Silêncio (Silence)
País: Itália/
México/ Estados Unidos/Japão
Ano:
2016
Gênero: Drama
Duração: 160
min
Direção: Martin
Scorsese
Elenco: Andrew Garfield, Tadanobu Asano, Liam Neeson,
Ciarán Hinds e Adam Driver.
Sinopse: dois padres jesuítas, Sebastião Rodrigues
(Andrew Garfield) e Francisco Garupe (Adam Driver), são enviados ao Japão do
século XVII à procura do seu mentor desaparecido (Liam Neeson). Com o país
fechado ao mundo exterior, e o Catolicismo proibido, eles enfrentarão
perseguição e violência em uma jornada de resgates e descobertas espirituais. Baseado
no romance homónimo do japonês Shûsaku Endô, publicado em 1966.
Crítica: a trama, com uma história interessante e não
muito conhecida do público em geral, é mal desenvolvida e custa crer que seja
obra de Scorcese e que ele tenha levado quase 20 anos para concluí-la.
O filme tem um ritmo lento,
uma mensagem parcial e pregadora (com questões entregues a Deus – visivelmente perceptível
nos diálogos e preces dos jesuítas) que acaba por trazer pouco conteúdo ao
espectador e, por conseguinte, perde o ritmo que promete.
O enredo poderia ter começado
como foi finalizado, quando o narrador, um comerciante holandês (a Holanda era
o único país com o qual o Japão negociava à época, por vola do ano 1667),
descobre documentos que citam o padre Ferreira. A pesquisa histórica sobre ele
teria sido bem mais interessante, um homem que se tornou budista e que se casou
com uma japonesa, tendo de fato abraçado essa nova vida). Ainda que tudo tenha
sido de forma forçosa nunca se saberá se ele perdeu a fé e se passou mesmo a
acreditar no budismo, visto que um dia fora um mentor para diversos jesuítas.
No entanto, a narrativa inicia-se
com a ida de dois missionários jesuítas portugueses - Sebastião Rodrigues
(Andrew Garfield) e Francisco Garrpe (Adam Driver) - para o Japão em busca do
mentor padre Cristovão Ferreira (Liam Nesson) que, sob tortura, terá renunciado
a Deus.
Em território nipónico, sob
o xogunato de Tokugawa Ieyasu, que baniu o catolicismo aberto no país e quase
todo o contato com os estrangeiros (de forma cruel e autoritária, usando todo
tipo de torturas) e, inclusive, teria mandado executar os convertidos, os dois
jovens religiosos testemunham a perseguição dos japoneses cristãos pelas
autoridades. Aqui está um dos entraves do longa: convencer-se de que o ator que
interpreta Ieyasu é um líder político e religioso não é tarefa fácil. Seu personagem
é extremamente caricato, o que dificulta o espectador a se situar naquele
ambiente de tortura física e psicológica.
O longa faz, portanto, um
retrato da Companhia de Jesus, uma das principais ordens religiosas masculinas
católicas, fundada em 1540 por Inácio de Loyola, e do martítio de jesuítas no
Japão ou dos cristãos japoneses.
O desafio é tentar ver o
filme sem julgar ou entender o porquê de tanto sofrimento e se tantos sacrifícios
valeriam a pena e com qual propósito. O foco na intolerância (num senso crítico),
seja ela qual for, teria sido mais produtivo.
Avaliação: **
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