quarta-feira, 27 de junho de 2012

E aí, comeu?

País: Brasil
Ano: 2012
Gênero: Comédia
Duração: 100 min
Direção: Felipe Joffily
Elenco: Bruno Mazzeo, Marcos Palmeira e Emilio Orciollo Netto.

Sinopse: o longa conta a história deste trio inseparável formado por Fernando, recém-separado, que conhece uma adolescente linda, e, para sua surpresa, ela foge clichê da ninfeta ingênua, é inteligente, bem resolvida e muito madura, Honório, jornalista, um esquerdista à moda antiga, casado, que suspeita que está sendo traído pela mulher, e Fonsinho, escritor e conquistador de mulheres, que nunca se casou e nunca conseguiu terminar um livro.

Crítica: a nova empreitada no cinema do ator e comediante Bruno Mazzeo (Cilada.com) dissimula sua caretice por trás dos diálogos pretensamente abertos e descolados de seus três protagonistas, amigos de velha data que se encontram numa mesa de bar para divagar sobre as mulheres de suas vidas.
Fernando (Bruno Mazzeo), Honório (Marcos Palmeira) e Fonsinho (Emilio Orciollo Netto) procuram entender o papel do homem diante da mulher contemporânea após o fracasso do casamento de um deles. Tema interessante, execução ruim. Nas conversas no bar Harmonia, regadas a muito chopp, o trio não soa convincente devido aos diálogos artificiais, por mais que o trio de atores se esforce para dar naturalidade à filosofia de boteco que brota dos bate-papos.
Nos encontros regulares, eles remoem seus diferentes dissabores afetivos, falam muito de sexo e são servidos por um garçom comedor interpretado por Seu Jorge. São três estereótipos masculinos de perfis distintos: solteiro convicto que vive de relacionar-se com o maior número possível de mulheres; pai de família preso a um casamento no qual reina a falta de diálogo e desconfiança; e, por fim, homem abalado pelo fim recente de um relacionamento que demoniza a ex-mulher.
Personagens generalizados e baseados em modelos não constituem um problema nas comédias. Às vezes é até na tipificação que está a graça. A perspectiva da mesa de bar e a visão machista que surge da conversa de homens neste ambiente também são boas escolhas. Porém, o roteiro deixa a desejar quando não inova, quando anula boas possibilidades de fazer piada com situações batidas, como a do homem comparando seu pênis ao membro de um cavalo ou dizendo achar que japonesas têm a vagina na horizontal. Outras falas beiram o ridículo, como a do jornalista interpretado por Marcos Palmeira desabafando na redação.
Tudo isso até poderia funcionar em um programa de humor televiso, mas num longa-metragem não. Além disso, num filme cuja mulher moderna é o tema central, faltou explorar mais elas, dando ênfase, por exemplo, ao grupo de também frequentadoras assíduas do bar ou, então, às cônjuges dos personagens principais, que mereciam mais destaque.

Avaliação: **

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