Anomalisa
País: EUA
Ano:
2015
Gênero: Animação
Duração: 90
min
Direção: Charlie
Kaufman e Duke Johnson
Elenco:
David Thewlis, Tom Noonan e Jennifer Jason Leigh.
Sinopse: Michael Stone (voz de David Thewlis) é um
palestrante motivacional que vai até a cidade de Connecticut para reencontrar
um antigo amor. O encontro acaba sendo mal-sucedido, mas lá ele conhece Lisa
(voz de Jennifer Jason Leigh).
Crítica: mais uma vez, Kaufman lida com personagens em
crise existencial (seus filmes mais famosos são Adaptação; Sinédoque, Nova Iorque;
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças). Aqui, o longa acompanha Michael
Stone (voz de David Thewlis), pai de família e guru de livros sobre atendimento
ao consumidor, que chega à cidade de Cincinnati para palestrar. Stone parece
alheio a tudo, todas as vozes que ouve possuem o mesmo som, e mesmo as coisas mais
triviais parecem penosas, como interagir com o taxista ou pedir comida no
hotel. O artificialismo do stop-motion ressalta essa estranheza; até mover-se parece
difícil para Michael Stone. De qualquer forma, a solução que ele encontra em
Cincinnati contra o imobilismo é carnal: o adultério.
Michael, na verdade, parece
sofrer do mal contemporâneo. Sem motivação alguma, tudo para ele não tem mais
graça, é tudo o mesmo. A sensação de descontentamento e de indiferença
incomoda. Até que conhece Lisa (voz de Jennifer Jason Leigh, que dá o tom ideal ao seu personagem), uma mulher tímida
e de baixa autoestima que está hospedada no mesmo hotel que ele, e que foi
justamente para assistir à palestra que Michael fará no dia seguinte. Michael
acredita ter achado em Lisa algo que não encontrava em mais ninguém. Esse
entrosamento é muito interessante e retrata, de forma sensível e real, as relações
humanas.
Os bonecos dão vida aos
personagens de uma maneira que uma pessoa talvez não conseguiria, e como eles
são feitos são um detalhe fundamental para a trama: a face que se desloca e
parece não pertencer ao indivíduo. As vozes, iguais em todos, com exceção da de
Michael e de Lisa (esta, pelo menos, durante parte da trama) têm um significado
peculiar.
Não é o melhor trabalho de
Kaufman. Ele poderia ter explorado melhor a história. Quando ela poderia ir
adiante, o filme termina.
Avaliação: **
0 comentários:
Postar um comentário