,
no caso de origem paquistanesa, surpreende no início da trama pelo “liberalismo”
quanto à questão do aborto.
Zahira engravidou do
namorado paquistanês, que também vive na França, mas ele não quer o filho. Os
pais dela então a orientam a abortar (depois, terá que fazer uma cirurgia de reconstrução
do hímen) para que possa se casar com um dos 3 pretendentes que ela conhecerá
via Skype, por iniciativa e intermédio dos pais. Como curiosidade: o aborto é liberado
na França e pode ser feito até as 12 primeiras de gestação, sendo coberto pelo
Plano de Saúde – a paciente paga apenas 3,50 euros.
No entanto, Zahira está
dividida. Morando há anos na França, tem uma vida "ocidentalizada": sai com
amigos (ainda que escondida) e até flerta com um rapaz não paquistanês, o que é
inaceitável em sua família. Segundo seu pai, uma paquistanesa só pode casar com
um paquistanês.
A família aperta o cerco
para que ela escolha um dos rapazes a ela apresentados. Tal decisão mudará sua
vida para sempre.
A narrativa expõe bem as
dificuldades de se livrar das “amarras” da religião e de todos os seus costumes
seculares. Não há maneira de conciliar os valores muçulmanos de honra e amor
com os valores do Ocidente. São invertidos aos nossos olhos e capazes de
interromper vidas por tradições, preceitos e dogmas completamente antiquados e descabidos para a
realidade atual.
Interessante o diálogo que
ocorre em uma cena entre Zahira e sua irmã mais velha, já casada com um marido imposto
pelos pais. Ao discutirem sobre tal imposição ser injusta, a irmã casada alega
que elas são mulheres e que o mundo é assim mesmo. Tal conformismo revela como o
islamismo determina a vida de seus seguidores – uma religião que menospreza totalmente
o gênero feminino.
O final é chocante e
deixa claro que, se o problema não for combatido pela raiz, muitas jovens estarão
condenadas à infelicidade.
Avaliação: ****
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