domingo, 12 de março de 2017

Silêncio (Silence)

País: Itália/ México/ Estados Unidos/Japão
Ano: 2016
Gênero: Drama
Duração: 160 min
Direção: Martin Scorsese
Elenco: Andrew Garfield, Tadanobu Asano, Liam Neeson, Ciarán Hinds e Adam Driver.

Sinopse: dois padres jesuítas, Sebastião Rodrigues (Andrew Garfield) e Francisco Garupe (Adam Driver), são enviados ao Japão do século XVII à procura do seu mentor desaparecido (Liam Neeson). Com o país fechado ao mundo exterior, e o Catolicismo proibido, eles enfrentarão perseguição e violência em uma jornada de resgates e descobertas espirituais. Baseado no romance homónimo do japonês Shûsaku Endô, publicado em 1966.

Crítica: a trama, com uma história interessante e não muito conhecida do público em geral, é mal desenvolvida e custa crer que seja obra de Scorcese e que ele tenha levado quase 20 anos para concluí-la.
O filme tem um ritmo lento, uma mensagem parcial e pregadora (com questões entregues a Deus – visivelmente perceptível nos diálogos e preces dos jesuítas) que acaba por trazer pouco conteúdo ao espectador e, por conseguinte, perde o ritmo que promete.
O enredo poderia ter começado como foi finalizado, quando o narrador, um comerciante holandês (a Holanda era o único país com o qual o Japão negociava à época, por vola do ano 1667), descobre documentos que citam o padre Ferreira. A pesquisa histórica sobre ele teria sido bem mais interessante, um homem que se tornou budista e que se casou com uma japonesa, tendo de fato abraçado essa nova vida). Ainda que tudo tenha sido de forma forçosa nunca se saberá se ele perdeu a fé e se passou mesmo a acreditar no budismo, visto que um dia fora um mentor para diversos jesuítas.  
No entanto, a narrativa inicia-se com a ida de dois missionários jesuítas portugueses - Sebastião Rodrigues (Andrew Garfield) e Francisco Garrpe (Adam Driver) - para o Japão em busca do mentor padre Cristovão Ferreira (Liam Nesson) que, sob tortura, terá renunciado a Deus.
Em território nipónico, sob o xogunato de Tokugawa Ieyasu, que baniu o catolicismo aberto no país e quase todo o contato com os estrangeiros (de forma cruel e autoritária, usando todo tipo de torturas) e, inclusive, teria mandado executar os convertidos, os dois jovens religiosos testemunham a perseguição dos japoneses cristãos pelas autoridades. Aqui está um dos entraves do longa: convencer-se de que o ator que interpreta Ieyasu é um líder político e religioso não é tarefa fácil. Seu personagem é extremamente caricato, o que dificulta o espectador a se situar naquele ambiente de tortura física e psicológica.
O longa faz, portanto, um retrato da Companhia de Jesus, uma das principais ordens religiosas masculinas católicas, fundada em 1540 por Inácio de Loyola, e do martítio de jesuítas no Japão ou dos cristãos japoneses.
O desafio é tentar ver o filme sem julgar ou entender o porquê de tanto sofrimento e se tantos sacrifícios valeriam a pena e com qual propósito. O foco na intolerância (num senso crítico), seja ela qual for, teria sido mais produtivo.

Avaliação: **

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