Jonas e o Circo sem Lona
País: Brasil
Ano:
2017
Gênero: Documentário
Duração: 81
min
Direção: Paula
Gomes
Elenco: -
Sinopse: aos 13 anos de idade, Jonas é filho e neto de
artistas de circo. O garoto tem seu próprio circo improvisado, frequentado
pelos moradores do pobre bairro onde vive, na Bahia. É ele quem coordena os
números, prepara os figurinos, a música e controla os ingressos. Jonas
pretende abandonar a escola para se juntar ao tio e viver num circo itinerante,
mas a mãe prefere que ele permaneça na escola. No meio desta briga, ele
descobre as dificuldades da vida adulta.
Crítica: o retrato de um garoto baiano de 13 anos, vindo
de uma família de artistas de circo, com bons registros naturais e singelos da
infância, ainda que se notem algumas falas de caráter encenado ou de versão
melhorada.
A narrativa contemplativa flui bem acompanhando
Jonas, que nunca dá entrevistas olhando para a câmera. Seguimos seu olhar (e sua expressões) animado e esperançoso com o circo que tanto ama e, depois, desanimado quando
nem todos os garotos continuam sonhando como ele. É compreensível, já que, afinal, o
sonho, na verdade, é só dele. Para os outros, era uma brincadeira de férias, enquanto
Jonas quer prosseguir. É interessante vê-lo conversando com a avó e vendo as
fotos da época em que ela atuava no circo. É uma interação verdadeira.
Jonas tem um talento nato –
o que é indiscutível: cria números, dança, faz malabarismo, arquiteta o palco,
constrói a catraca para a bilheteria. Tem mesmo uma noção do que é um espaço
para o circo e os números que devem ser apresentados. Mas sua mãe, que também trabalhou
no circo, sabe das dificuldades e quer um futuro melhor para seu filho. O tio é
do circo e a mãe, de forma inteligente, mostra para a cineasta que os
meninos que lá estão com ele largaram os estudos. Acabam não conciliando a
escola e a arte.
As reflexões de Jonas nos
comovem e nos chocam pela sinceridade. Ele sabe que está só, como diz. E faz
questionamentos sobre o que estuda na escola, sobre o porquê da mãe não incentivá-lo agora e, inclusive, sobre a razão de continuar fazendo um filme sobre ele,
sendo que o circo não existe mais porque seus colegas o deixaram e, portanto, está sem uma equipe.
Ele ser a atração para uma
filmagem incomoda até a diretora da escola, que diz que ele não quer
compromisso com os estudos e que se comporta de forma diferente quando não está
diante das câmeras.
Os conflitos de Jonas entre
o sonho e a realidade nos entristece, pois é difícil quando não há condições econômicas,
socais ou psicológicas para tentar um caminho que, naquele momento, parece ser
o mais acertado. Mais adiante, ele verá se foi melhor assim ou não. E talvez
seu pequeno circo um dia se torne grande.
Avaliação:
***
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