A 13a Emenda (The 13hTh)
País: EUA
Ano:
2016
Gênero: Documentário
Duração: 110
min
Direção: Ava
DuVernay
Elenco:
Michelle Alexander, Angela Davis, Cory Booker e Jelani Cobb.
Sinopse: documentário que discute a décima terceira
emenda à Constituição dos Estados Unidos - "Não haverá, nos Estados Unidos
ou em qualquer lugar sujeito a sua jurisdição, nem escravidão, nem trabalhos
forçados, salvo como punição de um crime pelo qual o réu tenha sido devidamente
condenado" - e seu terrível impacto na vida dos afro-americanos.
Crítica: o preconceito é uma questão de imagem, e a
cineasta apresenta o clássico racista “O Nascimento de uma Nação” (1915) como
mito fundador da concepção do negro bestial, ladrão e agressivo. A 13a
Emenda da Constituição, que prevê o fim da escravidão e a liberdade para todos
os cidadãos, faz uma ressalva para pessoas que cometeram crimes. Estas não têm
direito à liberdade, tornando-se “escravas do Estado”. Assim, a trajetória das
pessoas negras no país está intimamente associada ao crescimento dos interesses
conservadores no encarceramento em massa e na exploração econômica das prisões
privadas. Eis a premissa do longa.
São 110 minutos de uma
incrível quantidade de documentos, depoimentos, números e imagens de arquivo. O
objetivo é mostrar o que não pode mais ser ignorado. A montagem é bem feita, costurando
depoimentos e cenas. Mas a direção peca ao não ter um foco mais específico. Por
exemplo, para mais da metade do filme, surge um caso bem interessante de um
rapaz que foi preso por 3 anos (inocente), ao se recusar fazer um acordo para assumir
um crime que não cometeu.
A denúncia é grave. Vários
casos assim são continuamente repetidos nos Estados Unidos. E o sistema carcerário
é crue e violento. Os jovens não conseguem lidar com a pressão e muitos perdem
totalmente a esperança e não enxergam uma saída. Este jovem acabou tirando a
própria vida. Daí poderia ter partido o filme, usando casos recentes de abuso
de poder dos policiais, agredindo e matando jovens negros. Porém, até chegar a
esse ponto do documentário, foram tantas informações e dados que o conteúdo já se
tornou maçante.
O problema do racismo
existe e é urgente alertar a sociedade sobre o mal que isso causa a inúmeras pessoas
inocentes e suas famílias, sobretudo ao se associar a população negra à criminalidade.
Mas, para atingir o público, que é uma das finalidades primordiais do cinema, é
preciso saber dosar os recursos disponíveis e selecionar o que é contundente.
Caso contrário, muito do que é falado não tem o merecido acolhimento por parte
do espectador.
Vale uma ressalva: na busca
da persuasão e de encontrar um culpado pela situação atual, alguns pontos de
vista não são totalmente conclusivos. Um documentário precisa se sustentar com estatísticas
e registros totamente estabelecidos.
De qualquer maneira, o
debate (professores e pesquisadores convidados para discorrer sobre o tema) acerca
do encarceramento massivo de negros e do governo criar penas mais fortes aos
jovens desfavorecidos é extremamente válido. A maioria negra,
desproporcionalmente representada nas prisões norte-americanas, continua
controlada pela maioria branca do Congresso e do Senado.
Avaliação:
**
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