domingo, 29 de abril de 2012

Se Não Nós, Quem? (Wer Wenn Nicht Wir)

País: Alemanha
Ano: 2011
Gênero: Drama
Duração: 124 min
Direção: Andres Veiel
Elenco: August Diehl, Lena Lauzemis e Alexander Fehling.

Sinopse: a verdadeira história do escritor Bernward Vesper que, nos anos 1960, ataca o conformismo da sociedade alemã e confronta o pai nazista.

Crítica: um filme que aborda um tema muito importante, mas que não alcança o efeito desejado no espectador. É necessário falar sobre absurdos do passado para que eles não se repitam, revisar ações passadas para que não venham à tona novamente, no entanto devem atingir o espectador de forma clara e impactante.  
O título do longa já indica do que se trata o drama: uma geração que quer se tornar protagonista de seu momento histórico. Anos 60 e 70, o fantasma da volta dos conservadores na Alemanha Ocidental e o radicalismo de grupos políticos. O momento em que os filhos indignados dos pais que aderiram ou sucumbiram ao Führer saíram da toca.
No primeiro, o foco está no jovem estudante Bernward (August Diehl) e sua namorada Gudrun (Lena Lauzemis), amigos de faculdade. Ele quer montar uma editora para publicar autores próximos ao nazismo e condenados ao ostracismo – entre eles, seu pai. Ela pretende se tornar professora. Mas a História bate à porta dos dois e a relação aparentemente linear sofrerá reviravoltas.
O didatismo e a rigidez no roteiro prejudicam a fluidez da trama, tornando-a uma espécie de revista histórica que passa pelos principais acontecimentos entre 1950-70 (muitas imagens de arquivo), centrando atenções na contraditória geração que partiu para a luta armada para denunciar a fragilidade da democracia alemã, recém-saída dos efeitos de Hitler.
Passa a ser um filme de tese, com bons e maus momentos, cenas interessantes ao lado de outras supérfluas. As cenas de arquivo são válidas: desfile de John F. Kennedy, bombardeio norte-americano de Napalm, explosão de uma loja como contestável ato político, discurso de Malcolm X contra a discriminação racial, mas não tão pacífico como Luther King. Tudo ilustrado com mês e ano, para o espectador não se perder.
Se Não Nós, Quem?’ é a outra face da moeda que tem estampada O Grupo Baader Meinhof. Ambos baseados em passagens reais trazem personagens que se intercambiam. Vale lembrar que na década em que sexo, drogas e rock'n roll, eram a base da juventude, um movimento surgiu com alta dose de ideologia e terminou com a execução de diferentes crimes. Atentados a bomba e ações terroristas ameaçaram por anos a democracia europeia. O radicalismo dos jovens criados no período pós-nazismo liderados por Andreas Baader, Ulrike Meinhof e Gudrun Ensslin levaria até as últimas consequências a tentativa de romper um possível fascismo. Buscar os direitos do homem sem aplicar uma forma humana de protesto foi o maior erro destes jovens que, por uma revolução limpa, acabaram sujando muitas histórias com sangue.
Faltou uma mensagem que marcasse o espectador. Informação demais em pouco tempo de fita acabou dando um enfoque superficial em uma geração que não foi nada superficial.
Mas pela riqueza histórica, boas atuações e perfeita reconstituição de época (cenário e figurino), vale a pena conferir.

Avaliação: ***

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