domingo, 28 de fevereiro de 2016

Winter on Fire: Ukraine's Fight for Freedom

País: Ucrânia/EUA/Reino Unido
Ano: 2015
Gênero: Documentário
Duração: 102 min
Direção: Evgeny Afineevsky
Elenco: -

Sinopse: documentário que tem como pano de fundo os conflitos na Ucrânia, no período de 2013 e 2014, principalmente as manifestações dos movimentos estudantis.

Crítica: um filme de denúncia, de história, real e, simplesmente, necessário. O documentário, que concorre ao Oscar 2016, retrata noventa e três dias da heroica luta do povo ucraniano contra o governo de Vitor Yanucovich. Após a reeleição, ele desistiu de assinar um acordo de livre-comércio e associação política com a União Europeia (UE) – o que havia prometido –, alegando que buscaria relações comerciais mais próximas com a Rússia, seu principal aliado.
Oposição e parte da população foram, então, à Praça Maidan, na capital Kiev, para protestar de forma pacífica, mas foram violentamente banidos pela polícia local, pela tropa de choque e por mercenários (assassinos soltos para ajudar a polícia a combater os manifestantes).
A onda de violência é assustadora. A cada novo protesto, novas repressões e mortes. Ao final do movimento, quando enfim conseguem que o presidente renuncie e novas eleições ocorram, foram registradas 125 mortes, 65 desparecidos e 1.890 pessoas feridas.
A união das pessoas de toda idade, vindas de toda parte do país, é comovente. Elas uniram-se, organizaram-se via postagens na internet e conseguiram ajuda: doações de medicamentos, suprimentos de primeiros socorros e alimentos. Mas até os postos de primeiros socorros foram destruídos pela polícia truculenta. Usaram cassetetes de ferro, bateram em mulheres, lançaram bombas de efeito moral, utilizaram tanques para derrubar as barricadas feitas pelos manifestantes, colocaram fogo em um prédio da sede do Fecomércio com pessoas dentro, enfim, assassinaram e, inclusive, sequestraram pessoas “suspeitas” nas ruas a fim de conter o movimento.
Os depoimentos dos jovens, adultos, idosos e, inclusive, de militares reformados, apoiando a liberdade do país e as imagens reais do que aconteceu nesses 93 dias são impressionantes. Até a fuga do presidente antes do anúncio de sua renúncia (em 22 de fevereiro de 2014), feita por um membro do governo, é mostrada.
Religiosos de todas as crenças deram apoio à luta do povo contra uma ditadura pró-Rússia.
É um exemplo de união que faz a gente crer que o mundo ainda pode ser melhor, ainda que custe a vida de algumas pessoas.

Avaliação: *****

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O Lobo do Deserto (Theeb)

País: Jordânia/Emirados Árabes Unidos/Qatar/Reino Unido
Ano: 2015
Gênero: Drama
Duração: 112 min
Direção: Naji Abu Nowar
Elenco: Jacir Eid Al-Hwietat, Hussein Salameh Al-Sweilhiyeen, Hassan Mutlag Al-Maraiyeh e Jack Fox.

Sinopse: o jovem Theeb (Jacir Eid Al-Hwietat) inicia uma perigosa jornada junto a tribo beduína que vaga pelo deserto da Província de Hejaz, localizado no Império Otomano. O menino passa seus dias brincando com o irmão mais velho Hussein (Hussein Salameh). A vida dos viajantes muda com a chegada de Max e Marji, um oficial do exército britânico e seu guia. Eles pedem o auxílio do grupo para localizarem um poço romano que encontra-se em um perigoso território de caça.

Crítica: o cenário é o deserto no Oriente Médio, os personagens são homens de turbante em camelos, a época é o começo do século XX e a história tem como pano de fundo um contexto social de tensão entre os otomanos e os britânicos após a Primeira Guerra Mundial.
Mas isso é explorado superficialmente na trama e temos que juntar uma informação aqui e outra ali para entender certas coisas. Falta uma maior contextualização do período para que o espectador se situasse melhor diante do que é contado.
No entanto, a atuação de Theeb (Jacir Eid Al-Hwietat), cujo nome significa “lobo”, um menino curioso que tem como irmão e mestre Hussein (Hussein Salameh), é o ponto forte da trama.
Após a visita de um grupo que traz consigo um misterioso inglês, Hussein recebe a tarefa de guiá-los até um poço. Sem que ninguém perceba, o menino segue o bando no lombo de um jumento. É nessa viagem que ele passará por um processo intenso de amadurecimento, presenciando não imaginava fazer ou, pelo menos, não quando ainda criança.
O início é um pouco lento, mas depois a história fica mais interessante e traz uma bela mensagem fazendo referência ao poema que é citado na abertura do filme.
É a primeira vez que a Jordânia é indicada a concorrer ao Oscar.

Avaliação: ***

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O Abraço da Serpente (El Abrazo de la Serpiente)

País: Colômbia/ Venezuela/ Argentina
Ano: 2015
Gênero: Aventura
Duração: 125 min
Direção: Ciro Guerra
Elenco: Jan Bijvoet, Brionne Davis, Nilbio Torres e Antonio Bolivar.

Sinopse: Théo (Jan Bijvoet) é um explorador europeu que conta com a ajuda do xamã Karamakate (Nilbio Torres, quando jovem, e Antonio Bolivar - velho) para percorrer o rio Amazonas. Gravemente doente, ele busca uma lendária flor que pode curar sua enfermidade. Quarenta anos depois, a trilha de Théo é seguida por Evans (Brionne Davis), outro explorador que tenta convencer Karamakate a ajudá-lo.

Crítica: premiado nos festivais de Cannes e Sundance, “O Abraço da Serpente” está entre os cinco finalistas do Oscar 2016 de Melhor Filme Estrangeiro, o que comprova a força do cinema colombiano.
Bem estruturado e filmado, com um elenco convincente, e acima de tudo, com uma mensagem urgente e importante que foca no que está sendo perdido e que ainda pode ser recuperado na cultura e nas tradições indígenas da região amazônica da Colômbia.
Os relatos de dois cientistas e exploradores da região são a base do roteiro. O etnólogo alemão Theodor Koch-Grünberg (1862-1924) explorou a região amazônica da América do Sul e estudou os povos da floresta. Morreu no Brasil, na cidade de Boa Vista, de malária. Theodor estudou a mitologia, as lendas, a etnologia, a antropologia e a história dos indígenas. Em 1917, publicou sua mais importante obra “De Roraima ao Orinoco”. E o botânico norte-americano Richard Evans Schultes (1915-2001) explorou a mesma região, interessado especialmente em uma planta, descoberta e citada nos relatos de Koch-Grünberg: a yakruna.
Que sentido tem hoje para todos nós a busca por uma planta divina que cura e ensina a sonhar? Essa foi a razão de ser de uma expedição científica. Mas a yakruna, na realidade, simboliza a própria existência de, pelo menos, um povo indígena que está desaparecendo. O resgate do conhecimento dos povos na floresta, intimamente relacionado à vivência com a selva, sua água, seus animais, sua multiplicidade de plantas, envolve uma questão cultural, antropológica, da maior relevância.
“O Abraço da Serpente” contribui para valorizar tudo isso, por meio de um personagem indígena que é o centro da narrativa. Ele surge, primeiro em sua juventude, como último sobrevivente de seu povo, vivendo isolado selva adentro. Desconfiado e crítico, por razões óbvias, do homem branco e da exploração da borracha, que trouxe a desgraça e dizimou seu povo. Depois, em outro tempo, como um xamã esquecido, perdido na sua mata, vivendo problemas de identidade em decorrência das faltas de referência e de memória. Essas duas épocas se entrelaçam na trama e funcionam muito bem. Nos dois tempos, há o convívio complexo e conflitivo com os cientistas exploradores. E também a possibilidade de aprender com brancos que não desejam destruir os aborígenes ou explorá-los, mas conhecê-los, valorizá-los, divulgar seus conhecimentos.
A narrativa se desenvolve na forma de uma aventura, que traz perigos, desencontros e vai revelando o que se encontra nessa floresta: o que resta de seus povos de origem, a exploração a que estão expostos, o uso religioso equivocado e autoritário, encontrado em alguns locais. Com direito a manifestações tresloucadas e messiânicas, que não libertam, oprimem.
Outro detalhe que chama a atenção é o fato da película ser em preto e branco. Com uma natureza tão exuberante, creio que a intenção do diretor era que nossa observação ficasse centrada na reflexão que a trama propõe, sem desvios para o lado estético.    
O tempo é de grande relevância no filme. Coisas, lembranças, memórias, são levadas pelo tempo. Povos inteiros se desfazem e desaparecem. Pela ação predatória dos seres humanos, toda uma tradição e uma identidade tendem a desaparecer. Se considerarmos que metade da superfície da Colômbia está na região amazônica, há aí uma forte perda do próprio significado de nacionalidade.
O elenco nos leva para dentro dessa dimensão amazônica, como se estivéssemos fazendo parte daqueles povos e dos exploradores que vêm do mundo desenvolvido, em busca de sua cultura.

Avaliação: ****

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Presságios de um Crime (Solace)

País: EUA
Ano: 2015
Gênero: Suspense
Duração: 102min
Direção: Afonso Poyart
Elenco: Anthony Hopkins, Jeffrey Dean Morgan, Colin Farrell e Abbie Cornish.

Sinopse: dois detetives do FBI, Joe Merriwether (Jeffrey Dean Morgan) e Katherine Cowles (Abbie Cornish) perseguem um serial killer conhecido por matar suas vítimas com um objeto perfurante na nuca, sem deixar vestígios na cena do crime. Para capturá-lo, buscam ajuda de um médico aposentado, especialista em jogos mentais.

Crítica: o filme é pura ficção, segue a receita hollywoodiana de fazer filmes para o público menos exigente e cumpre a tarefa como um suspense.
O resto é o mesmo do mesmo. Anthony Hopkins faz o papel do homem taciturno e misterioso, como a grande maioria de seus personagens e os demais cumprem tabela. Qualquer outro ator (mais barato) poderia ter feito os papéis dos detetives e do médium Charles (vivido por Colin Farrell).
Charles segue o objetivo de assassinar pessoas que têm doenças terminais ou virão a ter e que sofrerão muito caso continuem vivendo. Brinca de Deus, como é dito no filme. Anthony Hopkins (como John Clancy), com a mesma “intuição” aguçada, tenta adivinhar seus próximos passos a fim de evitar que ele assassine mais uma vítima, ajudando dessa forma o FBI.
O enredo não traz nenhuma grande revelação ou surpresa. É mais um para a prateleira dos blockbusters.

Avaliação: **

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A Paixão de JL

País: Brasil
Ano: 2015
Gênero: Documentário
Duração: 82 min
Direção: Carlos Nader
Elenco: -

Sinopse: o artista José Leonilson começou em 1990 a narrar em fitas cassetes um diário sobre a sua vida e os acontecimentos no Brasil e no mundo, como a queda do Muro de Berlim. À Princípio, sem intenções, os registros tomam outra urgência quando José descobre que é portador do HIV.
Crítica:

Avaliação: a conferir

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Boa noite, Mamãe (Ich seh, Ich seh)

País: Áustria
Ano: 2015
Gênero: Terror
Duração: 100 min
Direção: Veronika Franz e Severin Fiala
Elenco: Susanne Wuest, Lukas Schwarz e Elias Schwarz.

Sinopse: uma família vive em uma residência isolada em meio a árvores e plantações de milho. Após dias afastada por conta de cirurgias plásticas, a mãe volta para casa e não é reconhecida pelos filhos gêmeos. As crianças, de nove anos, duvidam que a mulher de rosto coberto seja realmente sua mãe e, a partir de então, nada será como antes.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Deuses do Egito (Gods of Egypt)

País: EUA
Ano: 2015
Gênero: Ação
Duração: 127 min
Direção: Alex Proyas
Elenco: Gerard Butler, Geoffrey Rush e Nikolaj Coster-Waldau.

Sinopse: Bek é um mortal pacato que se considera apenas mais um soldado, e que vive em um Egito ancestral dominado por deuses e forças ocultas. Quando o impiedoso Set, deus da escuridão, toma o trono da nação e mergulha a sociedade no caos, o jovem se unirá a outros cidadãos e com o poderoso deus Horus, para formar uma expressiva resistência.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Imagine, Dragons (Imagine Dragons in Concert: Smoke + Mirrors")

País: EUA
Ano: 2015
Gênero: Documentário
Duração: 95 min
Direção: Dick Carruthers
Elenco: -

Sinopse: o documentário mostrará um dos shows da turnê mais recente dos americanos, além de bastidores da excursão. A série de apresentações percorreu o mundo no ano passado, sendo iniciada na América do Sul. Incluindo o sucesso "I Bet My Life" do álbum "Smoke + Mirrors" e hits como "Radioactive" do disco "Night Visions", o show é o primeiro da banda a passar por estádios nos Estados Unidos.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Orgulho, Preconceito e Zumbis (Pride and Prejudice and Zombies)

País: EUA
Ano: 2015
Gênero: Comédia
Duração: 107 min
Direção: Burr Steers
Elenco: Lily James, Sam Riley, Matt Smith e Bella Heathcote.

Sinopse: Inglaterra, século XIX. Uma misteriosa praga espalha zumbis por todos lados, mas Elizabeth Bennet (Lily James), especialista em artes marciais e no manuseio de armas, está preparada para enfrentar os piores mortos-vivos. O que a incomoda de verdade é ter que conviver e lutar ao lado do arrogante Sr. Darcy (Sam Riley).

Crítica:

Avaliação: a conferir

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Como ser Solteira (How to Be Single)

País: EUA
Ano: 2015
Gênero: Comédia
Duração: 110 min
Direção: Christian Ditter
Elenco: Dakota Johnson, Rebel Wilson, Leslie Mann e Alison Brie.

Sinopse: Alice (Dakota Johnson) acabou de sair de um relacionamento e não sabe muito bem como agir sem outra metade. Para sua sorte, ela tem uma animada amiga (Rebel Wilson) especialista na vida noturna de Nova York, que passa a ensiná-la como ser solteira.
Crítica:
Avaliação: a conferir

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Amor em Sampa

País: Brasil
Ano: 2015
Gênero: Romance
Duração: 112 min
Direção: Carlos Alberto Riccelli e Kim Riccelli
Elenco: Bruna Lombardi, Eduardo Moscovis e Carlos Alberto Riccelli.

Sinopse: cinco histórias de amor entrelaçadas em uma rede amorosa na cidade de São Paulo, percorrendo pela intimidade das relações, por corações ansiosos por um novo amor e desejos conectados na busca da concretização de todos os sonhos.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Cinco Graças (Mustang)

País: Turquia/França/Alemanha
Ano: 2015
Gênero: Drama
Duração: 97 min
Direção: Deniz Gamze Ergüven
Elenco: Güneş Nezihe Şensoy, Doğa Zeynep Doğuşlu, Elit İşcan, Tuğba Sunguroğlu, Nihal Koldaş, Ayberk Pekcan e Burak Yiğit.

Sinopse: no início do verão em um vilarejo turco, Lale e suas 4 irmãs brincam de forma debochada com os meninos, o que acarreta em um escândalo de consequências muito fortes: a casa delas se torna praticamente uma prisão, elas aprendem a limpar ao invés de ir para a escola e seus casamentos começam a ser arranjados. As cinco não deixam de desejar a liberdade, e tentam resistir aos limites que lhes são impostos.

Crítica: o início do filme não deixa pistas do que veremos a seguir. Na primeira sequência, uma professora despede-se de uma de suas alunas, enquanto as irmãs maiores a esperam. Dali, a abraçam para confortá-la e partem para a praia. De uniforme mesmo, entram na água e brincam com os meninos da escola.
A partir dessa brincadeira ingênua, tudo muda e a desgraça parece recair sobre a família. A avó (Nihal Koldaş) fica sabendo desse “comportamento obsceno” na praia por uma vizinha “fofoqueira” e se sente culpada por ter criado as nestas com muita “liberdade”.  As meninas são órfãs e, a fim de “consertar” as meninas, a avó chama o tio Erol (Ayberk Pekcan).
Começa, então, uma corrida contra o tempo para casar as meninas. Impedidas de ir à escola, passam a ter aulas em casa de costura e culinária; tiram-lhe tudo que possam ligá-las ao mundo exterior, como celular e computador; e são obrigadas a usar vestidos longos e fechados. E mais: após uma fuga para assistir a uma partida de futebol, a casa é cercada com grade por todos os lados. Passam a viver como aprisionadas. É uma rotina alterada abruptamente, um choque cultural (sobretudo para nós, ocidentais).
Quando chega a hora, são exibidas como produtos à venda para os futuros pretendentes. Casamentos forçados, falsas felicidades, conformismo. Ao ver uma a uma, de suas 4 irmãs, Sonay (İlayda Akdoğan), Selma (Tuğba Sunguroğlu), Ece (Elit İşcan), Nur (Doğa Doğuşlu),  terem o destino selado pelos adultos das família, a caçula Lale (Güneş Şensoy), toma uma atitude de resistência impressionante, certa de não querer aquilo para ela. Esse é o diferencial da trama, que tem numa pequena menina a força de uma leoa. Sua presença em cena impressiona.   
Determinada, ela “salva” a última irmã que se casaria. O desfecho é genial e mostra que, apesar de viverem em uma sociedade machista, não se pode generalizar, e ainda há pessoas dispostas a ajudar.  Lale é tão esperançosa num mundo diferente daquele que vive que sua determinação nos comove e convence.
Um filme sensível, intenso e necessário. Uma defesa à liberdade de escolha!

Avaliação: ****

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Deus Branco (White God)

País: Hungria/Alemanha/Suécia
Ano: 2015
Gênero: Drama
Duração: 121 min
Direção: Kornél Mundruczó
Elenco: Zsófia Psotta, Sándor Zsótér e Lili Horváth.

Sinopse: em uma sociedade distópica em que a criação de cachorros implica no pagamento de uma taxa especial, Lili (Zsófia Psotta), uma menina de 13 anos, tenta reencontrar seu melhor amigo canino após seu pai (Sándor Zsótér) raptá-lo.

Crítica: há tempos não assistia a um filme que pessoas não conseguem vê-lo e saem logo no início da sessão.
Após a cena inicial da mãe se despedindo de Lili porque irá passar um tempo fora com o atual marido e deixando-a com seu cão Hagen aos cuidados do pai, a história toma um rumo cruel, sobretudo para o cão.
O pai não suporta cães e o convívio com a filha torna-se insuportável. O pagamento de uma taxa para cães que não sejam de raça (mestiços ou vira-latas) é a “desculpa” que ele encontra para não permanecer com Hagen em seu apartamento. Ao não aceitar pagar o valor, Lili é separada de seu cão, o que desencadeará uma série de acontecimentos trágicos sem volta.
Além da dor da separação, vimos até que ponto um humano é capaz de chegar para ganhar dinheiro. Hagen passa por várias pessoas e maus-tratos (o que realmente é difícil de assistir). Mas também vimos como alguém se acostuma rápido com tal ausência, demonstrando certa insensibilidade.
É uma crítica voraz aos humanos que parecem ter perdido todo e qualquer valor “humano”.
O desenrolar da história é atípico, ganhando até mesmo um ar de terror (o que talvez não agrade todos, pelo tom exagerado), e parece mostrar que nós podemos ser os próximos em extinção.
O grande potencial do longa é que os protagonistas são os cães. E para as filmagens, mais de 200 foram treinados. Tecnicamente, o filme é perfeito.

Avaliação: ***

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Coração de Cachorro (Heart of a Dog)

País: EUA
Ano: 2015
Gênero: Documentário
Duração: 75 min
Direção: Laurie Anderson
Elenco: -

Sinopse: como reagir à perda de uma pessoa ou um animal querido? Como uma perda pode afetar toda a nação? De que maneira isso afeta a nossa visão de mundo? A diretora Laurie Anderson reflete sobre a morte a partir de temas pessoais, como o falecimento de sua cadela, e temas mais amplos, como os atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos.

Crítica: é um filme intimista com uma reflexão ampla sobre o mundo que nos cerca. Centrado na cachorra Lolabelle, que morreu em 2011 e era muito querida pela diretora, trata-se de um ensaio pessoal que combina lembranças de infância, diários em vídeo, reflexões sobre dados, cultura de vigilância e a visão budista sobre a morte, além de tributos a artistas, escritores, músicos e pensadores. Numa espécie de colagem visual, o filme examina como histórias são construídas e contadas – e como as usamos para dar sentido às nossas vidas.
Bastante reflexivo, o documentário traz uma série de ideias, umas bem colocadas, outras não (ficando meio perdidas no contexto). Mas, de qualquer forma, é interessante a abordagem da diretora do ponto de vista que ela faz e do ponto de partida que escolhe – a morte de sua cachorrinha.

Avaliação: **

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Laços de Sangue (Blood Ties)

País: EUA/França
Ano: 2015
Gênero: Policial
Duração: 128 min
Direção: Guillaume Canet
Elenco: Clive Owen, Billy Crudup, Marion Cotillard, James Caan e Mila Kunis.

Sinopse: Nova York, 1974. Chris (Clive Owen), na casa dos cinquenta anos, é liberado por bom comportamento depois de vários anos de prisão. De volta ao "mundo real", encontra Frank (Billy Crudup), seu irmão mais novo, como um promissor policial. Não é apenas a escolha da "carreira" que separa Chris e Frank, mas também uma rivalidade que vem desde a infância e da lembrança da preferência do pai Leo (James Caan) por Chris. Crente de que o irmão mudou, Frank lhe dá uma nova chance: o abriga, encontra um emprego para ele e ainda o ajuda a reconectar-se com seus filhos e sua ex-mulher, Monica (Marion Cotillard). Chris começa uma relação com a bela Natalie (Mila Kunis), mas logo se vê mergulhado mais uma vez no mundo do crime, o que não agradará seu irmão.

Crítica: o filme traz uma história de dois irmãos, que seguiram caminhos opostos na vida, e que se amam. Às vezes, é preciso fugir às regras para um ajudar o outro.
São vários os momentos de dúvida quanto ao que é correto fazer. A trama tem um bom suspense e um elenco competente, mas a história poderia ter sido melhor contada e, também, de forma mais coesa.
Não é um enredo que marca por não trazer nada novo, mas segue bem a receita do gênero policial.
Guillaume Canet é ator, roteirista e também diretor. Dirigiu “Até a Eternidade” (2010) e “Não Conte a Ninguém” (2006).

Avaliação: **

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Horas Decisivas (The Finest Hours)

País: EUA
Ano: 2015
Gênero: Ação
Duração: 117 min
Direção: Craig Gillespie
Elenco: Chris Pine, Casey Affleck, Ben Foster e Holliday Grainger.

Sinopse: em 1952, uma grande nevasca leva uma plataforma de petróleo a se rachar, lançando 84 tripulantes ao mar. Enquanto a tempestade dificulta a sobrevivência do grupo, uma equipe de guardas costeiros tenta resgatar as vítimas.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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O Vale do Amor (Valley of Love)

País: França/Bélgica
Ano: 2015
Gênero: Drama
Duração: 93 min
Direção: Guillaume Nicloux
Elenco: Isabelle Huppert, Gérard Depardieu e Dan Warner.

Sinopse: Isabelle (Isabelle Huppert) e Gérard (Gerard Depardieu) formam um casal de meia idade que perdeu o filho há seis meses. Ainda em fase de luto, eles encontram uma curiosa carta do falecido pedindo para encontrá-los no Vale da Morte, nos Estados Unidos. Intrigados, eles aceitam fazer a viagem e comparecer ao encontro. Esta é a terceira vez que Isabelle Huppert e Gérard Depardieu atuam juntos, após Les Valseuses (1974) e Loulou (1980).

Crítica: os filmes franceses costumam ter um diferencial: texto interessante, excelentes atuações (aqui, dois mestres do cinema – Huppert e Depardieu) e um ritmo totalmente à parte das grandes produções blockbuster.
Uma história simples de amor, decepção, separação, frustração, arrependimento, enfim, sentimentos tão humanos e tão presentes em nossas vidas. Na trama, o filho distante se suicida e deixa uma carta.
Até demoramos alguns instantes para perceber que eles são, na verdade, um ex-casal. Eles interpretam atores de cinema, que seriam eles mesmos, e que precisam atender a um último pedido do filho morto.
Eles, hoje, têm outra vida, outra família e outros filhos. Mas precisam lidar com esse passado para virar a página. A culpa tem parte nisso e, aos poucos, vamos sabendo como foi a separação do casal e do filho. Huppert deixou o filho aos 7 anos com o pai e foi morar na França. Gérard, sem tempo para cuidar dele, o levou a um orfanato. Quando adulto, o contato era mínimo. E nada sabiam um do outro.
Recebeu duas cartas (uma para ele e outra para a ex-esposa) do rapaz que vivia com seu filho.
As cartas falam de amor, dor, mágoa, e dão orientações para os pais estarem em uma determinada data no Vale da Morte (deserto de Mojave, Califórnia), onde o filho garante que poderá ser visto pela última vez. Aliás, vale destacar a espetacular fotografia do filme.
Os pais não imaginavam se encontrarem novamente, motivados por uma situação como esta.
O desenrolar da história, com um pouco de suspense, mas, sobretudo, com conversas acaloradas, é o que há de melhor. Enquanto que o desfecho dependerá das crenças e opiniões de cada um. Por isso, reforço que as atuações e os diálogos são aspectos positivos que valorizam a trama e valem o ingresso.

Avaliação: ***

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Boneco do Mal (The Boy)

País: EUA
Ano: 2015
Gênero: Terror
Duração: 97 min
Direção: William Brent Bell
Elenco: Lauren Cohan, Rupert Evans, Ben Robson e Jim Norton.

Sinopse: Greta (Lauren Cohan) é uma jovem americana que aceita um trabalho como babá em uma pequena vila inglesa. Porém, o garoto de 8 anos de quem ela tem que cuidar é, na verdade, um boneco de quem o casal cuida como se fosse um menino de verdade, como uma forma de lidarem com a morte do filho, ocorrida 20 anos antes. Após violar uma lista de regras do garoto, uma série de eventos inexplicáveis transformam a vida dela em um pesadelo.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi (13 Hours: The Secret Soldiers of Benghazi)

País: EUA
Ano: 2015
Gênero: Ação, guerra
Duração: 144 min
Direção: Michael Bay
Elenco: John Krasinski, James Badge Dale e Max Martini.

Sinopse: o longa retrata o ataque terrorista que vitimou o embaixador dos Estados Unidos na Líbia em setembro de 2012, sob o ponto de vista de um oficial (John Krasinski) do grupo de elite da Marinha dos Estados Unidos.

Crítica:
Avaliação: a conferir

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Apaixonados – O Filme

País: Brasil
Ano: 2015
Gênero: Comédia
Duração: 90 min
Direção: Paulo Fontenelle
Elenco: Nanda Costa, Raphael Viana, Roberta Rodrigues, João Baldesserini, Paloma Bernardi e Saulo Rodrigues.

Sinopse: é Carnaval e a festa serve de motivo para vários relacionamentos começarem e quem sabe, vingarem. A porta-bandeira Cássia (Nanda Costa) é uma dessas pessoas, ao se envolver com o médico Léo (Raphael Viana). Já a rainha de bateria Sabine (Paloma Bernardi) tenta se entender com o carnavalesco Charles (Saulo Rodrigues), enquanto a cabeleireira Soraia (Roberta Rodrigues) testa sua afinidade com o ricaço Hugo (João Baldesserini).

Crítica:
Avaliação: a conferir

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domingo, 14 de fevereiro de 2016

Filho de Saul (Saul Fia)

País: Hungria
Ano: 2015
Gênero: Drama
Duração: 107 min
Direção: László Nemes
Elenco: Géza Röhrig, Levente Molnar, Urs Rechn, Todd Charmont e Marcin Czarnik.

Sinopse: outubro de 1944, campo de Auschwitz-Birkenau. Saul Ausländer é um húngaro que integra o Sonderkommando, grupo de prisioneiros judeus forçados a ajudar os nazistas no extermínio em larga escala. Trabalhando nos crematórios, Saul descobre o corpo de um garoto que acredita ser seu filho. Enquanto o Sonderkommando planeja uma rebelião, Saul decide se lançar em uma tarefa impossível: salvar o corpo da criança das chamas, encontrar um rabino para o Kadish e dar ao menino um enterro apropriado. Vencedor do Grande Prêmio do Júri em Cannes e representante húngaro na corrida pelo Oscar 2016.

Crítica: muitos filmes já preencheram as telas de cinema abordando os horrores da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto. Mas, incrivelmente, “Filho de Saul” ainda consegue impressionar, ainda mais sabendo-se que é o primeiro longa-metragem de Lázló Nemes.
O longa percorre um dia e meio da vida de Saul Ausländer (Géza Röhrig), um membro do Sonderkommando, como eram chamados os judeus obrigados a encaminhar outros judeus para a câmara de gás, recolher todos seus pertences valiosos e, depois da morte deles, limpar o local.
Num certo dia, Saul se depara com um jovem que acredita ser seu filho. O novo prisioneiro sobrevive após a câmara de gás, mas é executado em seguida. A partir disso, Saul cria um objetivo de vida ao ter que resgatar o corpo, encontrar um rabino e enterrar o jovem com decência. A questão em jogo é reencontrar nem que seja um fio de dignidade quando todo o resto, até sua vida, já lhe foi tirado.
O que nos perturba, de certo modo, é a forma como o diretor filmou as cenas. Ele optou por um formato de tela reduzido, que dá uma sensação de aprisionamento, de claustrofobia.
A atuação de Röhrig é marcante. Com a tela reduzida, suas expressões de indiferença, de dor, de desespero, tornam-se ainda mais notáveis.
Ao limitar o enquadramento, o horror que se passa naquele local de trabalho, em que pessoas são desnudas e seus corpos arrastados de um lado para o outro, não é escancarado. Ele está sempre na borda da imagem, fora de foco e na imaginação de quem vê, o que pode fazer com que o horror seja ainda maior.
O filme já foi premiado em Cannes e com o Globo de Ouro. Realmente, é impossível ficar indiferente ao que Saul vê e vive.

Avaliação: ****

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O Regresso (The Revenant)

País: EUA
Ano: 2015
Gênero: Drama
Duração: 156 min
Direção: Alejandro González Iñárritu
Elenco: Leonardo DiCaprio, Tom Hardy e Will Poulter.

Sinopse: 1822. Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) parte para o oeste americano disposto a ganhar dinheiro caçando. Atacado por um urso, fica seriamente ferido e é abandonado à própria sorte pelo parceiro John Fitzgerald (Tom Hardy), que ainda rouba seus pertences. Entretanto, mesmo com toda adversidade, Glass consegue sobreviver e inicia uma árdua jornada em busca de vingança.

Crítica: após o excelente “Birdman”, o diretor mexicano Alejandro González Iñárritu volta às telonas com o incrível O Regresso, que, em suas mãos, ganha um tom épico.   Atuações excepcionais, sequências de tirar o fôlego, um suspense na medida certa, um retrato cruel e verdadeiro da época (início do século XIX), paisagens belíssimas, uma fotografia que beira ao espetacular – tudo isso garantiu ao filme 12 indicações ao Oscar.
O longa, baseado no romance homônimo, que é inspirado na história real de Hugh Glass, conta a história de um famoso explorador chamado Hugh Glass (Leonardo DiCaprio, em uma performance magnífica) que é atacado, sem piedade, por um imenso urso e acaba sendo deixado para morrer por sua própria equipe. Em uma natureza mais que selvagem, lutando para sobreviver, Glass busca suas esperanças guiado pelo instinto de vingança contra John Fitzgerald (Tom Hardy, também espetacular em seu personagem bruto e inconsequente), homem que assassinou seu único filho a sangue frio. O foco principal de O Regresso (The Revenant) é a vingança, às vezes, um pouco camuflada em uma luta constante pela sobrevivência. Contudo, o enredo vai além: questiona a moral e os valores do homem branco.
A jornada do protagonista é extremamente complexa, lutar para sobreviver (ele e seu grupo caçam animais e tiram a pele para vender) em um ambiente hostil e cheio de perigos não só pelos atos impensáveis de homens sanguinários, mas pelas intensas e ferozes ações da natureza. “O Regresso” prende a atenção do público com todo o sofrimento, emocional e físico, de Glass. Uma das principais sequências do filme, a do ataque feroz do urso, é impactante. Gera uma agonia que se mistura com um medo e uma coragem muito real.
A vida, ali, se resume em sobreviver.

Avaliação: ****

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O Quarto de Jack (Room)

País: Canadá/Irlanda
Ano: 2015
Gênero: Drama
Duração: 118 min
Direção: Lenny Abrahamson
Elenco: Brie Larson, Jacob Tremblay, Joan Allen e William H. Macy.

Sinopse: uma história moderna sobre o amor sem limites entre mãe e filho. O pequeno Jack (Jacob Tremblay), de cinco anos, não conhece nada do mundo, exceto o quarto em que nasceu e cresceu acompanhado apenas por Ma (Brie Larson).

Crítica: baseado no livro “Room” escrito por Emma Donoghue, O Quarto de Jack narra a estória da jovem Joy Newson que quando tinha 17 anos foi sequestrada e mantida como refém em um pequeno quarto, onde teve um filho com o seu sequestrador. O menino, Jack, é então criado pela mãe conhecendo apenas o quarto apertado.
O filme atém-se a detalhes do cotidiano da mãe e do filho, que é tenso. O Nick, que é o sequestrador, aparece ao final do dia, com comida e algo mais que eles precisem. A relação é fria e ele não tem contato algum com a criança. Joy prefere escondê-lo dentro de um armário durante sua visita e impede que Nick o toque.
O ponto forte da história é ver como ela manteve a lucidez e foi capaz de criar um mundo particular para Jack durante os 7 anos de confinamento. O quarto é o mundo de Jack. O texto, os detalhes, as atuações, marcadas por olhares expressivos, são excelentes. O ator mirim Jacob Tremblay é seguro ao transpor sentimentos que misturam confusão, amor e raiva ao mesmo tempo. Brie Larson (como a mãe Joy) é uma das candidatas ao Oscar de melhor atriz. A dor dos anos perdidos está estampada em seu rosto.
Joan Allen e William H. Macy também dão sua contribuição como coadjuvantes, contudo em uma participação bem pequena. A segunda parte da história ganha um ritmo mais acelerado e mostra a dificuldade de voltar ao mundo de verdade.
Um filme comovente (sobretudo, quando Jack consegue escapar) e um final realista.

Avaliação: ***

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Linguagem do Coração (Marie Heurtin)

País: França
Ano: 2015
Gênero: Drama
Duração: 95 min
Direção: Jean-Pierre Améris
Elenco: Isabelle Carré, Ariana Rivoire, Brigitte Catillon e Noemie Churlet.

Sinopse: baseado em uma história real, Marie Heurtin (Ariana Rivoire) é uma moça que nasceu cega e surda. Vivendo em seu próprio mundo, sem conseguir se comunicar, o pai dela a manda para um internato. Lá a jovem conhece Marie Margueritte (Isabelle Carré), uma freira que resolve adotar a menina como se fosse uma filha. Ganhando a confiança de Marie Heurtin e usando da sua fé, a freira a ensina como se expressar apesar das suas limitações.

Crítica: a história de Marie Heurtin, cega e surda e incapaz de se comunicar, ganha vida nessa eficiente adaptação cinematográfica. A trama se passa em 1895, em Poitiers, França.
As atuações são formidáveis, sobretudo de Ariana Rivoire como Maire Heurtin e Isabelle Carré como a freira Marie Margueritte.
Sua determinação em ensinar e educar a jovem cega e surda é impressionante. Ela não podia se esquecer do comportamento acuado e agressivo, de alguém que nunca teve contato com o mundo, a não ser com seus pais e a natureza ao redor de sua humilde casa, na primeira vez em que a viu quando o pai tentou deixá-la na Instituição Larnay, da Congregação das Filhas da Sabedoria. Decidiu, então, buscá-la em sua casa.
Heurtin não trocava de roupa, não vestia sapatos, não tomava banho e nem penteava os cabelos e reagia com pontapés a qualquer tentativa de toque de alguém. Sequer sabia sentar à mesa ou usar talheres para comer. Depois de 8 meses na instituição, é que Marie começou a dar sinais de progresso. Daí em diante, queria aprender tudo. Durante esse período, recebe a visita dos pais que mal podem crer como a filha melhorou.
Infelizmente, sua educadora fica doente, vai tratar-se em outro lugar, interrompendo seu aprendizado por algum tempo. Ao retornar, confessa que tem uma doença grave e que vai morrer, mas pede a Marie Heurtin que prometa que continuará estudando. 
Inicialmente reservado para jovens surdas, em 1860, a Instituição recebeu a primeira surda cega, Germaine Cambon; em seguida, em 1875, Marthe Obrecht; e depois Marie Heurtin em 1895.
A instituição rapidamente foi se tornando um centro reconhecido, graças ao trabalho da Irmã Sainte-Marguerite e aos seus métodos de ensino inovadores que promoveram um grande progresso em crianças surdo-cegas, antes totalmente isoladas do mundo.
Louis Arnould, professor na Universidade de Poitiers, publicou em 1900 um livro dedicado ao caso de Marie Heurtin sob o título “Heurtin – Uma alma na prisão”. O livro foi reimpresso muitas vezes e estendido para o caso de Anne-Marie Poyet Heurtin em 1907 e de Marta, irmã de Marie em 1910, com o título de “Prisão, a escola francesa para surdo-mudo-cego”. A publicação trouxe fama internacional para o Instituto Larnay e sua metodologia de ensino.
O legado de Margheritte é inestimável. Heurtin ensinou várias outras crianças com o mesmo método que a ajudou a se desenvolver.

Avaliação: ***

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Brooklin

País: Reino Unido/Irlanda/Canadá
Ano: 2015
Gênero: Drama
Duração: 113 min
Direção: John Crowley
Elenco: Saoirse Ronan, Emory Cohen e Domhnall Gleeson.

Sinopse: a jovem irlandesa Ellis Lacey (Saoirse Ronan) se muda de sua terra natal e vai morar em Brooklyn para tentar realizar seus sonhos. No ínicio de sua jornada nos Estados Unidos, ela sente falta de sua casa, mas ela vai tentando se ajustar aos poucos até que conhece e se apaixona por Tony (Emory Cohen), um bombeiro italiano. Logo, ela se encontra dividida entre dois países, entre o amor e o dever.

Crítica: "Brooklin" não passa de um romance raso, tendo como pano de fundo a imigração e a adaptação a um novo país – que também não são assuntos novos no cinema.
O ponto positivo é a bela atuação de Saoirse Ronan, no papel de Eilis.  
Após longa e incômoda viagem, a jovem irlandesa Eilis chega aos EUA. Quando um policial lhe concede o direito de entrar no país, ela se dirige à porta de entrada. Abre-a e, então, uma grande luz vindo do fundo cobre sua figura. Não é a entrada para o paraíso.
O ano é 1952 e ela já chega com um emprego, arranjado por sua irmã mais velha que quer um futuro melhor para ela. Mas os problemas de adaptação virão de qualquer forma. Encontra, no bairro, muitos irlandeses e a saudade parece amarga demais para suportar. Entre muitas cartas trocando notícias, acaba por se acostumar à rotina do trabalho, mas tudo melhora mesmo quando conhece um rapaz italiano em um baile da igreja.
Seu desempenho no trabalho melhora e ela começa a fazer um curso de escriturária, seguindo os passos da irmã na Irlanda.
Como é um romance, a tragédia está por vir. Sua irmã morre inesperadamente (não revelou a ninguém estar doente) e ela precisa voltar para fazer companhia à mãe, pelo menos por uns tempos.
Dividida entre o amor e obrigação de ver a mãe, ela parte. Lá, as raízes parecem tomar-lhe por completo: sua mãe quer que ela fique, arranjam um emprego temporário para ela e até um pretendente.
Sufocada pela pressão de todos e não tendo forças para ler as cartas do seu amado, ela precisa tomar uma decisão. E, enfim, o faz.
Não é uma história marcante e, portanto, sua indicação ao Oscar é, no mínimo, um exagero.

Avaliação: **

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