Fome de Viver (The Hunger)
País: Reino
Unido
Ano: 1983
Gênero: Terror
Duração: 99
min
Direção: Tony
Scott
Elenco: Catherine
Deneuve, David Bowie e Susan Sarandon.
Sinopse: casal vive juntos há séculos e possui um
segredo para a vida eterna: alimentam-se de sangue humano. O cotidiano deles é
transformado quando John é acometido por um distúrbio celular que o envelhece
em poucos segundos.
Crítica: questionamentos, terror e mistério rondam essa
trama que pode ser classificada de clássica e gótica. Diferente dos filmes do
gênero a que estamos acostumados, surpreende pela sutileza, mas ao mesmo tempo aterroriza
e assombra.
Tudo acontece em Manhattan,
Nova York. Mirian Baylock (Catherine Deneuve) é uma bela mulher que vive com
seu parceiro John Baylock (David Bowie) em uma luxuosa mansão decorada com
peças de arte raríssimas. Acontece que John começa a envelhecer de forma brusca
e rápida, sendo logo tomado pelo desespero e pela irritação diante da
indiferença de Mirian, que parece já prever aquilo tudo. Ele, então, procura a
Dra. Sarah Roberts (Susan Sarandon), uma cientista especializada na busca pelo
antídoto do envelhecimento, tido para ela como uma "doença" que pode
ser curada. Para decepção de John, Dra. Roberts não acredita na sua história
absurda e o ignora. Ao perceber que ele não estava louco, Sarah tenta remediar
o julgamento errôneo, mas John, que já tinha perdido tempo demais, vai embora.
Insistente, Sarah vai até a casa dos Baylocks, mas não encontra John.
Misteriosamente, ele havia sumido. Ela, então, conhece sua esposa, Mirian. A
partir daí, uma relação estranha entre as duas começa e Sarah logo se vê
envolvida em uma trama que jamais imaginaria encontrar.
Os diálogos são curtos e
precisos, o suspense deixa dúvidas no ar (resquícios de um passado não revelado
e de um futuro incerto), a trilha sonora que vai do rock gótico à música
clássica acompanha bem o ritmo do longa e o elenco é sublime em sua performance,
com perfeita maquiagem e figurino.
As situações culminam em um
desfecho de amor, crime, sedução e morte. Não há como não fazer um paralelo com
o personagem do escritor inglês Oscar Wilde: o belo e ambicioso Dorian Gray. O
rapaz que temia envelhecer e fez um pacto para manter sua beleza eterna com a
condição de nunca olhar o quadro que envelheceria em seu lugar. John lembra o
desespero de Dorian. Afinal, qual o preço a se pagar por querer ser dono do
tempo e viver várias vidas? A vontade de driblar o tempo é um dos grandes
anseios do homem e é o ponto de partida desse filme.
Avaliação: ***
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