segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Um Olhar a Cada Dia (To vlemma tou Odyssea)

País: França/Grécia
Ano: 1995
Gênero: Drama
Duração: 178 min
Direção: Theo Angelopoulos
Elenco: Erland Josephson, Harvey Keitel e Maia Morgenstern.

Sinopse: um cineasta de origem grega exilado nos EUA (Harvey Keitel) protagoniza uma epopeia através dos Balcãs. Ele volta à sua cidade natal para uma mostra de seus filmes polêmicos, mas o que ele quer mesmo é encontrar o primeiro filme rodado na Grécia no início do século, por iniciativa dos irmãos Manakias. Tentando encontrar a produção, ele tem de atravessar praticamente toda a região balcânica, inclusive alguns países em guerra.

Crítica: o cineasta grego, que fez filmes difíceis de se enquadrar em um determinado gênero, como O Apicultor (1986), Paisagem na Neblina (1988) e A Eternidade e um Dia (1998) – que, aliás, lhe rendeu a Palma de Ouro de Cannes –, aqui traz mais um trabalho diferente.
O ritmo é contemplativo e concentra-se praticamente em um único personagem, o cineasta (vivido por Harvey Keitel) exilado que volta para a sua Grécia (depois de 35 anos) em busca do primeiro filme nacional, dos irmãos Manakias, que filmavam tudo e todos. Nada o impedirá de atravessar os Balcãs, atravessando a fronteira até a Macedônica e, depois, seguindo para Sarajevo, na Bósnia-Herzegovina, onde a película estaria com um amante do cinema em uma espécie de esconderijo protegido da guerra que ocorre no país. Nessa busca, o enredo dá espaço a uma busca interior também.
O enredo é politizado. Mostra o horror da guerra motivado por ditaduras, as diferenças nacionalistas e étnicas, a pobreza, a melancolia, a tristeza e a morte.
A narrativa foge do padrão e mistura ficção e realidade, memória pessoal e coletiva, teatro e cinema.
Os planos-sequência são longos, e alguns são belos e marcantes, como por exemplo, o encontro dos manifestantes com os policiais logo no início do filme; a velhinha deixada sozinha numa rua de uma cidade albanesa; o fabuloso baile de ano novo que narra, de forma criativa, os acontecimentos no decorrer dos anos, em virtude das guerras; a aparição da estátua de Lenin, seguida da linda sequência da estátua sendo transportada numa balsa num rio, e observada da margem pelo povo curioso; e a interessante conversa de Harvey Keitel (o cineasta) com Erland Josephson (o portador dos filmes perdidos) quando este concorda em restaurá-los. É realmente comovente.

Avaliação: ***

0 comentários:

Bilheterias Brasil - TOP 10

Seguidores

  © Blogger templates Newspaper III by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP