terça-feira, 29 de agosto de 2017

Últimos Dias em Havana (Últimos Días en la Habana)

País: Espanha/Cuba
Ano: 2015
Gênero: Drama
Duração: 92 min
Direção: Fernando Perez
Elenco: Patricio Wood, Jorge Martinez e Yailene Sierra.

Sinopse: Havana, Cuba. Miguel (Patricio Wood) tem 45 anos e passa seus dias sonhando em finalmente conseguir o visto necessário para morar nos Estados Unidos. Ele trabalha como lavador de pratos e vive com outro homem, Diego (Jorge Martínez), portador de HIV e com quem tem uma ligação muito forte. Diego vê em Miguel uma base para permanecer de pé, mas a relação dos dois é abalada quando Miguel recebe uma carta da embaixada norte-americana.

Crítica: uma obra primorosa sobre Cuba e seu povo. Um retrato fiel (sem censura) sobre a vida no país que traz sentimentos contraditórios – atração e repulsa, ódio e amor – e decisões opostas – ficar ou ir embora.
Os personagens do longa são interessantíssimos, até mesmo os que têm pouco tempo em cena. Cada um apresenta uma característica inerente ao país.
As críticas aparecem no modo de vida, nas moradias, nas vestimentas, nos subempregos, na falta de dinheiro, nos carros velhos, nos móveis da casa, nas pichações da cidade.
Miguel (Patricio Wood) é o cubano inconformado com a realidade. Não se adapta como a maioria dos cubanos faz, como faz seu amigo Diego (Jorge Martínez, em uma performance impressionante), doente e confinado a uma cama. Apesar dessa situação, ironicamente Diego é mais vivo, mais gente, mais feliz.
Miguel espera todos os dias que seu visto seja aprovado para ir morar nos Estados Unidos.
O filme é repleto de ironias – ironias que tornam a vida como ela é: real.
Últimos Dias em Havana é um exercício cinematográfico que reúne conteúdo, beleza, poesia e espirituosidade. Uma direção e uma produção exemplares para falar sobre sentimentos, escolhas, oportunidades, livre-arbítrio.

Avaliação: ****

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O Deserto do Deserto

País: Brasil
Ano: 2016
Gênero: Documentário
Duração: 86 min
Direção: Tito Gonzalez Garcia e Samir Abujamra
Elenco: -

Sinopse: são inúmeros os conflitos civis que eclodiram no continente africano nas últimas décadas, seja por questões tribais ou por questões de descolonização. Um deles, conflito pouco conhecido, é o que acontece na região do Saara Ocidental, impulsionado pela saída da Espanha do local, país colonizador que dividiu a região entre o Marrocos e a Mauritânia, algo que provocou uma guerra sem fim e também a dispersão da população saharaui.

Crítica:

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Avaliação: a conferir

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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Lady Macbeth

País: Reino Unido
Ano: 2016
Gênero: Drama
Duração: 91 min
Direção: William Oldroyd
Elenco: Florence Pugh, Lizzie Francke, Christopher Granier-Deferre, Steve Jenkins, Naomi Ackie, Christopher Moll, Jim Reeve, Nikolai Leskov e Christopher Fairbank.

Sinopse: Katherine (Florence Pugh) está presa a um casamento de conveniência. Casada com Boris Macbeth (Christopher Fairbank), a jovem agora se vê integrante de uma família sem amor. É só quando ela embarca em um caso extraconjugal com um trabalhador da propriedade do marido que as coisas começam a mudar. Ela só não contava que isso iria desencadear vários assassinatos.

Crítica: o drama/suspense é surpreendente do começo ao fim. Enxuto, mas recheado de acontecimentos, o longa retrata a mudança de comportamento de Katherine depois de se casar e viver confinada dentro de casa com um marido totalmente ausente – em todos os sentidos.
As verdades se revelam sutilmente, como a de que Katherine não engravida simplesmente porque o ato sexual não se consome. E a sociedade machista da época não perdoa.
Tanto tempo amarrada ao silêncio e à solidão da casa levam Katherine a se jogar de corpo e alma numa relação extraconjugal com um escravo. Escândalo total! Mas a trama impressiona pelo rumo que toma.
De atos sexuais casuais, a relação ganha uma dimensão assustadora, impensável, com atitudes irreversíveis.
O que era amor se revela luxúria e nada parece impedir Katherine (numa performance louvável de Florence Pugh). Destaque também para o desempenho de Naomi Ackie, como a escrava Anna.
A cena final ilustra a mesma solidão com a qual ela sentia no início da história. A crueldade das suas atitudes e a total ausência de compaixão, com quem quer que seja, determinarão sua sentença.

Avaliação: ****
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O Inverno (El Invierno)

País: França/Argentina
Ano: 2016
Gênero: Drama
Duração: 95 min
Direção: Emiliano Torres
Elenco: Alejandro Sieveking, Cristian Salguero, Adrián Fondari e Pablo Cedrón.

Sinopse: Evans (Alejandro Sieveking), o caseiro responsável por um grande rancho na Patagônia, é forçado a se aposentar por causa de sua idade avançada. Como substituto, os donos do local contratam Jara (Cristian Salguero). Em um período de transição, os dois terão que se acostumar com as mudanças em suas vidas e terão que tolerar um ao outro para que sobrevivam ao forte e impiedoso inverno.

Crítica: o filme é arrebatador na crítica às relações quase “escravagistas” de trabalho. A trama se passa numa área isolada da Patagônia Argentina (num local incrivelmente belo, que aliás rendeu um prêmio de Melhor Fotografia em um dos vários festivais em que o filme foi exibido), em que fazendas lucram com a ovinocultura – criação de ovinos para tosa do pelo e posterior produção da lã, ou ao abate, para obtenção da carne e da gordura de carneiro.
Aliás, uma dessas fazendas é comprada por um casal estrangeiro que planeja interromper a atividade da ovinocultura para construir ali um grande empreendimento hoteleiro.
A desumanidade predomina: trabalho sem carteira assinada, mal remunerado, péssimas condições de moradia (numa casa sem calefação) e ainda um lugar inóspito, cruelmente frio e "sem leis".
O interessante é o paralelo feito entre os dois protagonistas – Evans (Alejandro Sieveking), ao fim da vida, se aposentando, e Jara (Cristian Salguero – com uma excelente performance), que começará na mesma função.
A hierarquia é massacrante e não há espaço para reivindicação de direitos. No desespero de sustentar uma família, tudo é aceito.
A rivalidade entre o velho que sai e o novo que entra se desfaz, pois os inimigos de ambos são o serviço contratante e a dura realidade de que não há a menor chance de ascensão.
Cada qual com seus problemas familiares, bem retratados no filme, percebemos a tristeza de alguém que se dedicou tanto ao trabalho e se esqueceu dos laços de amizade e de união com seus parentes, e da decepção de alguém que esperava ter um emprego fixo para cuidar da família, após um período de experiência em condições inimagináveis.
O grande trunfo do filme é o discurso político humanista que passa através dos seus marcantes personagens, destituídos de qualquer reconhecimento pelo trabalho e/ou dedicação.

Avaliação: ***

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Os Últimos Homens de Aleppo (Las Men in Aleppo)

País: Dinamarca/Síria
Ano: 2016
Gênero: Documentário
Duração: 90 min
Direção: Feras Fayyad
Elenco: -

Sinopse: depois de cinco anos de guerra na Síria, os residentes restantes de Aleppo preparam-se para um cerco. Khaled, Subhi e Mahmoud, membros fundadores do White Helmets (Capacetes Brancos), organização civil e voluntária de defesa e salvamento, permaneceram na cidade para ajudar os cidadãos e vivem diariamente uma rotina de luta, morte e triunfo em uma cidade sob fogo cruzado. 

Crítica: ganhador do prêmio do Júri em Sundance, o filme tem uma produção simples – praticamente uma câmera na mão filmando a ação de homens corajosos e um pouco da sua vida privada – uns com família, outros não.
Homens que, depois de verem tantas mortes, mas também salvarem muita gente (as cenas de resgate são emocionantes), têm dúvidas sobre ficar na cidade e no país que nasceram ou irem embora para a Turquia, para a Alemanha, enfim, para outro lugar onde possam ter uma vida normal e a salvo.
Os bombardeios são constantes e não há lugar seguro. Eles são poucos e contam com recursos e materiais mínimos para o resgate de vidas em tantos escombros e ruínas.
O cenário é dramático e é difícil ter esperança. O final é chocante.
Um filme que precisa ser visto. E o mundo precisa acordar. A ONU considera que a guerra civil na Síria é a maior crise humanitária do século XXI. O conflito vitimou ao menos 250 mil pessoas, mais de 4,5 milhões saíram do país como refugiadas e outros 6,5 milhões foram obrigadas a se deslocar dentro da Síria.

Avaliação: ****

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O Castelo de Vidro (The Glass Castle)

País: EUA
Ano: 2017
Gênero: Drama
Duração: 127 min
Direção: Destin Daniel Cretton
Elenco: Brie Larson, Woody Harrelson, Naomi Watts e Max Greenfield.

Sinopse: baseado no livro “Castelo de Vidro”, da jornalista Jeanette Walls, a trama retrata a infância de Walls, criada com os irmãos no seio de uma família desequilibrada, bastante pobre e nômade. 

Crítica: adaptações da literatura para o cinema são difíceis. “O Castelo de Vidro” peca pela forma “novelesca” que retrata as situações e seus personagens. O exagero no dramalhão predomina.
Mas, na verdade, a história em si não é muito interessante. Na verdade, só interessaria à própria Jeanette Walls, que é interpretada pela atriz Brie Larson (vencedora do Oscar de Melhor Atriz 2015, em “O Quarto de Jack), uma das filhas do casal Rex e Rose Mary (Woody Harrelson e Naomi Watts, respectivamente). Jeanette não consegue se livrar do "fantasma" do pai, uma pessoa de personalidade dominadora.
A trama lembra um pouco o drama do longa-metragem “Capitão Fantástico”, mas este bem mais enriquecedor e focado no tema educação.
Além da previsibilidade de que um dia os filhos iam querer se libertar da vida nômade e procurar um lugar para se fixar e arranjar um emprego, e de uma família desequilibrada (pai alcoólatra e mãe ausente), a mensagem de que não existe fórmula para estar preparado para a vida não convence.
As atuações são boas e esforçadas em geral, no entanto faltou competência na direção da história.

Avaliação: **
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Na Mira do Atirador (The Wall)

País: EUA
Ano: 2016
Gênero: Suspense, guerra
Duração: 90 min
Direção: Doug Liman
Elenco: Aaron Taylor-Johnson, John Cena e Laith Nakli.

Sinopse: em pleno campo de batalha, dois soldados americanos descobrem que estão na mira de um atirador iraquiano. Eles não sabem onde o inimigo se esconde, nem podem se comunicar um com o outro, já que o adversário está interceptando a conversa dos americanos via rádio comunicador. Escondidos atrás de uma pequena parede de pedra, eles têm que encontrar uma maneira de sair vivos.

Crítica:

Avaliação: a conferir

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