domingo, 14 de fevereiro de 2016

Anomalisa

País: EUA
Ano: 2015
Gênero: Animação
Duração: 90 min
Direção: Charlie Kaufman e Duke Johnson
Elenco: David Thewlis, Tom Noonan e Jennifer Jason Leigh.

Sinopse: Michael Stone (voz de David Thewlis) é um palestrante motivacional que vai até a cidade de Connecticut para reencontrar um antigo amor. O encontro acaba sendo mal-sucedido, mas lá ele conhece Lisa (voz de Jennifer Jason Leigh).

Crítica: mais uma vez, Kaufman lida com personagens em crise existencial (seus filmes mais famosos são Adaptação; Sinédoque, Nova Iorque; Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças). Aqui, o longa acompanha Michael Stone (voz de David Thewlis), pai de família e guru de livros sobre atendimento ao consumidor, que chega à cidade de Cincinnati para palestrar. Stone parece alheio a tudo, todas as vozes que ouve possuem o mesmo som, e mesmo as coisas mais triviais parecem penosas, como interagir com o taxista ou pedir comida no hotel. O artificialismo do stop-motion ressalta essa estranheza; até mover-se parece difícil para Michael Stone. De qualquer forma, a solução que ele encontra em Cincinnati contra o imobilismo é carnal: o adultério.
Michael, na verdade, parece sofrer do mal contemporâneo. Sem motivação alguma, tudo para ele não tem mais graça, é tudo o mesmo. A sensação de descontentamento e de indiferença incomoda. Até que conhece Lisa (voz de Jennifer Jason Leigh, que dá o tom ideal ao seu personagem), uma mulher tímida e de baixa autoestima que está hospedada no mesmo hotel que ele, e que foi justamente para assistir à palestra que Michael fará no dia seguinte. Michael acredita ter achado em Lisa algo que não encontrava em mais ninguém. Esse entrosamento é muito interessante e retrata, de forma sensível e real, as relações humanas.
Os bonecos dão vida aos personagens de uma maneira que uma pessoa talvez não conseguiria, e como eles são feitos são um detalhe fundamental para a trama: a face que se desloca e parece não pertencer ao indivíduo. As vozes, iguais em todos, com exceção da de Michael e de Lisa (esta, pelo menos, durante parte da trama) têm um significado peculiar.
Não é o melhor trabalho de Kaufman. Ele poderia ter explorado melhor a história. Quando ela poderia ir adiante, o filme termina.

Avaliação: **

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