Linguagem do Coração (Marie Heurtin)
País: França
Ano:
2015
Gênero: Drama
Duração: 95
min
Direção: Jean-Pierre
Améris
Elenco:
Isabelle Carré, Ariana Rivoire, Brigitte Catillon e Noemie Churlet.
Sinopse: baseado em uma história real, Marie Heurtin
(Ariana Rivoire) é uma moça que nasceu cega e surda. Vivendo em seu próprio
mundo, sem conseguir se comunicar, o pai dela a manda para um internato. Lá a
jovem conhece Marie Margueritte (Isabelle Carré), uma freira que resolve adotar
a menina como se fosse uma filha. Ganhando a confiança de Marie Heurtin e
usando da sua fé, a freira a ensina como se expressar apesar das suas
limitações.
Crítica: a história de Marie Heurtin, cega e surda e
incapaz de se comunicar, ganha vida nessa eficiente adaptação cinematográfica. A
trama se passa em 1895, em Poitiers, França.
As atuações são
formidáveis, sobretudo de Ariana Rivoire como Maire Heurtin e Isabelle Carré
como a freira Marie Margueritte.
Sua determinação em ensinar
e educar a jovem cega e surda é impressionante. Ela não podia se esquecer do
comportamento acuado e agressivo, de alguém que nunca teve contato com o mundo,
a não ser com seus pais e a natureza ao redor de sua humilde casa, na primeira
vez em que a viu quando o pai tentou deixá-la na Instituição Larnay, da
Congregação das Filhas da Sabedoria. Decidiu, então, buscá-la em sua casa.
Heurtin não trocava de
roupa, não vestia sapatos, não tomava banho e nem penteava os cabelos e reagia
com pontapés a qualquer tentativa de toque de alguém. Sequer sabia sentar à
mesa ou usar talheres para comer. Depois de 8 meses na instituição, é que Marie
começou a dar sinais de progresso. Daí em diante, queria aprender tudo. Durante
esse período, recebe a visita dos pais que mal podem crer como a filha
melhorou.
Infelizmente, sua educadora
fica doente, vai tratar-se em outro lugar, interrompendo seu aprendizado por
algum tempo. Ao retornar, confessa que tem uma doença grave e que vai morrer,
mas pede a Marie Heurtin que prometa que continuará estudando.
Inicialmente reservado para
jovens surdas, em 1860, a Instituição recebeu a primeira surda cega, Germaine
Cambon; em seguida, em 1875, Marthe Obrecht; e depois Marie Heurtin em 1895.
A instituição rapidamente
foi se tornando um centro reconhecido, graças ao trabalho da Irmã
Sainte-Marguerite e aos seus métodos de ensino inovadores que promoveram um
grande progresso em crianças surdo-cegas, antes totalmente isoladas do mundo.
Louis Arnould, professor na
Universidade de Poitiers, publicou em 1900 um livro dedicado ao caso de Marie
Heurtin sob o título “Heurtin – Uma alma na prisão”. O livro foi reimpresso
muitas vezes e estendido para o caso de Anne-Marie Poyet Heurtin em 1907 e de
Marta, irmã de Marie em 1910, com o título de “Prisão, a escola francesa para
surdo-mudo-cego”. A publicação trouxe fama internacional para o Instituto
Larnay e sua metodologia de ensino.
O legado de Margheritte é inestimável.
Heurtin ensinou várias outras crianças com o mesmo método que a ajudou a se
desenvolver.
Avaliação: ***
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