terça-feira, 1 de agosto de 2017

Dunkirk

País: Estados Unidos/ França/ Reino Unido/ Holanda
Ano: 2017
Gênero: Guerra
Duração: 107 min
Direção: Christopher Nolan
Elenco: Fionn Whitehead, Jack Lowden e Harry Styles.

Sinopse: na Operação Dínamo, mais conhecida como a Evacuação de Dunquerque, soldados aliados da Bélgica, do Império Britânico e da França são rodeados pelo exército alemão e devem ser resgatados durante uma feroz batalha no início da Segunda Guerra Mundial. A história acompanha três momentos distintos: uma hora de confronto no céu, onde o piloto Farrier (Tom Hardy) precisa destruir um avião inimigo, um dia inteiro em alto mar, onde o civil britânico Dawson (Mark Rylance) leva seu barco de passeio para ajudar a resgatar o exército de seu país, e uma semana na praia, onde o jovem soldado Tommy (Fionn Whitehead) busca escapar a qualquer preço. 

Crítica: o diretor Christopher Nolan (mais conhecido por suas grandes produções de super-heróis no cinema) impressiona pela forma como escolheu para contar como foi a Evacuação de Dunquerque, na França.
Para esclarecer, a Batalha de Dunquerque foi uma batalha durante a Segunda Guerra Mundial que durou de 25 de maio a 04 de junho de 1940. Uma enorme força britânica e francesa ficou encurralada por uma divisão alemã ao norte da França e entre o canal costeiro de Calais. Mais de 300.000 soldados aliados foram evacuados por via marítima.
O diretor mostra, quase que simultaneamente, as ações de três personagens: um com duração de uma semana, outro de um dia e o outro, de uma hora.
A câmera acompanha os três de perto e explora bem suas expressões. A cena de Tommy (Fionn Whitehead) correndo com uma maca pela praia, agarrando um barco em movimento ou se escondendo entre as vigas de um píer são bem filmadas e dão agonia ao espectador que torce para que ele alcance o navio.
O risco é iminente. Bombas caem do ar. E a vida dele e de tantos outros solados dependem do piloto Farrier (Tom Hardy) para destruir os caças alemães (por sinal, as cenas aéreas são belíssimas) e do civil Dawson (Mark Rylance) que leva seu barco de passeio (a Marinha confiscou todos para buscar os soldados encurralados na praia de Dunquerque) para resgatar tanto quantos puder.
O controle de edição é total, as imagens são poderosas, os sons ensurdecedores e os dramas humanos bem captados, quando o silêncio, às vezes, fala bem mais que palavras.
A obra dividida em três vertentes, cada uma com um protagonista: o garoto Tommy tentando fugir da praia, o patriota Dawson indo voluntariamente à batalha, e o piloto Farrier tentando destruir aviões inimigos, é uma opção acertada.
Tem uma narrativa inteligente, ao se dedicar aos indivíduos (abrindo mão de aprofundar nas questões de interesses políticos e econômicos dos países envolvidos), ainda que acabe por se exceder em atos de heroísmo. Neste caso, o filme privilegia as tropas britânicas em sua história quando, na verdade, a evacuação de mais de 300 mil soldados em 1940 foi fruto de um esforço conjunto de britânicos, franceses e tropas magrebinas.
De qualquer forma, um bom retrato humano dos que viveram aquele momento. 

Avaliação: ***

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