domingo, 14 de fevereiro de 2016

Filho de Saul (Saul Fia)

País: Hungria
Ano: 2015
Gênero: Drama
Duração: 107 min
Direção: László Nemes
Elenco: Géza Röhrig, Levente Molnar, Urs Rechn, Todd Charmont e Marcin Czarnik.

Sinopse: outubro de 1944, campo de Auschwitz-Birkenau. Saul Ausländer é um húngaro que integra o Sonderkommando, grupo de prisioneiros judeus forçados a ajudar os nazistas no extermínio em larga escala. Trabalhando nos crematórios, Saul descobre o corpo de um garoto que acredita ser seu filho. Enquanto o Sonderkommando planeja uma rebelião, Saul decide se lançar em uma tarefa impossível: salvar o corpo da criança das chamas, encontrar um rabino para o Kadish e dar ao menino um enterro apropriado. Vencedor do Grande Prêmio do Júri em Cannes e representante húngaro na corrida pelo Oscar 2016.

Crítica: muitos filmes já preencheram as telas de cinema abordando os horrores da Segunda Guerra Mundial e do Holocausto. Mas, incrivelmente, “Filho de Saul” ainda consegue impressionar, ainda mais sabendo-se que é o primeiro longa-metragem de Lázló Nemes.
O longa percorre um dia e meio da vida de Saul Ausländer (Géza Röhrig), um membro do Sonderkommando, como eram chamados os judeus obrigados a encaminhar outros judeus para a câmara de gás, recolher todos seus pertences valiosos e, depois da morte deles, limpar o local.
Num certo dia, Saul se depara com um jovem que acredita ser seu filho. O novo prisioneiro sobrevive após a câmara de gás, mas é executado em seguida. A partir disso, Saul cria um objetivo de vida ao ter que resgatar o corpo, encontrar um rabino e enterrar o jovem com decência. A questão em jogo é reencontrar nem que seja um fio de dignidade quando todo o resto, até sua vida, já lhe foi tirado.
O que nos perturba, de certo modo, é a forma como o diretor filmou as cenas. Ele optou por um formato de tela reduzido, que dá uma sensação de aprisionamento, de claustrofobia.
A atuação de Röhrig é marcante. Com a tela reduzida, suas expressões de indiferença, de dor, de desespero, tornam-se ainda mais notáveis.
Ao limitar o enquadramento, o horror que se passa naquele local de trabalho, em que pessoas são desnudas e seus corpos arrastados de um lado para o outro, não é escancarado. Ele está sempre na borda da imagem, fora de foco e na imaginação de quem vê, o que pode fazer com que o horror seja ainda maior.
O filme já foi premiado em Cannes e com o Globo de Ouro. Realmente, é impossível ficar indiferente ao que Saul vê e vive.

Avaliação: ****

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