terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Up – Altas Aventuras

Título original: Up
País: EUA
Ano: 2009
Gênero: Animação
Duração: 96 min
Direção: Pete Docter
Elenco: Edward Asner, Christopher Plummer, Jordan Nagai, Bob Peterson, Delroy Lindo, Jerome Ranft, John Ratzenberger, Mickie McGowan, Danny Mann, Donald Fullilove, Jess Harnell, Josh Cooley, Elie Docter, Jeremy Leary e Pete Docter.

Sinopse: Carl Fredricksen (Edward Asner) é um vendedor de balões que, aos 78 anos, está prestes a perder a casa em que sempre viveu com sua esposa, a falecida Ellie. O terreno onde a casa fica localizada interessa a um empresário, que deseja construir no local um edifício. Após um incidente em que acerta um homem com sua bengala, Carl é considerado uma ameaça pública e forçado a ser internado em um asilo. Para evitar que isto aconteça, ele enche milhares de balões em sua casa, fazendo com que ela levante vôo. O objetivo de Carl é viajar para uma floresta na América do Sul, um local onde ele e Ellie sempre desejaram morar. Só que, após o início da aventura, ele descobre que seu pior pesadelo embarcou junto: Russell (Jordan Nagai), um menino de 8 anos.
Crítica: o filme pode não ser memorável e tão ousado, como outras animações da Pixar, mas é de excelente qualidade.
A história de Carl Fredricksen e o garoto Russell possui, sim, elementos artísticos que o tornam mais do que um mero produto, porém, aparecem em menor quantidade do que nos esforços anteriores da equipe.
A produção e o roteiro são hábeis ao equilibrar o aspecto humano e emocional com o lado da aventura, tornando o filme encantador tanto para adultos como para crianças. O maior destaque é o desenvolvimento do protagonista e o estabelecimento de uma forte identificação entre a plateia e ele; uma tarefa difícil, tendo em vista que Carl Fredricksen é um velho rabugento e que poderia gerar antipatia.
Docter e Peterson fogem desta armadilha através de pequenas soluções que ajudam a compreender o personagem como um todo. O maior exemplo disso é a sequência que ilustra toda a história da vida de Fredricksen e de Ellie. Essa pequena montagem é genial, pois em menos de cinco minutos, e sem qualquer diálogo, o espectador sente a felicidade, a dor, o amor, as desilusões e a realidade daquele casal. É um momento magnífico e emocionante, um exemplo magistral de economia narrativa que faz a plateia compreender quem é Carl Fredricksen ao mesmo tempo em que o torna uma figura familiar e querida.
Além disso, a natureza, digamos, “experiente” do personagem permite o roteiro abordar temas relevantes que, mais uma vez, mostram por que as animações da Pixar se diferenciam da grande maioria. A dor da perda, a inevitável passagem do tempo e a busca pela renovação são assuntos adultos presentes, tratados de maneira sutil pelo roteiro, afinal, é um desenho animado para o público infantil.
Apesar das situações engraçadas, Up tem momentos dramáticos e comoventes como a montagem inicial, a descoberta de Fredricksen no “Livro de Aventuras” e o belíssimo plano final. Esta cena, aliás, mostra como a obra consegue envolver o espectador.
Os aspectos técnicos também merecem elogios. A animação é impecável, desde a fluidez dos movimentos dos personagens até a preocupação com os detalhes, como a barba de Fredricksen, que cresce no desenrolar da história. Importante ressaltar, ainda, o cuidado na composição dos personagens: os traços quadrados do rosto do protagonista servem como uma representação de sua personalidade dura e rígida. A mesma interpretação pode ser estendida ao gordinho Russel, que se apresenta adorável, e ao carismático cachorro Doug, cuja aparência faz contraponto com dos outros amedrontadores cães.
Enfim, uma bela obra cinematográfica!
Avaliação: ****

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