segunda-feira, 18 de abril de 2016

De Onde Eu te Vejo

País: Brasil
Ano: 2016
Gênero: Romance
Duração: 90 min
Direção: Luiz Villaça
Elenco: Denise Fraga, Domingos Montagner, Manoela Aliperti, Marisa Orth, Marcello Airoldi, Laura Cardoso, Juca de Oliveira.

Sinopse: Ana Lúcia (Denise Fraga) e Fábio (Domingos Montagner) decidem se separar após vinte anos de casamento e ele se muda para um apartamento do outro lado da rua. Além da separação, eles passam por uma crise no trabalho e precisam enfrentar a iminente mudança de cidade da filha. Com todas essas mudanças, eles precisam aprender a viver essa nova realidade e reinventar o amor.

Crítica: não é um filme inesquecível, mas tem uma boa produção, uma história que vale a pena ser contada e um elenco que cumpre a tarefa, inclusive os coadjuvantes.
A trama é centrada no casal Ana (Denise Fraga) e Fábio (Domingos Montagner, primeiro papel de destaque no cinema), que decide se separar depois de 20 anos de relacionamento, e passam a morar em prédios separados, porém um de frente para o outro, janela como janela, separados pela mesma rua. Ao mesmo tempo, a filha Manu (Manoela Aliperti), em idade de prestar vestibular, está prestes a sair de casa.
Boa parte do tempo, Ana (que, obcecada por novidades, é quem propõe a separação) e Fábio (a parte que acata a decisão) passam às turras, brigando como adolescentes, simulando cenas de ciúmes. A dupla mantém o bom nível do filme, sem apelações ou cenas ridículas.
Os atores embarcam com uma incrível verossimilhança no perfil de seus personagens, ajudados pelos convincentes diálogos do texto. E seria injusto não citar Manoela Aliperti (Manu), uma verdadeira revelação no filme.
O que seria o conflito central (os dois voltarão a ficar juntos ou não?) pouco importa. A delícia está em acompanhar os momentos, os detalhes, as situações, ora dramáticas, mas, sobretudo cômicas, com um toque de melancolia.
A cidade de São Paulo é (muito) usada com delicadeza para pontuar a história, principalmente por meio do viés arquitetônico e das transformações urbanísticas – e sai na foto como homenageada, sem que haja um esforço para isso.
Além da bela fotografia, a câmera explora ângulos incomuns e o resultado na tela é satisfatório.
No enredo, surgem Marisa Orth (interpretação natural) como a amiga do casal; Marcello Airoldi (um possível interesse amoroso de Ana), Laura Cardoso (uma senhora solitária que resiste à especulação imobiliária) e Juca de Oliveira (como o dono do cinema). Não acrescentam muito, mas servem para cumprir tabela.
Em suma, um filme sensível e com uma forma suave de retratar o desgaste de uma relação de 20 anos, onde muita gente vai se identificar.

Avaliação: ***

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