segunda-feira, 20 de março de 2017

Eles Só Usam Black Tie (Necktie Youth)

País: África do Sul
Ano: 2015
Gênero: Drama
Duração: 86 min
Direção: Sibs Shongwe-La Mer
Elenco: Bonko Cosmo, Sibs Shongwe-La Mer e Colleen Balchin.

Sinopse: um ano após o sombrio suicídio de uma menina misteriosamente transmitido ao vivo na internet, um grupo de jovens ricos vive, em Joanesburgo, em busca de respostas, drogas, distração e salvação. A tragédia os obriga a reavaliar suas próprias vidas e debater assuntos como raça, política e sexualidade. 

Crítica: um filme enxuto no seu tempo, mas suficiente para marcar sua presença – que é forte, sem dúvida.
Além da incrível estética e fotografia, perceptível pela captação de bela imagens, formas, composições de cenário – incrivelmente belas no preto-e-branco (apenas algumas sequências em flashback são coloridas e mostradas numa qualidade como se fossem de filmes antigos) – o roteiro do longa envolve o espectador depois de seu início estonteante. A história se passa em Joanesburgo (África do Sul), mas poderia ser em qualquer lugar.
Vimos o suicídio de uma moça (de classe média alta) que gravou sua própria morte. O que ela queria com isso ou os reais motivos que a levaram a cometer tal ato é impossível saber. Uma jornalista entrevista as pessoas do seu círculo para tentar compreender o que aconteceu. E aí a direção é bastante eficiente ao revelar como outros jovens da mesma idade estão perdidos numa sociedade consumista e sem valores éticos ou morais. Tudo parece banal, inclusive o sofrimento do outro.
Os personagens são ótimos e os diálogos bem adequados para o momento que vivem. Eles parecem estar numa bolha de sexo, drogas e baladas da qual não conseguem escapar. A frustração é grande e não há respostas prontas e rápidas para as exigências dos pais ou para as cobranças da sociedade, repleta de discrepâncias econômicas e sociais.
E não é o filme, certamente, que traz as soluções. O que ele faz é um alerta sobre o que estamos vendo de fato, se estamos prestando atenção aos que nos cercam e se nos importamos com eles.
Um retrato da juventude atual e de um futuro próximo, talvez não tão promissor. Cabe a cada um fazer suas escolhas. É o livre-arbítrio. 
Vale destacar que a película não tem qualquer relação com o longa brasileiro, de 1981, intitulado "Eles Não Usam Black Tie". A tradução para o português é que não foi a mais adequada, visto que o título original, em inglês, significa "Juventude de Gravatas".  

Avaliação: ****
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