Periscópio

País: Brasil

Ano: 2012

Gênero: Drama

Duração: 80 min

Direção: Kiko Goifman

Elenco: Jean-Claude Bernardet e João Miguel.

Sinopse: Élvio (João Miguel) e Eric (Jean-Claude Bernadet) vivem sozinhos em um apartamento pequeno, sem falar com qualquer outra pessoa. A relação entre eles está bastante deteriorada, sendo bem comum que um ofenda o outro. Um dia, repentinamente, surge na sala um periscópio. Sem ter a menor ideia do porquê dele ter aparecido, nem de quem está por trás do objeto, eles passam a fingir para o periscópio que são amigos e levam uma boa vida.

Crítica: o primeiro ato de Periscópio é dedicado apenas a retratar o quão ruim é o convívio entre os dois protagonistas: Élvio (João Miguel) e Eric (Jean-Claude Bernadet) que vivem sozinhos em um apartamento, em um prédio onde não mora mais ninguém.  Um debocha do outro, imitando o tom de voz e os abusos cometidos (de acordo com seu ponto de vista). O estresse é tamanho que, em certos momentos, beira a agressão física. A força de tal conflito iminente é ampliada pelas atuações raivosas de João Miguel e Jean-Claude Bernardet, um tentando provocar mais o outro. Élvio (Miguel) é o mais calmo, em parte pela devoção a São Jorge. É ao santo que ele recorre quando busca por paz.

Quando o filme caminha para um drama tenso envolvendo estes dois solitários, surge o periscópio do título. E a história toma um rumo totalmente diferente, e infelizmente ruim. Com o objeto em cena, surgem o mistério e questionamentos: quem o colocou ali? Há alguém por trás dele? Qual é o seu objetivo?

Em vez de realismo ou até ficção científica, com algo que ultrapassasse o mundo do apartamento, o diretor optou por transformar o periscópio numa espécie de câmera, onde os personagens decidem se exibir para ele. A questão é: qual o propósito disso?

A trama então se perde totalmente e causa estranheza total ao espectador. O mistério então criado torna-se irrelevante. A solidão dos dois homens que poderia ter tido uma abordagem inteligente não acontece.

Avaliação: *