quarta-feira, 22 de março de 2017

Tanna

País: Vanuatu/Austrália
Ano: 2016
Gênero: Drama
Duração: 104 min
Direção: Bentley Dean e Martin Butler
Elenco: Marie Wawa, Mungau Dain, Marceline Rofit e Charlie Kahla.

Sinopse: em uma remota sociedade tribal, a jovem Wawa se apaixona por Dain, mas é oferecida em noivado em uma oferta de paz a outra tribo. Desesperados, os jovens precisam decidir entre fugir e ser felizes juntos ou zelar pelo futuro de sua tribo.

Crítica: poucos são os filmes no cinema que realmente nos tocam e deixam marcas. “Tanna” é um deles e o que o torna ainda mais valioso é a universalidade da história. Um drama de amor contado com singeleza (mas profundo) e graça. Localizado na Oceania, na região da Melanésia (próximo às ilhas Fiji e à Austrália), o arquipélago de 83 ilhas impressiona pela beleza: praias, vulcões (ativos) e vegetação densa.
E para a trama a paisagem não é um simples adorno, mas peça fundamental para retratar os costumes locais, a rivalidade entre duas tribos e o amor de Wawa e Dain, ameaçado pela tradição dos casamentos arranjados. A trilha sonora também é um importante aspecto no longa-metragem e foi precisamente escolhida, dando um toque peculiar a cada cena.
Todos os atores são nativos (e pasmem – a performance é impressionante). Selin, a irmã caçula de Wawa, rouba a cena, com um semblante extremamente cativante.
As expressões dos sentimentos e os diálogos (em língua nativa – bislamá) entre os parentes ou entre os xamãs são carregados de simbolismos e mensagens infinitamente sábias.
São povos em extinção, não só pelos costumes que preservaram, mas por terem valores nobres e terem resistido à colonização e à tentação do dinheiro, como um dos próprios líderes da tribo comenta.
É um filme intenso, que nos ensina que a paz ainda é possível. Infelizmente, perdeu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro para “O Apartamento” (Irã). 

Avaliação: *****

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