Sr. Kaplan (Mr. Kaplan)
País: Uruguai
Ano:
2012
Gênero: Comédia
Duração: 98
min
Direção: Álvaro Brechner
Elenco: Héctor
Noguera, Néstor Guzzini, Rolf Becker e Nidia Telles.
Sinopse: irritado com a ociosidade da velhice, Jacobo
Kaplan decide investir em uma "missão" que poderá transformá-lo em
herói: desmascarar um e ex-nazista que vive tranquilamente em uma pequena
praia uruguaia.
Crítica: envelhecer é difícil para todos, mas
especialmente para Jacobo Kaplan (Héctor Noguera), que começa a se
fazer perguntas do tipo: ‘Que sentido tem a minha vida?’, ‘O mundo é melhor
graças a mim?’, 'Eu fiz algo de memorável?'.
Sr. Kaplan, de 76 anos e agora
aposentado, faz um balanço de sua vida desde quando teve que abandonar seu país
– ele é um refugiado que escapou da Segunda Guerra Mundial – e se virar sozinho
em outro continente, constituindo no Uruguai sua família. Hoje vive entediado e
decepcionado com o interesse escasso de seus familiares e amigos em mostrar
suas origens judaicas.
Porém, a gota d’água foi a
não renovação de sua carteira de motorista. Então, ele se inspira em um
monólogo casual com sua neta adolescente e em um noticiário para ocupar seu
tempo. Junto a um ex-policial, Wilson Contreras (o excelente Néstor Guzzini),
amigo da família e alcóolatra, contratado pela mesma para ser seu motorista,
ambos tomam como projeto de vida uma missão que os tiram da insatisfação com o
momento em que viviam: por um lado, Kaplan, vivenciando os efeitos do
envelhecimento impondo algumas limitações ao modo em que sempre viveu e, por
outro, Contreras, um homem bom, desempregado, e afastado de sua mulher e
filhos, por causa de um cunhado corrupto.
Como missão decidem desmascarar um ex-nazista que vive em uma pequena praia vizinha, começando uma
jornada de situações cômicas em meio a insolações e muito calor, perseguições e
vilões. A situação evolui para uma amizade entre os dois personagens, deixando
menos sombrias as limitações de cada um e o tema que estão investigando.
Os personagens do filme
mostram contradições e fragilidades, além de reflexões existenciais muito
sérias e pertinentes a uma sociedade que envelhece rapidamente como a nossa,
mas com leveza e graça, levando-nos a dar boas risadas.
O objetivo é retratar com
humor ácido e sarcástico a história de alguém que teme a morte, aquilo no que
ele acredita e quer acreditar, seus valores e os seus receios de perda de
identidade, e o desejo inato de deixar uma marca de sua passagem pelo mundo. Nesse
sentido, se discute o sentido da vida.
Coproduzido por Uruguai, Alemanha
e Espanha, o filme é baseado no livro “El Salmo de Kaplan”, do colombiano Marco
Schwartz, e foi o escolhido do Uruguai para representar o país no Oscar.
Avaliação:
***
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