domingo, 3 de junho de 2012

À Espera de Turistas (Am Ende kommen Touristen)

País: Reino Unido/Polônia/Alemanha
Ano: 2007
Gênero: Drama
Duração: 85 min
Direção: Robert Thalheim
Elenco: Alexander Fehling, Ryszard Ronczewski, Barbara Wysocka e Piotr Rogucki.

Sinopse: um jovem alemão presta serviços voluntários no museu de Auschwitz e também cuidando de um sobrevivente do campo de concentração, um senhor teimoso que o trata com arrogância e impaciência. Mas sua vida ganha novo sentido ao se envolver com uma intérprete.

Críticaa Segunda Guerra já rendeu mais filmes do que se pode imaginar, mas, vez ou outra, um cineasta trata da questão por um ponto de vista peculiar. É o caso de “À Espera de Turistas”, que expõe com muita simplicidade a relação entre um jovem alemão e um idoso polonês sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz, um dos maiores e mais cruéis do regime nazista.
Quando decide prestar serviços sociais na região de Auschwitz em uma alternativa para fugir do serviço militar em seu país, o jovem Sven (Alexander Fehling) vê-se incumbido de realizar pequenos trabalhos para o sr. Krzeminski (Ryszard Ronczewski), um octogenário que se recusa a sair do campo, onde fica o museu em homenagem aos mortos pelo Holocausto.
Enquanto auxilia o polonês com atividades como compras de supermercados, reparos no dormitório e serviços de motorista para pequenas palestras ministradas aos turistas (com detalhes que só um sobrevivente é capaz de oferecer), Sven se sente descolado em uma região onde é visto como eterna persona non grata. A ironia de prestar serviços sociais a poloneses em nome do Exército Alemão faz com que o deboche dos poloneses que o rodeiam seja inevitável.
Para distrair-se nas suas horas de folga, vai a shows e passeia por pontos históricos que se dedicam, obviamente, à tragédia que assolou o local há mais de 70 anos. Em uma de suas saídas, conhece Ania (Barbara Wysocka), com quem se envolverá em um relacionamento amoroso, e em uma relação não muito amistosa com o irmão dela, Krzysztof (Piotr Rogucki).
As atuações são ótimas, inclusive a da simpática irmã de Krzeminski, Zofia (Halina Kwiatkowska), que surge na trama a fim de ajudar o irmão, tentando levá-lo para morar com ela, em sua casa no campo.  
Além de expor o desconforto de duas nações separadas e unidas pela Segunda Guerra, o longa trata da questão com delicadeza e humanidade. Esforça-se em seu roteiro, com frases pontuais, poucos diálogos, mas fortes, talvez para dar margem a interpretações ou, simplesmente, por explicitar ainda mais a questão difícil de conviver até hoje. Apesar de bastante enxuta, a trama cativa e agrada. Mantém o distanciamento necessário para evitar opiniões e julgamentos.
As cicatrizes da guerra estão em seus protagonistas, seja em Krzeminski, que viveu diante do horror, seja em Sven, que carrega nas costas o peso de um passado da qual não fez parte, porém tem de carregar nas costas. E, assim, a obra reforça a questão de que o passado, por mais difícil que seja, deve ser lembrado para que não se repita.

Avaliação: ***

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