terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Cinco Graças (Mustang)

País: Turquia/França/Alemanha
Ano: 2015
Gênero: Drama
Duração: 97 min
Direção: Deniz Gamze Ergüven
Elenco: Güneş Nezihe Şensoy, Doğa Zeynep Doğuşlu, Elit İşcan, Tuğba Sunguroğlu, Nihal Koldaş, Ayberk Pekcan e Burak Yiğit.

Sinopse: no início do verão em um vilarejo turco, Lale e suas 4 irmãs brincam de forma debochada com os meninos, o que acarreta em um escândalo de consequências muito fortes: a casa delas se torna praticamente uma prisão, elas aprendem a limpar ao invés de ir para a escola e seus casamentos começam a ser arranjados. As cinco não deixam de desejar a liberdade, e tentam resistir aos limites que lhes são impostos.

Crítica: o início do filme não deixa pistas do que veremos a seguir. Na primeira sequência, uma professora despede-se de uma de suas alunas, enquanto as irmãs maiores a esperam. Dali, a abraçam para confortá-la e partem para a praia. De uniforme mesmo, entram na água e brincam com os meninos da escola.
A partir dessa brincadeira ingênua, tudo muda e a desgraça parece recair sobre a família. A avó (Nihal Koldaş) fica sabendo desse “comportamento obsceno” na praia por uma vizinha “fofoqueira” e se sente culpada por ter criado as nestas com muita “liberdade”.  As meninas são órfãs e, a fim de “consertar” as meninas, a avó chama o tio Erol (Ayberk Pekcan).
Começa, então, uma corrida contra o tempo para casar as meninas. Impedidas de ir à escola, passam a ter aulas em casa de costura e culinária; tiram-lhe tudo que possam ligá-las ao mundo exterior, como celular e computador; e são obrigadas a usar vestidos longos e fechados. E mais: após uma fuga para assistir a uma partida de futebol, a casa é cercada com grade por todos os lados. Passam a viver como aprisionadas. É uma rotina alterada abruptamente, um choque cultural (sobretudo para nós, ocidentais).
Quando chega a hora, são exibidas como produtos à venda para os futuros pretendentes. Casamentos forçados, falsas felicidades, conformismo. Ao ver uma a uma, de suas 4 irmãs, Sonay (İlayda Akdoğan), Selma (Tuğba Sunguroğlu), Ece (Elit İşcan), Nur (Doğa Doğuşlu),  terem o destino selado pelos adultos das família, a caçula Lale (Güneş Şensoy), toma uma atitude de resistência impressionante, certa de não querer aquilo para ela. Esse é o diferencial da trama, que tem numa pequena menina a força de uma leoa. Sua presença em cena impressiona.   
Determinada, ela “salva” a última irmã que se casaria. O desfecho é genial e mostra que, apesar de viverem em uma sociedade machista, não se pode generalizar, e ainda há pessoas dispostas a ajudar.  Lale é tão esperançosa num mundo diferente daquele que vive que sua determinação nos comove e convence.
Um filme sensível, intenso e necessário. Uma defesa à liberdade de escolha!

Avaliação: ****

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